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VITTORIO
O nome dela era muito bonito, e isso só me fez desejá-la. Eu não entendia a atração, mas, de alguma forma, percebi que seria bom tê-la na minha equipe. Eu lidaria com ela melhor do que os outros.
- Esse é um nome bonito. - Elogiei calmamente.
Ela não disse nada a esse respeito, e Pietro reclamou que ela não era a pessoa certa para mim. Ignorei-o como uma mosca, perguntando-me por que ele não calava a boca. Pela primeira vez, notei que ela usava não estava propriamente vestida. Isso era bom. Ela me seria útil com o passar do tempo.
Peguei a mão dela e caminhamos para o lado, longe dos ouvidos de Pietro. Ela tentou soltar as mãos, e eu a deixei fazer o que quisesse.
- Por que você me arrastou até aqui? - Ester choramingou.
Dei um sorriso irônico.
- Você achou que eu estaria interessado em fazer o quê?
Os olhos dela ficaram arregalados de choque.
- Não, eu... O que estou tentando dizer é que eu não pensei nisso. Eu jamais teria um pensamento tão vulgar com um cavalheiro como você. - ela se justificou.
- Ok, tudo bem. - eu disse, impaciente. - Não tenho tempo para conversar com você agora porque estou em uma situação difícil. Então, vou direto ao ponto. Quer que eu te liberte deste lugar horrível?
- Sim. - ela respondeu sem hesitar.
Mas então, percebi que ela estava cabisbaixa enquanto jogava o cabelo para trás. Eu só conseguia imaginar o que ela poderia estar pensando. Eu era um homem de negócios e era essencial saber no que estava me metendo a cada momento.
- Então...
- Espere. - ela disse rapidamente.
Levantei a sobrancelha para ela.
- O que foi?
Ela olhou em volta para se certificar de que ninguém estava por perto e disse:
- Eu sei que você não faria algo por mim sem que houvesse uma condição. Você quer alguma coisa, certo? O que é? Preciso saber no que estou me metendo. - Garota esperta.
Dei um sorriso misterioso.
- E se eu te dissesse, você recusaria?
Ela hesitou um pouco, e eu percebi que estava dividida sobre qual decisão tomar naquele momento, o que me fez sorrir por dentro. Ela era uma beldade desesperada que queria escapar. Seu tipo era difícil, mas ainda assim, fiquei feliz por ela querer lutar.
- Bem... - disse ela enquanto olhava para Pietro - não quero que você mude de ideia, só quero me preparar para o que quer que seja.
Assenti e coloquei as mãos no cinto.
- Eu te conto tudo quando você sair daqui. Olha, você precisa saber de uma coisa: eu não tolero um "não" como resposta. Se eu te salvar e você tentar me enganar, você não vai mais gostar das consequências. Sou um homem simples e gosto das minhas coisas simples também.
Ela se aproximou de mim, olhando-me nos olhos.
- Não sei se me arrependeria, mas acho que ir com você seria melhor do que ficar com essas pessoas. Não quero mais que eles fiquem perto de mim e preciso da minha liberdade. Estou pronta para fazer qualquer coisa para garantir que isso aconteça. - disse ela, febrilmente.
- Ótimo. Agora espere. - Ordenei e voltei para Pietro.
Seus olhos brilhavam de desconfiança, mas eu não me importava nem um pouco com ele. Meu problema era com Thiago, e ele tinha o poder de reverter a situação se quisesse, mas eu sabia que seu amor pelo dinheiro venceria. Seja como for, Ester viria comigo, e não havia dúvidas sobre isso.
Fiz sinal para Thomás vir comigo. Ele parecia bastante pálido, o que achei engraçado. Thomás nunca gostou de ser pego em um incêndio florestal, mas eu queria jogar jogos perigosos. Era isso que me mantinha no limite, e se aquela beldade fosse me colocar numa situação em que eu usaria minha arma, então eu iria em frente.
Thiago estava alguns passos à frente. Parecia satisfeito consigo mesmo com o jeito como andava. Rapidamente o alcancei com meus passos largos, e ele se virou para mim com um sorriso. Ele sentiu que poderia me atrair para essa parceria.
- Quase pensei que tinha te perdido, Capone. -Parei de repente, e ele fez o mesmo, olhando-me com curiosidade.
- Você não me perdeu, Thiago. Eu estava olhando para aquela belezinha ali. - apontei na direção de Ester.
Thomás se aproximou de mim.
- O que o senhor está fazendo, chefe? - perguntou ele, chocado.
Dei um tapinha rápido no braço dele, e ele recuou. Não precisei olhar duas vezes para ver que estava ansioso com o andamento das coisas. Eu também estava, mas precisava ser feito.
- Ah, Ester? - disse Thiago, olhando para ela. Virou-se para mim. - Você quer ela para passar a noite?
- Não. - eu disse.
Ele ergueu a sobrancelha, um pouco confuso, e eu me deliciei com isso.
- Preciso que ela seja minha. Quero comprá-la.
- Mas...
- O quê?
- Bem, eu não posso vendê-la, Vittorio. Ela é uma das minhas melhores garotas aqui, e não sabe o que passei para torná-la minha. Não é algo que eu possa abrir mão facilmente assim. - Começou com a ladainha.
Enfiei as mãos no bolso enquanto observava Pietro se aproximar daquele lugar. Ester ainda estava onde deixei, mas não olhava em nossa direção. Mesmo de onde estava, eu podia perceber que ela tremia. Thiago e sua gangue eram brutais com as mulheres, e isso era algo que eu não toleraria. Eu só precisava fazer algo para garantir que ela fosse minha.
Voltei-me para Thiago, que brincava com seu cigarro.
- Vamos fechar um acordo. Eu te daria cem milhões de libras por ela. - disse calmamente.
Ele franziu a testa.
- Você não entende. Ela não pode ser vendida.
- Quinhentos milhões? - perguntei tranquilamente.
Thiago me lançou um olhar confuso. Eu não podia culpá-lo. Ela não parecia alguém que despertaria meu interesse. Mas era o dia de sorte dela, e eu não fiz ofertas descuidadas. Pietro finalmente chegou e estava dizendo algo para Thiago. Ignorei-os enquanto olhava para Ester, que chutava algo invisível aos seus pés.
Ela deve estar ansiosa.
- Bem... O que você diz? - perguntei calmamente.
Thiago suspirou.
- Posso te dar outra garota. - disse ele.
Franzi a testa enquanto limpava o relógio. Qual era o problema dele? Ele estava sendo tão difícil, e isso não estava certo. Pensei bastante e lembrei que estava ali porque ele queria que fôssemos parceiros. Eu poderia entrar na onda e pegar Ester rapidamente, sem estresse.
- Ok, vamos fazer assim. E se eu concordar que podemos nos tornar sócios em troca dela?
- Espera... o quê? - Thiago perguntou em choque.
Dei de ombros.
- Sim, estou falando sério.
- Por que você a quer tanto?
Olhei para Thomás e, pela primeira vez, sorri.
- Pietro me disse que ela é teimosa. Seria divertido domá-la para minha satisfação.
Thiago riu disso e calmamente mandou Pietro acender o cigarro. Ele me olhou por um tempo, e eu pude ver suas ideias girando enquanto ele tentava ver se alguma daquelas opções era um bom negócio. Era um pouco engraçado o que eu conseguia fazer as pessoas fazerem.
- Ok, seremos parceiros. - ele disse rapidamente.
Cheguei mais perto dele.
- Isso não é só colocar drogas na sala. Você sabe o que isso significa, né?
Seu sorriso se dissipou e ele ficou sério.
- Eu sei. Eu me separaria de Ester de bom grado para ter essa oportunidade.
- Ok vamos fechar negócio.
Pietro parecia deprimido, e eu contive o riso diante da expressão dele. Ele não fazia ideia de com quem estava se metendo agora. Arrastei Thomás para longe dali e voltamos para Ester. Ela parecia prestes a chorar, mas se controlava.
- Vamos.
- O que você disse?
Revirei os olhos enquanto me afastava. Eu sabia que ela me seguiria, e não precisei me virar para ver isso. Ester estava presa a mim agora, e não haveria como escapar.