Capítulo 4 Casa do vovô.

×Lila J.×

O motorista deixou Jacke e eu no aeroporto e depois se despediu. Eu peguei meu cartão de credito,e comprei duas passagens para a cidade onde fica a casa do meu avô.

- Vocês mulheres podem viajar sozinhas aqui?,que incrível. Jacke fala surpresa enquanto olha tudo ao redor.

As vezes ela parece uma criança conhecendo o mundo,e eu também. Mas ela é pior.

O próximo vôo seria só no dia seguinte,então paguei uma diária em um hotel perto do aeroporto para passar a noite.

Depois sai com Jacke para que eu pudesse comprar um celular pra mim,e pra ela,e também algumas roupas pra srt. mulçumana.

Afinal ela não pode ficar apenas com duas peças.

- O que acha desse,Jacke?. Pergunto enquanto mostro um sári lilás pra ela.

- Lindo,muito lindo. Ela fala com olhos brilhantes enquanto olha tudo.

Aqui na cidade não existe nenhuma loja com roupas de mulçumanos,então eu a trouxe em uma loja de fantasias. E aqui existem várias roupas árabes diferentes.

Escolhemos quatro saris para Jacke,quatro hijabes e algumas daquelas outras roupas que as mulheres do país dela usam.

- Lila,eu sinto muito por estar incomodando mas,eu estou com fome. Ela fala tocando a barriga.

- Tem uma lanchonete logo ali,vamos comer. Nos duas fomos ate a lanchonete e pedimos lanches.

Também comprei alguns pra viagem, já que lanche em aeroporto é bem caro.

Depois de satisfeitas, voltamos para o hotel. Tomamos banho e depois caímos cansadas na cama.

...

- Corre Jacke,ou vamos perder o avião. Eu falo enquanto corro com as malas pesadas e Jacke corre com o baú, que eu coloquei rodinhas para ficar mais fácil de carregar.

- Calma Lila,vai dar tempo. Jacke fala ofegante.

E ela estava certa,despachamos as malas e o baú e depois embarcamos.

- Já andou de avião antes,Jacke? Perguntei um pouco nervosa e com as mãos suando.

- Sim,muitas vezes com meu baba, E eu adoro. Ela fala com um sorriso.

Uma voz avisa que o avião vai decolar e eu aperto os olhos e cerro os punhos,calma Lila,é só um avião.

...

Depois que saímos do avião eu corri para o banheiro e vomitei muito.

- Eca Lila!. Jacke fala me olhando com uma careta de nojo.

- Não enche. Falei lavando a boca e depois saímos do banheiro.

- Vamos ter que ir em dois taxis,já que só o baú vai em um. Eu falo enquanto nos aproximamos da porta do aeroporto.

Coloquei o baú em um taxi e entrei junto,já Jacke foi em outro taxi. Ela ficou com medo mas eu a acalmei.

...

Os táxis entram em condomínio super chique,e param em frente a uma mansão linda e enorme.

- É aqui moça. O taxista fala.

Eu pago a corrida e ele me ajuda com o baú.

- Uau Lila,não sabia que os Jacksons eram ricos. Jacke fala surpresa.

- Nem eu.

Nos duas caminhamos ate a entrada e eu procurei pela chave no envelope mas não achei.

Jacke como sempre, parecendo uma criança começou a mexer em tudo,ate que um vaso de plantas cai no chão e quebra.

- Perdão, perdão, não foi por querer. Ela fala quase chorando.

- Calma, ta tudo bem. Eu me aproximo dos cacos e enquanto os pego, vejo uma chave.

Tenho enfia-lá na porta,e da certo,ela entra e gira.

Ao entrar eu fico impressionada com a beleza do lugar.

- Que bela casa Lila,é do tamanho da que eu morava na Arábia. Jacke fala enquanto gira e olha tudo.

- Você vem de família nobre,não é?. Eu pergunto e ela assente.

- Sim,minha familia é descendente de vizires dos reis do passado, com isso adquirimos muitas riquezas,e agora investimos em outros negócios.

- Uau,você deve ter tido uma ótima vida. Falei enquanto trancava a porta e pensava em um jeito de subir com esse baú pro segundo andar.

- Sim,mas mesmo com riqueza eu ainda era infeliz. Você não sabe mas,eu quase que me casei aos doze anos. Mas graças a Ala e minha mãe, eu consegui escapar do casamento.

- E agora você fugiu de novo. Falei e ela concordou. - Você parece ser uma dama muito disputada,daqui um tempo não vai mais conseguir fugir de tantos pretendentes. Brinquei e ela riu.

- É, mas o único que eu quero que me ame,não me ama. Ela fala meio triste,mas logo se alegra novamente. - Posso escolher um quarto?. Ela pergunta.

- Claro, a casa é sua também.

Ela subiu correndo as escadas e eu fui logo atrás. Depois eu peço a ajuda de alguem para subir o baú.

O segundo andar é ainda mais luxuoso que o primeiro,e logo de cara,eu vou no último quarto,o quarto que eu imagino que era do meu avô.

Entro e ligo a luz,caminho ate as cortinas e as abro,deixando que o ar circule nesse quarto enorme.

A decoração é toda em cores neutras,os lençóis são brancos e macios,o tapete é preto e cheio de pelinhos.

Tem um closet perto do banheiro que é enorme,e nele tem muitas roupas elegantes e caras. Tenho que me lembrar de doar tudo isso depois.

Entro no banheiro que mais parece o paraíso. É tudo branco com detalhes dourados. Tem uma enorme hidromassagem,e em frente a hidro,tem uma parede toda de vidro,que da para ver tudo lá fora. É o banheiro dos sonhos.

Coloco a hidro para encher e continuo a andar pelo quarto.

Tem uma parte da parede do quarto que só tem livros. Vou ate lá,e vejo vários clássicos, e a maioria primeira edição, e com capas diferentes. Devem ter custado muito. Estavam todos bem cuidados,e alguns me lembravam os livros da minha mãe.

Saio do quarto e vou ate o quarto que suponho ser da minha mãe, e eu estou certa.

Quando abro a porta,vejo um quarto lilas, com móveis brancos,e um enorme tapete parecido com o do quarto do meu avô, só que branco.

As cortinas são em um rosa bem claro,e quase não cobrem o sol. Os lençóis da cama são rosa claro,e a cor da capa dos travesseiros se diversifica entre tons de rosa e branco.

O closet esta lotado de roupas de todos os tipos,desde vestidos elegantes de baile,ate roupas indianas e árabes. Jacke que vai fazer a festa.

O banheiro é parecido com o do meu avô, e quando vejo a hidro lembro da que deixei enchendo e corro para o banheiro.

Desligo a água, e jogo alguns saís. Pego uma toalha e um roupão e começo a procurar um chinelo.

Quando estou procurando,reparo em algo que não vi antes,um livro em cima da cama. Pego ele e levo ate o banheiro.

Tiro minhas roupas e entro na água que esta morna. Pego o livro de mal jeito e alguns papeis cai no chão. Ainda bem que não foi na água.

O Afasto da hidro com a mão e começo a ler o livro. Nesse livro tem a assinatura do meu avô e da minha mãe. E logo na segunda pagina tem uma frase :

"Uma estória pode se tornar realidade,basta querer".