"Quando ele me falou sobre a vida dele, sempre me perguntava que tipo de mulher você era, mas agora que a vi..." desviei meu olhar dela e olhei para ele, captando o lampejo de surpresa em seus olhos. "Foi por isso que você sofreu tanto? Ainda bem que seu gosto mudou!" Disse com desdém, deixando uma pitada de ironia no ar.
"Lohan, você está se relacionando com essa menina?" ela perguntou, lançando um olhar de curiosidade mesclada com uma leve dose de desaprovação.
"Menina? Não se deixe enganar... eu só tenho uma ótima pele mesmo!" respondi, com um toque de sarcasmo, enquanto um sorriso irônico brincava em meus lábios.
Sei que a rivalidade feminina é uma das coisas mais horríveis que pode existir, mas certas mãos devem ser soltas, e as dessa mulher especialmente.
"Já chega!" Ouvi a voz de Lohan e me assustei, sentindo meu coração acelerar em resposta ao tom firme de sua voz.
"Vá embora!" Ao ouvi-lo, senti como se o chão tivesse sumido dos meus pés.
"Vá embora, Débora!" Me senti aliviada ao perceber que aquelas palavras não eram para mim, mas sim para a presença indesejada daquela mulher.
"Eu não vou! Eu vim conversar com você sobre o seu pai," ela persistiu.
Percebendo que ela não iria embora, tomei uma decisão ainda mais ousada, uma decisão que com certeza mudaria minha vida, agora eu não sei se para melhor ou pior.
Em um gesto rápido, minhas mãos seguraram o rosto de Lohan e o puxei em minha direção até que ficasse em uma altura suficiente para que nossos lábios se tocassem.
Em outro momento, ele teria me evitado, e eu também não teria ousado beijá-lo. Não pude ver a expressão no rosto de Débora, mas notei como ele a olhou antes de retribuir o beijo. Mesmo sendo eu quem o provocou, uma onda de tristeza me invadiu.
Ainda de olhos fechados, ouvi o estrondo som da porta se fechando, e no mesmo instante ele me empurrou, rompendo o contato físico abruptamente, deixando-me atônita e confusa.
"Mas que diabos você acha que está fazendo?" Ele retrucou, passando o dorso da mão em seus lábios, e minha tristeza aumentou ainda mais, sentindo-me rejeitada e confusa diante de sua reação.
"Te ajudando, idiota!" Minha raiva borbulhou novamente ao vê-lo limpar a boca depois do beijo.
Será que ele acha que meu beijo é nojento? A frustração e a indignação se misturaram dentro de mim.
"Já disse que não toco em alunas!" sua voz ressoou com autoridade, mas eu não me intimidei.
"Não se preocupe, fui eu que toquei em você." Dei três tapinhas no peitoral dele, desafiante. "De nada!"
Me afastei, determinada a sair, mas ele me deteve com um gesto firme.
"Onde acha que vai?" Sua voz era séria, prendendo-me no lugar.
"Olha, é melhor você me deixar ir porque nesse exato momento estou sentindo uma imensa vergonha por tudo que fiz." Desviei o olhar dele, envergonhada.
"Tá bom! Obrigado pelo que você fez, mas realmente não precisava." Ele disse mais calmo, sua expressão suavizando, demonstrando um leve traço de gratidão misturado com desconcerto.
"Você estava quase cedendo a ela." Encarei-o seriamente, decidida a fazê-lo encarar a realidade.
"Não estava!" ele retrucou, mas sua voz vacilou, revelando uma vulnerabilidade que ele tentava esconder.
"Estava sim!" minha voz ecoou, firme.
"Tá bom! Estava!" Ele finalmente admitiu, cedendo à verdade.
"Eu posso ir?" Olhei para ele esperando uma resposta, mas ele permaneceu em silêncio, deixando-me na incerteza.
"Posso ou não posso?" Perguntei novamente.
"Pelo que conheço de Débora, ela vai ficar algum tempo esperando para descobrir se realmente somos um casal," ele finalmente respondeu, com um tom pensativo.
"Então o que devo fazer?" perguntei, sentindo-me perdida.
"Terá que passar a noite aqui!" Ele disse como se aquilo não fosse nada, enquanto o meu rosto ficava mais vermelho que um pimentão.
"Ninguém mandou você me beijar daquela forma," retrucou ele.
"Aquilo nem foi um beijo," falei sem graça, desviando o olhar, tentando minimizar o constrangimento.
"Não foi?" Ele riu ao me ver daquele jeito diante dele, sua risada era suave e capaz de preencher o silêncio tenso que havia entre nós.
Sentada sobre aquela enorme cama, pensei em Rose e em como ela diria que naquele momento eu estaria vivendo uma fanfic onde o casal só encontra um quarto para dormir e decidem dividir a mesma cama.
"Do que tá rindo?" Lohan perguntou ao me ver rindo, interrompendo meus devaneios, sua voz carregada de curiosidade.
"De nada!" Olhei para ele enquanto se aproximava de mim, com um sorriso brincando em seus lábios.
"Aqui!" Ele me passou um pijama dele.
"Tome um banho e troque de roupa."
"O quê?" minha surpresa foi evidente. Por que ele queria que eu trocasse de roupa? Será que havia chegado o momento onde a protagonista conquista o coração do mocinho ao vestir a roupa dele? Chega, Nicole, tá pior do que a Rose, repreendi meus próprios pensamentos e peguei o pijama que Lohan me cedeu.
De banho tomado, encontrei-o deitado na cama.
"Por que está aí?" Perguntei, confusa, sem entender suas intenções.
"Porque é minha cama? Não vai me dizer que achou que eu cederia a minha cama para você dormir? Esquece! Não sou tão cavalheiro assim." Sua resposta foi direta e um tanto áspera.
Aí, aí, por que eu não fui embora antes, por que eu tive que ajudar um idiota desse, pensei enquanto sorria para ele com uma vontade imensa de sufocá-lo com aquele travesseiro.
"Mas onde é que eu vou dormir?" perguntei, tentando manter a calma.
"Na cama!" ele respondeu casualmente, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
"O quê?" minha voz saiu mais alta do que o esperado, e coloquei a mão na boca em choque, sem acreditar na sua sugestão absurda.
"Não se preocupe... não toco em alunas," disse ele, virando-se e ficando de costas para mim, como se aquilo resolvesse tudo.
Devagar, levantei os lençóis e deitei na cama, pensando bem, até que a cama é bastante grande para nós dois.
Ao sentir o lençol quentinho sobre o meu corpo, uma onda relaxante tomou conta de mim, e um sorriso involuntário surgiu.
"Ser rico é muito bom!" Sussurrei para mim mesma, deixando escapar um pensamento.
"Já disse para não pensar tão alto assim!" A voz de Lohan me assustou, como se ele sempre estivesse atento ao que eu dizia.
No meio da noite, senti algo tocar o meu corpo, era a mão de Lohan. Pensei que ele estivesse dormindo, mas ao me virar, percebi-o olhando para mim
"Pensando bem, acho que irei abrir uma exceção no 'nunca toco em alunas'!"
"O que está fazendo?" Pergunto ao vê-lo se aproximar de mim.
"Não era isso que você queria ao me beijar daquela forma?"
Sua mão direita tocou suavemente o meu rosto, os olhos dele pareciam vidrados sobre os meus lábios, e com o seu polegar ele os tocou, enviando um arrepio pela minha espinha.
"Acho melhor pararmos!" Respondi já ofegante, surpreendendo-me com a rapidez com que minha respiração havia se alterado.
"Você tem certeza?" Ele sussurrou, mordendo o lóbulo da minha orelha logo em seguida.
"Seus lábios, é o meu maior desejo agora, mas antes, preciso que me dê permissão para tocá-los," disse com sua voz rouca, deixando-me ainda mais excitada.
Por um momento, pensei em recusar, mas ao vê-lo daquela forma, percebi que o desejava. Então, fechei os meus olhos, esperando que ele tomasse os meus lábios com o seus.
"Senhorita Cooper..."
"Sim..."
Senhorita Cooper..."
"O quê?"
Ao abrir os meus olhos, percebi que tudo aquilo não passava de um sonho.