Uma dose de natal, uma pitada de sacanagem
img img Uma dose de natal, uma pitada de sacanagem img Capítulo 3 A reflexão
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Capítulo 6 Novos sentimentos img
Capítulo 7 O Papai Noel img
Capítulo 8 Sem pensar em nada img
Capítulo 9 Se entregando ao prazer img
Capítulo 10 Cor de caramelo img
Capítulo 11 Cacetão preto img
Capítulo 12 Ai preto img
Capítulo 13 Reflexão img
Capítulo 14 Quanto mais melhor img
Capítulo 15 A despedida img
Capítulo 16 Minha melhor versão img
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Capítulo 3 A reflexão

RENATA RODRIGUES

Peguei uma tesoura e no fervor da raiva, comecei a cortar todas as camisas do meu marido, não sobrou uma para contar a história, desde as mãos baratas, até às mais caras! Cortei as calças, bermudas e até cuecas e tudo virou retalhos! E tão comecei a lançar todas pela janela!

- AI ESTÃO SEUS TRAPOS!

Henrique começou a me chamar de louca e foi embora daqui sem levar nada, apenas a bermuda que estava em seu corpo.

Quando ele se foi eu desabei e comecei a chorar! Mas não era um simples choro, como já tinha chorado várias vezes, era um choro que vinha da alma, um choro sofrido, eu sentia uma dor de luto, como se eu tivesse perdido um ente querido e ali eu chorei até não ter mais forças, chorei até não ter mais lágrimas, até me sentir oca, vazia, eu estava dilacerada.

Meu casamento com Henrique tinha esfriado, entrado na rotina, mas nunca imaginei que ele fosse capaz de me trair e ainda mais trazer sua amante para dentro de nossa casa, em cima da nossa cama! Voltei a chorar, me sentir a pior mulher do mundo, um lixo, feia e sem expectativa de nada, tudo que eu sabia era que amanhã teria que está de pé e bem para ir buscar meus filhos e cuidar deles.

Passei a noite sem conseguir dormir, chorei a madrugada toda, tentei descobrir onde eu tinha errado, me sentir pouca, insuficiente, mas eu tinha que continuar pelos meus filhos.

Quando o dia amanheceu, tomei um banho, coloquei uma roupa qualquer e fui obrigada a passar um corretivo e base no rosto para esconder a noite mal dormida, as olheiras e fui na casa da minha irmã.

Quando chego na casa de minha irmã Sara, ainda era bastante cedo, as crianças ainda dormiam, meu cunhado também estava dormindo, então aproveito para contar a ela o que aconteceu.

- aquele arrombado de merda, eu bem que não ia com a cara da Carol e te falei isso várias vezes, ela era boazinha demais, tinha caroço nesse angu.

Era verdade, Sara sempre me alertou sobre a Carol, sobre ela sempre se enfiar dentro da minha casa toda prestativa, mas eu achava que era implicância da minha irmã e nunca dei ouvidos, agora deu no que deu.

- não chora irmã, aquele trambolho não merece suas lágrimas!

Choro um pouco no ombro de minha irmã.

- deixa as crianças aqui comigo uns dias, até você ficar melhor, não vai ser bom para elas te verem assim, eu cuido de tudo, levo elas a escola, vou seguir toda a rotina!

- você faria isso por mim?

Pergunto com os olhos cheios de lágrimas e minha irmã me responde prontamente em segundos, sem nem precisar pensar:

- eu faria qualquer coisa por você Rê, você é minha irmã amada, minha casula, se você precisar do meu sangue ele é seu, do meu rins eu te dou, eu amo você!

Nos abraçamos e me sinto emocionada, eu faria o mesmo por minha irmã!

- obrigada Sara, eu também amo você!

- eu quero que você fique bem, se precisar conversar é só ligar, se precisar passar uns dias aqui também, minha casa é sua casa!

Eu agradeço e me despeço, já em casa, faço duas mochilas, uma para cada um dos meus filhos, com roupas, fardamento escolar e tudo que eles vão precisar, para passar uns dias na casa de minha irmã, meu cunhado passa em minha casa para buscar as mochilas.

- sabe que pode ir ficar lá com a gente, não sabe Rê?

Ele fala, me olhando com pena, meu cunhado é um cara legal, mas seu olhar de pena acaba comigo.

- eu sei Gustavo, obrigada, mas eu vou ficar bem, vocês já estão fazendo tanto ficando com as crianças.

- imagina, nos amamos seus filhos, assim como amamos a Luiza, vamos cuidar muito bem deles.

Luiza é minha sobrinha, filha da minha irmã e do Gustavo, ela tem 6 anos e eles optaram por terem apenas um filho.

- eu sei disso, obrigada mais uma vez.

Meu cunhado se vai, eu entro em casa e me tranco, me jogo no sofá, só quero ficar aqui quieta, sem fazer nada!

Não sei quantas horas se passaram quando ouço meu celular virar, me arrasto até ele e vejo o nome Marido! Fecho os olhos e deixo o celular tocar, eu não quero falar com Henrique, a cena dele fodendo a Carol não sai da minha cabeça, então começo a pensar várias bobagens! E se eu perdoa-lo e tentar salvar meu casamento? Afinal, temos dois filhos juntos e como ele disse: Ninguém iria me querer com dois filhos!

Não, eu não posso aceitar ele de volta, onde está meu amor próprio? Começo a pensar como será minha vida de mulher separada e sinto medo de não conseguir, eu vou conseguir dar conta de tudo? Fico com medo, a insegurança do futuro bate forte e eu choro!

Henrique liga muitas outras vezes, eu não atendo, será que ele não tem bom senso e não se toca que não quero falar com ele?

Eu não voltaria para Henrique, ele me traiu e não confiava mais nele, não importa o quanto as coisas ficariam difíceis, eu não o aceitaria novamente em minha vida, procuraria um emprego, criaria meus filhos com dignidade, exigira que ele pagasse a pensão pois era direito dos meus filhos, eu sabia o que tinha que ser feito, só precisava ter forças para fazer, por hora eu só conseguia priorizar a minha dor.

continua...

Postado mais um capítulo meus amores.

            
            

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