img

O Submisso da CEO

LuadMel
img img

Capítulo 1 🦋 Contrato de Demissão🦋

O olhar dela caiu sobre a pasta negra quando foi jogada em sua direção.

A xícara entre os dedos mal chegou aos lábios lhe tirando o foco da manhã. Ajeitou a mecha do cabelo para o lado ao segurar a pasta e abrir folheando duas vezes antes de subir o olhar para o homem ao seu lado.

Já passava das nove da manhã e seu estômago roncava buscando alimento. Sua noite havia sido esplêndida, o cansaço em suas pernas e as olheiras abaixo dos olhos denunciavam sua animação. Contudo, não parecia o mesmo para o garoto sentado do seu lado esquerdo da mesa.

Com o café diante de si, achou que o início da semana seria perfeito. Mas que droga era aquela jogada em seu rosto?

- O que isso significa? – A voz saiu mansa, rouca e incrédula. Não esperava isso de um homem que não tinha opção de aceitar ou negar algo. Tinha apenas que acatar as ordens sem pestanejar.

- Entende mais de contratos do que eu, então imagino que deva saber exatamente o que quero dizer – O garoto bateu a xícara na mesa e Laissa o olhou de canto descendo o olhar para o peitoral desnudo e ferido por suas unhas, tal como os braços musculosos e chegou nos pulsos, onde havia feridas, marcas... seria algemas?

- Ah, eu entendi. Não poderia haver marcas – O garoto ergueu os pulsos mal lembrando daquilo - Tudo bem, pode passar na sala de Mariane mais tarde, ela lhe entregará um cheque – Avisou ao levantar e sair dali sem olhar para trás

- Espere. – Laissa parou de andar na mesma hora. Odiava quando alguém lhe dava qualquer comando. Virou lentamente ainda com sua xícara de café e aproveitei a brisa do dia que invadiu sua casa esvoaçando o robe daquela manhã. - É só isso que você vai falar?

- Ainda estar em minha casa, e eu não admito que me dê ordens. – Jogou seus cabelos para trás - E não tenho nada a dizer.

- Passamos quatro anos juntos e você só me manda para sua assistente? O que eu sou pra você? – A mulher dobrou seu pescoço para o lado querendo rir. Outra vez a brisa voltou a correr por sua sala de luxo lhe trazendo frio.

- Não tem permissão para me chamar de você. Eu sou a sua mestre – Bradou dando um passo à frente e o homem, um para trás - Acabou de assinar o contrato de demissão, então deve receber muito bem por seus quatro anos trabalhados – Ele abaixou os olhos - É um funcionario como qualquer outro, totalmente substituível, descartável. Já conseguiu o que queria, então suma da minha frente, amanhã outro já estará em seu lugar.

Tornou a girar sob os saltos de marca e subiu cada degrau com elegância e paciência que tinha, muito bem educada e formada em sete tipos de aula de etiqueta, e nenhuma delas lhe ensinaria a manter sua postura dentro das quatro paredes de seu quarto uma vez estando sozinha.

A xícara de porcelana desenhada a mil e quinhentos anos atrás e dada de presente completando um jogo de peças raras a sua tataravó que passou de geração em geração até chegar em suas mãos se quebrou em mil e quinhentos pedaços quando foi de encontro a parede do quarto junto a um grito de pura fúria e ódio.

Correu até a cama discando o número de sua assistente que atendeu no primeiro ato.

- Eu não quero saber se você está tendo um bom dia, aquele idiota incompetente chegará a sua mesa em menos de trinta minutos. Eu quero que você suma com ele. Dê tudo que precisar e faça com que nunca mais nos encontramos ou você será demitida. – Levantou indo até a janela apenas para ter certeza que ele iria embora. - ENTENDEU? DEMITIDA.

Largou o celular outra vez, se afastando da janela quando ele ainda virou para lhe procurar. Ele iria lhe ver ali.

Percorreu seu closet escolhendo outro de seus ternos negros tal como os sapatos e o sobretudo que jogou por seus ombros, a, claro, jamais sairia de casa sem seu chapéu.

- Senhorita Chase – Parou no quarto outra vez quando sua empregada ergueu-se medrosa. - Está muito elegante.

Laissa a olhou dos pés à cabeça antes de deixar o quarto. Outra vez desceu aquelas escadas com elegância e cruzou a saída já encontrando a porta do carro aberta. O motorista sequer disse uma palavra, depois de anos e anos trabalhando para aquela mulher, dias que usava roupas pretas era como um luto interno e quanto menos falasse, mais tempo ficaria empregado.

Seant era uma cidade muito bonita, e com a chegada do inverno o frio começava a vir com mais intensidade, entretanto, o sol continuava no sol queimando mesmo na frieza qualquer pele que ousasse se expor.

Foi calmo prestando atenção no trânsito e deixando que a mulher admirasse a beleza da cidade, sabia que ela gostava disso. Tudo que podia fazer para o dia dela começar bem, ele fez a deixando prontamente na entrada do seu prédio e seguindo para o mais longe possível. Agora a responsabilidade era de outras pessoas.

Seguiu firme por aquele andar e subiu para sua sala. O corredor até ela era extenso, mas o suficiente para se ver longe de todas as outras pessoas presentes naquele lugar. Ter um andar apenas para sua sala foi sua única exigência quando assumiu os negócios da família. Quanto menos gente pudesse ver, melhor para sua mente criativa e elegante.

Passou por sua sala encontrando a assistente diante da mesa.

- Eu preparei seu café – Laissa olhou para uma mesa de posta no meio da sala. Isso era bom, pois durante foi durante o café da manhã que teve sua semana inteira fracassada com poucas palavras e muitos papeis.

Virou em direção a mesa e Mariane correu para aparar a bolsa que a outra carregava junto ao chapéu que foi apenas largado no ar.

- Cancelei toda sua agenda hoje com os clientes menos importantes, mas não consegui desmarcar o jantar com sua amiga. Ela deixou claro que viajará amanhã ao meio dia. – Parou do outro lado apenas para assistir Laissa.

A elegância em sentar de lado e arrumar seus cabelos antes de buscar pela xícara e uma pitada de açúcar. Em cada pulso uma pulseira que custava no mínimo a sua casa e o carro que comprou após três anos economizando, em seus dedos apenas um anel com uma esmeralda maior que os olhos da dona e nas orelhas esmeraldas em três tamanhos formando uma corrente de cima para baixo, tão elegante e luxuosa para uma manhã escura na vida dela.

E claro, o usual conjunto negro tal como sua alma.

- James... – O corpo de Laissa travou. Devagar, devolveu a xícara para seu lugar e encarou a mulher do outro lado - Chegou no horário e já foi embora. Assinou todos os documentos e o contrato de confidencialidade com uma multa milionária caso toque em seu nome.

- Ótimo. – Ergueu-se outra vez e desfilou pela sala chegando às janelas de vidro. - Ele disse alguma coisa?

- Não senhora. Veio em silêncio e se foi.

- Mariane... Eu não gosto de mentiras, você sabe disso e não quero ter que demitir outra pessoa hoje – a voz era tão fina como uma pena, delicada como algodão, mas tão ameaçadora quanto uma arma apontada em sua cabeça.

- Ele a chamou de louca – Contou de uma vez, Laissa girou em direção a mulher - Disse que não faz questão de cruzar seu caminho porque quer distância. Que uma mulher linda como a senhora não deveria maltratar homens para seu prazer. E desejou que todo sofrimento que o fez passar, volte em dobro para seus ombros.

- Maltratar? – Ela caminhou de volta para o sofá juntando as pernas ao sentar - Eu não maltratei aquele homem, eu o puni como era merecido. Que tipo de pessoa ele é? Não foi capaz de agradecer por ter sido leve com ele.

- A senhora usou algemas.

- É algo normal. Não vejo problemas nisso – Pegou seu café.

- Usou fogo para queimar as feridas.

- Ele tinha uma palavra de segurança.

- Feridas que a senhora abriu com um chicote.

- CHEGA! – A garota se esquivou quando outra xícara foi arremessada em sua direção. - Vou visitar um novo prédio para uma possível compra.

Avisou ao ficar de pé, calma, elegante, fina e seguiu para a mesa buscando suas anotações e enquanto caminhava para a saída, recebeu o chapéu e sua bolsa de volta ao pé da porta.

- Ah e... encontre outro. – Sorriu para Mariane que engoliu a seco.

- Outro prédio?

- Um Submisso. Um bonito, forte, quero na minha casa amanhã pela manhã.

- Amanhã de manhã a senhora tem que escolher modelos para uma campanha de moda íntima. A agência organizou um desfile. – A chefe a olhou dos pés a cabeça antes de colocar seus óculos.

- Então amanhã antes da lua tomar o lugar do sol.

E deu as costas deixando uma mulher desesperada para trás.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022