Capítulo 4 Essa é 'Carrie - A Estranha'

Chorando ela começou a falar. "Eu irei para o Internato Hotchkiss, começo na segunda."

Savanah estava em choque, quais eram as chances de isso acontecer? Elas iam para a mesma escola. Ela não poderia estar mais feliz.

"E agora, o que será de você sem mim pra te defender? Por que fez algo tão tolo?" Ela estava preocupada demais com a amiga, por isso, quando viu Savanah, rindo do nada ela começou a bater em seu braço e a repreendeu.

"Eu morrendo de preocupação e você ri? É assim que trata nossa amizade? Nem se incomoda com o fato que só vamos nos ver nas férias?"

Savanah agarrou o braço da amiga e contou a grande novidade. "Eu também irei para o internato na segunda. Quais são as chances de irmos para a mesma escola ao mesmo tempo?"

Seus olhos brilhavam de alegria.

"Como assim?" Perguntou Beatriz, não estava entendendo como aquilo podia estar realmente acontecendo. "Vamos para o mesmo lugar? Quando você decidiu se mudar de escola e porquê não me avisou?" Ela está feliz e com raiva ao mesmo tempo por sua amiga esconder aquilo por tanto tempo.

"Você também não me contou nada." Retrucou Savanah. "Você sabe como é a minha vida em casa, eu simplesmente não aguentava mais. Então me inscrevi na balsa de estudos e passei. E por que você não me contou antes?"

Beatriz sabia que não era fácil pra sua amiga ficar em casa. Ela mesma já havia cuidado de seus ferimentos uma vez quando o pai dela a bateu com uma régua de madeira. Ela sabia que o melhor pra Savanah era se mudar.

"Eu te perdoo dessa vez." E logo em seguida Beatriz começou a se explicar, parecia muito nervosa. "Eu fiquei sabendo essa semana, meus pais estava brigando o mês inteiro! Sério, eu não estava mais suportando eles. Minha mãe até mencionou a palavra divórcio." Ela enfatizou a palavra divórcio.

"Eles me chamaram para conversar e disseram que eu iria para o internato. Não me deram explicação nenhuma, simplesmente fizeram minha inscrição e pronto." Ela estava chorando tanto que Savanah ficou sem palavras apenas abraçou a amiga e disse que ficaria tudo bem.

Depois da aula elas foram a sorveteria que havia perto do colégio.

"Eu vou sentir saudades desse sorvete." Disse Beatriz enquanto comia.

"Essa é a única coisa que irá fazer falta mesmo." Savanah não estava mentindo, ela realmente odiava tudo inclusive a escola.

Elas ficaram conversando sobre tudo que iriam levar e depois foram pra casa.

Savanah chegou em casa e se trancou em seu quarto, estava muito cansada e não queria ter que ver seu pai, deitada na cama acabou pegando no sono sem nem mesmo tomar banho.

Na manhã seguinte correu para a cozinha, ela estava encarregada dos sanduíches e Beatriz das bebidas. O sol estava brilhando tão forte, até parecia que ele sabia que seria a última vez que ela iria poder ir à praia, já que o local onde ficava a escola era chuvoso a maior parte do ano.

Ela havia arrumado as malas durante a semana e pegaria o avião para a cidade de Connecticut no domingo, estava tudo dando certo, ela não poderia estar mais feliz. Assim que terminou de arrumar os lanches e se arrumar Beatriz chegou, buzinou duas vezes no carro para avisar a amiga que estava a sua espera.

Savanah deu um beijo em sua mãe e saiu às pressas, entrando no carro ela disse ofegante. "Você quase acordou meu pai, quer estragar meu dia?" Disse em tom de brincadeira mas com um certo nervosismo. Realmente estava com medo de se encontrar com ele, ela tinha a leve impressão que desde o dia em que havia contado que passou na prova e foi aceita o pai estava procurando motivos para impedir sua partida.

Beatriz rindo disse a amiga. "Não se preocupe, logo, logo estará livre."

Chegando na praia elas notaram que estava vazia, 'que sorte' elas pensaram. Havia alguns meninos jogando vôlei e umas meninas assistindo, elas pareciam um pouco patéticas aos olhos de Savanah, enquanto torciam para os meninos como se estivessem em um torneio.

Elas alugaram um guarda sol e estavam deitas conversando na sombra quando de repente Savanah levou uma bolada na cara. Como poderia isso acontecer duas vezes na mesma semana? Elas olharam furiosas os meninos correndo em sua direção , Savanah novamente com sangue em seu rosto, aquilo realmente a irritava.

"Me desculpe, eu realmente sinto muito." Disse o rapaz vendo o rosto sangrento de Savanah, ele realmente parecia arrependido. Ambas ficaram desnorteadas por um segundo, como aqueles meninos eram tão gatos? Rapidamente elas voltaram a si. "Cara cuidado!" disse Savanah pegando água dentro do Cooler pra lavar seu rosto. Os rapazes estavam nervosos pois sangrava bastante e começaram a falar. "Será que devemos levá-la ao hospital?" Disse o mais músculoso.

"Acho que sim cara, não deve ser normal sangrar tanto assim." Disse o rapaz magro e bem definido se inclinando para Savanah e Pegando-a como se fosse uma pena.

"Me ponha no chão!" Ela quase gritou, aquele cara era louco? Nem perguntaram a ela se concordava. Reparando na preocupação do rapaz ela disse para tranquiliza-lo. "Eu estou bem. É normal sangrar dessa forma, o nariz tem muitos vasos sanguíneos." Ela disso isso mas na verdade nem ela mesma sabia o que estava dizendo. Ela se lembrou de ter ouvido isso em algum lugar mas não tinha certeza se era o nariz, ela só queria sair do colo dele.

Ele a olhou por um momento relutante mas a no colocou no chão, ela ficou tonta e cambaleou e antes que caísse ele a segurou. "Eu realmente acho que você deveria ir ao médico!". Ele estava em dúvida se devia acreditar nela.

"Eu estou bem. Sério, eu só fiquei tonta." Ela disse aquilo morrendo de vergonha e sentou do lado da amiga. Beatriz pegou uma lata de refrigerante e deu a ela para colocar no nariz.

"Prazer, eu sou Jacob e esse é meu amigo Eduard." Disse o musculoso, eles era deuses.

"Eu sou Beatriz e essa é 'Carrie - a estranha', brincadeira essa é Savanah." Disse Beatriz enquanto a amiga a cutucava.

"Ha ha ha, tão engraçada." Disse Savanah, enquanto todos riam da piadinha sem graça.

"Temos que ir, já estamos atrasadas." Disse Savannah olhando o relógio.

"Pelo menos me passe seu contato." Disse Eduard, com um olhar travesso.

Então elas passaram seu número para os rapazes.

De longe as observadoras estavam prontas para levantarem e irem até lá mas já era tarde, as meninas já estavam se arrumando para saírem.