AMOR e GUERRA
img img AMOR e GUERRA img Capítulo 4 O perigo é o refúgio
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Capítulo 6 Um inimigo obcecado img
Capítulo 7 O Resgate img
Capítulo 8 O Amor é paciente img
Capítulo 9 Amanhecer em Guerra img
Capítulo 10 Continua... img
Capítulo 11 O começo de uma guerra img
Capítulo 12 O inimigo vive nas sobras ! img
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Capítulo 4 O perigo é o refúgio

Luca deixou Lua em casa e ficou alguns segundos observando o olhar calmo dela. Havia algo em sua expressão que o fazia querer protegê-la de todo o resto do mundo. Ele a envolveu num abraço demorado - silencioso, cheio de cuidado - antes de se despedirem.

Assim que entrou, Lua ouviu o toque insistente do telefone. Um número desconhecido.

- Alô, quem fala? - perguntou, confusa.

Do outro lado, uma voz fria respondeu:

- Então você atendeu, Lua... achei que fosse me ignorar. Sabe o que aconteceu por sua causa? Quase morri hoje, e vi você bem próxima daquele italiano.

O coração de Lua acelerou. Ela reconheceu a voz.

- Matias... por favor, me deixa em paz. O que você fez comigo foi imperdoável. Eu confiei em você e você me destruiu.

Ele riu, um som que a fez estremecer.

- Você ainda vai entender o que é perder o controle, Lua. Não vou permitir que outro ocupe o lugar que é meu.

Antes que ele terminasse, ela desligou o telefone com as mãos trêmulas. O medo a invadiu por completo.

A mãe apareceu na porta, preocupada.

- Lua, o que foi, minha filha? Está pálida.

- Nada, mamãe... só um susto bobo.

- Venha, precisamos experimentar o vestido do seu grande dia.

Durante o resto da tarde, Lua tentou sorrir. Ajudou nos preparativos do casamento, mas o pensamento insistia em voltar àquela voz ameaçadora. Quando a noite chegou, o sono simplesmente não veio.

Deitada, encarando o teto, ouviu novamente o toque do telefone.

- Eu disse que ainda te vejo, Lua - a voz repetiu, agora quase sussurrando. - Amanhã você se casa... mas lembre-se: ninguém te entende como eu.

O corpo dela gelou. Correu para fechar as janelas, mas o toque voltou, insistente, cada vez mais intenso.

Apavorada, ela ligou para Luca.

- Alô, Lua? O que aconteceu? - a voz dele soou firme, preocupada.

- Luca... ele ligou de novo. Disse que está me observando. Estou com medo... por favor, vem até aqui.

- Fica na linha, eu já estou a caminho. Não desligue.

Minutos depois, o carro dele parou em frente à casa. Os seguranças revistaram a área antes que ele subisse. Lua abriu a porta devagar, e quando o viu, correu para os braços dele.

Luca a abraçou com força, passando a mão pelos cabelos dela.

- Está tudo bem. Eu trouxe meus homens, ninguém vai se aproximar de você.

Sentaram-se na cama, e ela repousou a cabeça no peito dele, ainda trêmula. Luca mantinha o olhar atento, uma arma repousava sobre o criado-mudo - não por violência, mas por precaução.

- Luca... desde quando você vive nesse mundo perigoso? - perguntou em voz baixa.

- Desde que nasci. Mas nunca quis te assustar com isso - respondeu, sério. - Só quero que saiba que jamais vou permitir que alguém te machuque, vou proteger você com a minha vida se for preciso.

- Por que seu avô quis que eu fosse sua esposa? Sei que não é só por ser amigo do meu pai.

- Porque viu em você o que eu ainda não tinha percebido - disse, olhando nos olhos dela. - Você é luz, Lua. E talvez eu precisasse disso.

Ela sorriu, emocionada.

- Acho que estou me apaixonando por você, Luca, mesma que pra nossas Famílias seja apenas por interesses.

Ele respirou fundo, tocando o rosto dela.

- Então amanhã não vai fugir de mim, certo?

Os dois sorriram. Pela primeira vez em horas, Lua sentiu o coração em paz.

-não vou fugir.

Eles se olham até deixar Luca desconsertado

- Já é tarde, amore mio. Tenta dormir, eu fico aqui - disse ele, deitando ao lado dela.

- Não quero dormir... quero ficar aqui, assim, abraçada com você.

- Tudo bem, pequena. Eu fico.

Ela se aconchegou e começou a adormecer. Pouco depois, ouviu o som do carro dos pais chegando.

- Luca, vai embora, meu pai vai te ver!

Ele sorriu.

- Calma, amor. Eu avisei que ficaria até eles voltarem. Está tudo bem.

Luca se levantou, deu um último beijo na testa dela e sussurrou:

- Te protegerei com a minha vida, Lua. Nos vemos no altar.

Ela sorriu, aliviada.

- Até amanhã, amore mio.

            
            

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