Quando ele descobrir que eu tô nesse bar, nessa parte da cidade, ele vai ficar tão preocupado que vai mandar o pessoal dele pra me buscar e me levar pra casa imediatamente.
Espera, onde é que tá meu celular? Ah, bem aqui. E a bateria tá quase cheia. Bom, agora é só esperar você me ligar pai... e estarei em casa num instante.
Katy busca conforto nos seus pensamentos ébrios, desejando que tudo isso seja um pesadelo do qual ela vai acordar logo. De repente... BAMM!
Um homem de mais ou menos 30 anos, que está claramente bêbado, acaba de bater um copo contra o balcão, derramando parte da bebida que estava dentro. Ele abre um sorriso cheio de dentes na direção de Katy.
Ele me lembra o lobo mau.
Bêbado: Oi, linda! Parece que você tá precisando de companhia. Meu nome é Dirk.
O hálito dele fedia a cerveja velha e seus dentes amarelos são simplesmente nojentos!
Katy: Desculpe, não estou com humor pra conversar. Eu tive um dia bem difícil.
Dirk: Pobrezinha. Uma garota bonita assim não devia ficar triste nunca. É quase um crime.
Ele caminha devagar e com confiança em direção de Katy. Esse é um cara que está acostumado a conseguir o que quer. Quando ele chega perto o suficiente, ele aproxima a boca do ouvido de Katy e sussurra...
Dirk: Deixe eu te dizer, eu sei exatamente o que fazer para colocar um sorriso nesse seu rostinho bonito...
Katy: Eu não estou interessada. Você pode me deixar sozinha, por favor?
Dirk: Vamos, eu prometo que nós vamos nos divertir muito...
Katy realmente não conseguia mais aguentar aquilo, então resolveu sair logo de perto dele.
Conforme ela cambaleava para se levantar, Dirk se apressa para agarra-la pela cintura. Katy vê ele olhando com desejo pros seios dela.
Dirk: Essa é minha garota. Eu sabia que você ia topar. Vamos nos divertir um pouco lá nos fundos do bar.
Katy: Não, eu não quero fazer isso. Só me deixe em paz, por favor...
A essa altura, estou tão bêbada que os meus protestos soam fracos e são facilmente ignorados por esse cara. Ugh, eu sinto a mão dele deslizando para agarrar minha bunda com tanta força que chega a doer.
Não tem ninguém aqui para me salvar. Eu nunca me senti tão sozinha e indefesa.
Eu preciso pensar rápido sobre o que fazer...
Katy junta toda a força que tem e, num movimento rápido, dá uma joelhada nas partes baixas dele. O impacto faz com que ele se curve levemente se recuperar da dor.
Dirk: Por que você fez isso, piranha? Eu só estava tentando animar essa sua cara azeda! Mas agora você pediu! Caramba! Você tá tirando minha paciência me provocando!
Dirk agarra o braço de Katy e a puxa mais para perto enquanto tenta arrasta-la pela porta dos fundos do bar.
Ninguém no bar parecia ter percebido o que está acontecendo, ou talvez ninguém realmente se importe. Katy estava muito fraca pra resistir. Ela estava apavorada com o que estava prestes a acontecer com ela.
E então, do nada, um cara grande e forte aparece. Ele se aproxima e dá um soco rápido na lateral da mandíbula de Dirk, que cai no chão.
Todos os olhos do bar estão voltados para a cena que acabou de acontecer. O belo estranho que acabou de salvar Katy olha para ela e diz...
Belo estranho: Não se preocupe, ele vai sobreviver. Você tá bem?
Ai, meu Deus! Ele é o homem mais lindo que eu já vi. E eu quero muito beijar ele!
Então resolvo flertar com ele.
Talvez seja o nível do álcool no sangue dela que a fez se sentir mais ousada.
Katy: E aí, Super-Homem, o que eu tô te devendo? Um beijinho, talvez?
O belo estranho dá um grunhido e continua mantendo contato visual.
Katy: Ou a gente pode ficar aqui a noite inteira olhando nos olhos um do outro, se é isso que você quer. Eu não me importo de me perder nesses seus olhos lindos...
Eu nem acredito que disse tudo isso em voz alta! É tão diferente da minha personalidade normal! Mas é tão revigorante e excitante ao mesmo tempo!
O barman apareceu na frente de Katy e o estranho que a salvou com uma expressão preocupada, sua voz soando pesarosa.
Barman: Foi mal, Blake, eu não sabia que a garota estava contigo. Se soubesse eu não tinha deixado aquele bêbado botar as patas nela.
Então o nome dele é Blake... e o barman tinha percebido o que estava acontecendo! Ele simplesmente fingiu que não estava vendo
Katy avança e dá um tapão no rosto do barman. A palma da mão dela arde com o impacto.
Barman: O que diabos tem de errado contigo, sua louca?
Blake: Eu calaria a minha boca se eu fosse você.
Blake se vira para encará-lo com um olhar mortal, que dura tempo o suficiente pro barman ficar visivelmente tenso.
Barman: Foi mal, cara. Olha, eu posso dar uma bebida pra você e sua garota? Por conta da casa, claro.
Blake: Não precisa. Já estamos indo embora.
Sem dizer mais nada, Blake pega você pelo braço e te leva pra fora do bar.
Pra onde ele está me levando? E por que ele parece ansioso pra sair do bar?
Confusa, mas completamente acabada, Katy fica em silêncio enquanto se deixa levar por aquela mão forte.
Do lado de fora, o ar frio da noite acaricia as bochechas de Katy. Blake a leva até um carro. Ele abre a porta do passageiro e gesticula com a cabeça, indicando para que Katy entre. Ela hesita.
Katy: O que tá acontecendo? Pra onde você quer me levar?
Blake: Vou te levar pra um lugar seguro.
É verdade que ele me salvou, mas não acho que eu deva confiar nele. Eu não vou a lugar nenhum com um estranho.
Katy: Olha, eu posso estar um pouco embriagada, mas não o suficiente para entrar num carro com alguém que conheci há um minuto atrás.
Blake: Eu realmente não tenho tempo pra isso. Só entre no carro.
Katy: De jeito nenhum! Eu vou ligar pro meu pai.
Diz Katy irritada.
Ela revira a bolsa desajeitadamente à procura de seu telefone quando Blake repentinamente tira a bolsa das mãos de Katy.
Blake: Escuta, eu não quero que as coisas saiam do controle. Então, só entra no carro. Nós vamos sair daqui, e ponto.
Diz Blake sem paciência.
Basta apenas um olhar pros olhos dele para Katy perceber que ele está falando sério. Ela cede e senta no banco do passageiro.
Blake: Ótimo.
Dentro do carro, Blake fica em silêncio. Katy dá alguns olhares furtivos para ele. Apesar de ele estar focado na estrada à frente, ela sabe que a mente dele está a mil quilômetros de distância.
Katy: Você tá... me levando para casa?
Silêncio é a única resposta que Katy recebe.
Katy: Você não vai me dizer para onde nós estamos indo?
Mais silêncio tenso domina o ambiente.
Katy: Certo... Então, acho que a resposta é não.
Quem diabos é esse cara? O barman sabe o nome dele e estava claramente intimidado, assustado, até. E o jeito que ele apagou aquele idiota com apenas um soco... Foi bastante impressionante.
Eu estou louca por ter ficado um pouquinho excitada com o jeito que ele tomou o controle da situação? Talvez seja só meu lado bêbado falando...
Ah, não. Eu não estou me sentindo muito bem. Talvez tenha tomado margaritas demais. Sinto vontade de vomitar. Por favor, agora não. Não no carro dele. Não com ele ao meu lada, por favor.
O estômago de Katy revira e ela sente um nó na garganta, como se algo estivesse tentando escapar a cada ânsia que ela suprime.
Não encontrando nada em que pudesse se segurar, ela finalmente perde o controle e vomita por todo o chão do carro. Ela fica mortificada! Katy sente os olhos de Blake nela, mas não ousa se virar para encará-lo.
Graças a Deus, Blake não disse nada... Eu queria que essa noite acabasse. Ela está sendo, de longe, a pior da minha vida inteira!
O carro para em frente de um elegante portão de ferro forjado, que se abre pra um caminho que leva a uma grande mansão.
Uma linda casa!
Esse é o último pensamento que passa pela cabeça de Katy antes de ela apagar.