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ESTER
O som da tempestade me atingiu profundamente enquanto eu tremia na cadeira azul. Minhas mãos e pernas estavam amarradas, e meus olhos estavam vermelhos de lágrimas não derramadas. Eu estava tão cansada de chorar e me sentindo tão fraca.
Meus olhos se ergueram para a lâmpada acima. Tentei soltar a mão lentamente, mas não consegui. Oh, Deus! Por favor, me ajude a sair dessa confusão.
Tentei soltar a mão novamente, mas não adiantou. Parecia que eu estava perdendo tempo. Por que aquela maldita coisa estava tão apertada dessa vez? Sim, não era a primeira vez que eu era jogada nessa situação. Meu padrasto tinha me encontrado e me vendido para uma quadrilha de tráfico de pessoas, mas, de alguma forma, eu tinha escapado. Minha felicidade durou pouco quando fui pega pelos homens dele e vendida para outra quadrilha.
Minha teimosia era a única coisa que me mantinha em movimento, mas mesmo isso não era suficiente. Eu era jogada como um par de sandálias de um lado para outro, enquanto reclamavam da minha teimosia. Em uma semana, eu já tinha passado por cerca de dez organizações criminosa.
Agora, eu estava preso ao Thiago. Ele era um homem que, segundo rumores, era insensível e comandava operações da máfia. Mas isso não me impediria de tentar meus truques básicos. Um dia me soltariam se se cansassem de mim.
O som da porta batendo contra a parede ricocheteou em mim, acompanhado de passos cuidadosos. Engoli o nó na garganta enquanto me esforçava para não demonstrar medo. Minhas mãos tentavam lentamente soltá-la, mas a corda estava forte demais.
Thiago se aproximou do meu campo de visão, com uma das mãos na cintura e a outra segurando o charuto enquanto soltava baforadas de fumaça no ar. Ele deu um sorriso irônico e cuspiu nas minhas pernas, me fazendo estremecer.
O desgraçado era baixo, gordinho e cheirava a tabaco e sangue. Ele me circulou lentamente antes de puxar meu cabelo para trás com força. Engoli em seco ao olhar para aquele rosto feio.
- Sua vagabunda. Me disseram que você anda dando trabalho para muita gente. - ele resmungou.
Apesar do meu medo, um sorriso frio curvou meus lábios.
- E você não será isento, seu filho da puta. - xinguei.
Ele puxou meu cabelo com força, e um grito escapou da minha boca. Minha cabeça balançou lentamente para trás, e eu engasguei com as lágrimas.
- Uma vagabunda como você deveria saber o seu lugar. Você nem é bonita. Você é uma filha da puta comum com esse ruivo falsificado, então por que é arrogante? Vagabundas como você deveriam lamber os sapatos dos superiores e nada mais.
Eu não conseguia dizer nada enquanto lutava para conter a dor que sentia. Meu cabelo era mais verdadeiro que aquele implante dele. Meus olhos tentaram se fechar, mas eu os forcei a abrir. Eu poderia ser pega de surpresa se ele tentasse alguma coisa.
Thiago de repente pegou uma cadeira e sentou-se, olhando para mim com seus olhos esbugalhados. Lancei-lhe um olhar furioso para demonstrar meu ódio por ele, mas ele não se importou.
- Olha, vadia. - disse ele friamente. - Quero ver se você sabe dançar para um homem. Então, quando eu te soltar, quero que você balance essa sua cintura fina. Preciso ver se você é perfeita ou uma perda de tempo.
Eu assenti uma vez.
- Acredito que você tem voz. Não deixe que eu te bata mais. - ressaltou.
Respirei fundo e murmurei:
- Eu ouvi, senhor.
Ele resmungou e se levantou.
- Feche a porta. - informou a alguém nas sombras.
Ouvi a porta se fechar um pouco e torci com todas as forças para que, desta vez, tudo corresse conforme o planejado. A sensação fria do vidro quebrado estava presa às minhas coxas. Minha saia fina tornaria mais fácil retirá-lo. Thiago, alheio às minhas conspirações, avançou lentamente. Puxou uma navalha e cuspiu em cima dela. Esse homem era nojento pra caramba. Tentei controlar meu reflexo de vômito enquanto olhava diretamente para ele. Ele se moveu para trás de mim, cortando as cordas.
As cordas caíram no chão e eu estava livre. Esperei, apenas para ser puxada com força pelos cabelos. Cambaleei para trás, incapaz de me equilibrar novamente.
- Dance. - ele disse, afastando-se de mim.
Recuei um pouco e girei o corpo como se estivesse dançando, mas minhas mãos logo encontraram o vidro preso à minha coxa. Não perdi tempo em puxá-lo, ele cortou minha pele, mas estava dormente. Movendo-me como se estivesse em chamas, girei-me e corri o mais rápido que pude até Thiago, rasgando sua camisa o suficiente para fazer suas costas sangrarem.
Engoli em seco quando suas mãos se afastaram, apertando as minhas como ferro. Tentei puxar minha mão, mas foi inútil. O vidro escorregou no momento em que ele se virou para mim.
Thiago parecia ser o próprio demônio.
- Você está morta, vadia. - disse ele friamente.
- Eu...
Ele me deu um tapa com as costas da mão, e minhas bochechas se contraíram em choque. Eu estava vendo faíscas, mas então fui atingida mais uma vez. Quando meus joelhos tocaram o chão, roçaram no vidro.
Virei-me, minhas mãos trêmulas se juntando diante da minha visão turva.
- Desculpe. - suspirei.
Ele rosnou de raiva, cuspindo palavrões enquanto me chutava no peito. Deslizei bruscamente pelo chão. Levantei os dedos, tentando usá-los para me defender, mas estava ficando mais difícil fazer isso naquele momento.
Senti suas mãos me puxando pelos tornozelos e lutei para que ele me soltasse, mas ele me jogou contra o chão, fazendo com que um grito escapasse da minha boca. Thiago rasgou minha saia com uma das mãos, e seu rosto surgiu em minha visão.
- Ester, a partir de hoje, você será a prostituta das minhas aventuras, e eu serei o único a te usar. Ninguém faz nada e sai impune. - ele falou antes de cuspir na minha cara.
Em seguida, ele me agarrou pela cintura, e senti algo duro me atingir. Meus olhos se arregalaram em choque, e quando tentei impedi-lo, ele agarrou minhas duas mãos, prendendo-as atrás de mim. Uma dor percorreu meu corpo enquanto eu era profanada.
- Não... - sussurrei.
Sua risada fria soou como uma maldição. Ele usou a outra mão para me bater nos seios e no rosto. Após 5 minutos de abuso, ele se levantou. Minha visão turva o flagrou fechando o zíper da calça enquanto saía do quarto. Toquei meu peito enquanto me esforçava para controlar a dor, mas era muito difícil.
Meu corpo tremia em soluços enquanto eu apertava as pernas, o que doía pra caramba.
- Acabou. - sussurrei sem parar. Não havia esperança. - Mãe, pai, eu tentei lutar, mas não consigo mais. - eu disse enquanto chorava.