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A noite era uma imagem de luzes de néon e longas sombras, e lá estava eu, no meu canto habitual, à espera que o amanhecer me trouxesse alguma oportunidade. Ezequiel estava ao meu lado, sua expressão séria refletindo a dureza de nossa vida.
- Zoe, tem a certeza de que quer continuar isto? - Perguntou, a voz dele, um sussurro no barulho da cidade.
Antes que eu pudesse responder, uma limusine chique parou na nossa frente. A porta se abriu. Um cara, bem-vestido e com uma atitude que insinuava que ele tinha dinheiro e poder, se aproximou.
- Zoe Salinas? - Perguntou, os olhos fixos em mim.
- Sim, sou eu! - Eu respondi, sentindo um frio correndo pelas minhas costas.
- O meu patrão quer te ver - disse, num tom que não admitia discussões.
Ezequiel tensionou ao meu lado, seu rosto pálido na luz fraca da rua.
- Zoe, não! - Exclamou - Esse homem é muito perigoso. Não devia ir com ele.
O tipo não hesitou com o aviso de Ezequiel. Em vez disso, sua expressão tornou-se fria e ameaçadora. Ele sacou uma arma, apontando-a diretamente para a cabeça do meu amigo.
- Repito novamente: o chefe quer que você venha comigo.
Meu coração estava batendo forte. As consequências de não obedecer eram muito claras. Ezequiel olhou para mim com medo, e isso me desarmou.
- Não o machuque ou... - Eu disse, a minha voz tremeu. - Ok, eu vou contigo.
O cara colocou a arma em sua jaqueta e acenou com a cabeça, um sorriso sinistro aparecendo em seu rosto.
- Perfeito. Agora, vai para a limusina.
Com o coração na garganta, fiz o que ele pediu. Quando entrei, o interior era tão luxuoso quanto o exterior. Um homem atraente estava sentado.
- Sou o Ramon Salvatore -apresentou-se, os olhos escuros a observar-me com interesse.
- I... - Começou a dizer, preparando-se para oferecer os meus serviços, como sempre fiz.
Mas antes que eu pudesse chegar perto, Ramon levantou a mão, gritando:
- Não me toque!
Intrigada, sentei-me à sua frente, sentindo a tensão no ar. A limusine começou a se mover em silêncio, a cidade deslizando pela janela como um sonho que não podia ser alcançado.
- Para onde me está levando? - Perguntei, tentando manter a calma enquanto o medo se agachava no meu peito.
Ele não respondeu, ele somente olhou para mim com uma intensidade que me fez sentir exposta. À medida que avançávamos, a limusine se afastou da agitação da cidade, levando-nos a um destino desconhecido.
No final, chegamos a uma mansão cercada por luzes fracas e casas nos arredores que pareciam manter seus próprios segredos.
- Bem-vindo à minha casa - Ramon disse, delineando um sorriso que não conseguia alcançar seus olhos.
Entramos em sua casa e a opulência me tirou o fôlego. A mansão era mais bonita do que eu poderia ter imaginado, com decorações sutis e uma luz suave que parecia abraçar tudo. Ramon se aproximou de uma gaveta e tirou um par de luvas brancas, inserindo-as em suas mãos com um gesto quase ritual.
- Fique nua - ele disse, a sua voz fria e autoritária.
Meu coração estava batendo forte. A ordem ecoou em meus ouvidos enquanto eu começava lentamente a tirar minhas roupas. Quando finalmente revelei minha lingerie, senti seus olhos correndo pelo meu corpo, tocando com luvas como se estivesse procurando algo escondido. Eu estremecia com sua exploração, umas cócegas na minha pele.
- Você é linda - murmurou, mas seu tom não tinha sinceridade.
Ele tirou as luvas e sentou-se, observando-me com uma intensidade que me fazia sentir pequena. Aproximei-me dele, incapaz de resistir à atração. Coloquei minha mão em seu peito, e um rosnado profundo saiu de sua garganta. Seus olhos começaram a escurecer, como se uma tempestade estivesse se formando dentro dele.
- Não me toque - ele disse, e o seu olhar congelou - Eu não quero que uma prostituta como você me toque.
O golpe de suas palavras me atingiu como uma desilusão. Eu me virei rapidamente quando a raiva começou a borbulhar em mim.
- Para onde você acha que está indo? - Ele perguntou, seu tom era ameaçador.
- Vou procurar outro cliente - respondi, a minha voz firme, apesar do medo que começava a cercar-me.
Ramon se aproximou, seu rosto se enchendo de raiva reprimida.
Ele mal conseguia responder quando um rosnado ecoava em seu peito, enchendo o ar com uma tensão palpável. Senti como se o tempo parasse e o ar ficasse pesado.
Antes que eu pudesse reagir, ele pegou um punhado do meu cabelo, puxando minha cabeça para trás, seus olhos negros fixos nos meus, brilhando com uma ferocidade que me assustou e, ao mesmo tempo, me excitou.
- Não mencione outro cliente quando estiver comigo - rosnou, a voz dele a levar consigo qualquer indício de desafio que ele possa ter tido.
E então, sem aviso, ele me beijou. Foi um beijo selvagem, cheio de necessidade e desespero. Naquela época, todas as minhas reservas desapareceram. Ninguém havia me beijado assim antes, e a paixão que emanava dele acendeu um fogo dentro de mim.
Minha calcinha ficou molhada em resposta à queimação dela, e o rosnado de Ramon ecoou no meu peito, acendendo uma chama que eu nunca soube que existia em mim. Cada segundo do beijo era um turbilhão de emoções, uma mistura de desejo, medo e um fascínio que ele não podia controlar.
Ele se afastou de mim, e seus olhos passaram de um marrom quente para um homem negro profundo que devorava tudo de branco de seu olhar. A transformação foi aterrorizante e deveria me assustar, mas por alguma razão, essa escuridão me fez sentir protegida. Era como se um instinto primitivo estivesse me dizendo que, ao seu lado, era impossível que algo me machucasse.
- O que quer de mim? - Perguntei, tentando recuperar o controle da situação - Uma hora? Uma noite, como os outros clientes?
Assim que terminei a pergunta, a palavra "cliente" saiu dos meus lábios e, em um instante, seus olhos castanhos escureceram completamente, cobrindo seu olhar absolutamente negro. Uma sensação de adrenalina percorreu meu corpo e um arrepio involuntário tomou conta de mim.
Ele se aproximou de mim com uma velocidade que eu mal podia antecipar, e antes que eu pudesse reagir, ele me levou pela cintura, levantando-me do chão e me jogando na cama com um movimento súbito.
- Eu pago o que quiser - ele disse, a voz baixa e pesada enquanto se inclinava para mim, os olhos negros cheios de desejo - Mas agora preciso fazer de minha, e não vou ser suave. Pago-te o dobro se aguentar.
Meus pensamentos se dispersaram naquele momento. A mistura de sua promessa de dinheiro e a intensidade de seu olhar escuro me fez sentir preso entre medo e excitação. Parte de mim queria escapar, mas o outro lado, aquele que começou a se deixar levar por essa conexão inexplicável, sentiu como essa faísca me deu vida.
- Por que você acha que posso segurar? - Eu respondi, tentando fazer minha voz soar desafiadora, embora eu soubesse que desejava que o beijo selvagem anterior fosse repetido.
- Porque não sou como os outros, disse Zoe-, o seu tom assassino e persuasivo. Ele inclinou-se para mais perto, o seu hálito quente a correr pela minha pele - Esta noite será diferente.
O que ele disse ressoou em minha mente e, naquele momento, senti a linha entre o que eu realmente queria e a razão da minha vida borrada ainda mais. Meus instintos me disseram que eu estava prestes a atravessar uma fronteira. Mas, no fundo, uma curiosidade palpável começou a despertar dentro de mim.
- Ok - eu disse finalmente, tentando manter a minha voz firme - Mas se você quiser que eu segure, você terá que ter certeza de que isso é bom.
Um lampejo de surpresa cruzou seu rosto e então ele sorriu, com um brilho escuro em seus olhos que me fez tremer.
- Gosto da tua bravura - murmurou, e num instante, ele caiu de volta em mim, com os lábios a reclamar os meus com uma urgência selvagem.
Os grunhidos que saíam de sua boca eram como um eco de desejo, ecoando pela sala, fazendo com que uma excitação palpável emergisse em mim, intensificando cada pulsação do meu coração. Senti minha calcinha começar a ficar molhada, prestes a pingar, e a conexão entre nós se tornou elétrica, testando meus limites enquanto me entregava ao seu magnetismo.
Enquanto seus lábios se moviam com paixão e o som profundo de seu rosnado enchia o ar, toda a lógica e o julgamento desapareciam; somente o fogo permanecia que ele abanava em mim, deixando-me completamente à sua mercê.