Desejo Inesperado: A Aluna que quebrou todas as Regras
img img Desejo Inesperado: A Aluna que quebrou todas as Regras img Capítulo 5 A Festa e o Pecado
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Capítulo 6 O passo rumo ao desconhecido img
Capítulo 7 O Nome do Prazer img
Capítulo 8 No Limiar do Pecado img
Capítulo 9 Perfume de Jasmim, Café e Consequências img
Capítulo 10 Drama Familiar img
Capítulo 11 A Memória do Pecado img
Capítulo 12 Marcas do Pecado img
Capítulo 13 Ecos de Uma Noite img
Capítulo 14 Ecos de uma Noite sem Nome img
Capítulo 15 Desejo Ardente img
Capítulo 16 Desestabilizada img
Capítulo 17 Entre a ética e a Moralidade img
Capítulo 18 Entre Linhas e Instintos img
Capítulo 19 Aulas Particulares img
Capítulo 20 Entre Olhares e Silêncios Ardentes img
Capítulo 21 Interrupções e Confissões img
Capítulo 22 Entre Confissões e Surto no Jardim de Oxford img
Capítulo 23 Desabafo e Incertezas img
Capítulo 24 A Noite de Pietro Ferrara img
Capítulo 25 Um Café com Drama Familiar img
Capítulo 26 Entre conceitos e Pecados img
Capítulo 27 Realidade Entrelinhas : Fodidamente Perdido img
Capítulo 28 O Olhar Que Queima img
Capítulo 29 Um Bilhete e um Segredo img
Capítulo 30 Vinhos, Segredos e Provocações img
Capítulo 31 A Arte da Provocação img
Capítulo 32 Brincando com fogo img
Capítulo 33 Confissões de um Homem à Beira do Limite img
Capítulo 34 Visita Indesejada img
Capítulo 35 Entre Silêncios e Desejos img
Capítulo 36 Confissões Veladas e Olhares Cruzados img
Capítulo 37 O Jogo de Olhares img
Capítulo 38 Preparativos para uma Noite Explosiva img
Capítulo 39 A Festa dos Calouros img
Capítulo 40 Cartas na Mesa img
Capítulo 41 Quando o desejo se torna sentença, e o corpo esquece de resistir. img
Capítulo 42 A Surpresa img
Capítulo 43 Cicatrizes Quentes e Silêncios Barulhentos img
Capítulo 44 Jogo Perigoso img
Capítulo 45 Quem tem o controle sou eu img
Capítulo 46 Sala 203: A Sentença img
Capítulo 47 O Monólogo da Ré Confessa img
Capítulo 48 O Contra-Ataque img
Capítulo 49 Quando o Orgulho Vira Fúria img
Capítulo 50 Rendido img
Capítulo 51 Posse img
Capítulo 52 Desesperada img
Capítulo 53 A Minha mercê img
Capítulo 54 Furiosa Só que não! img
Capítulo 55 Conselhos indecentes img
Capítulo 56 Tormento img
Capítulo 57 Amanhã será a minha vez img
Capítulo 58 Invertendo o Jogo img
Capítulo 59 Ciúmes... será img
Capítulo 60 No escurinho da Biblioteca img
Capítulo 61 Perdendo a cabeça img
Capítulo 62 Confidências perigosas img
Capítulo 63 Proposta Indecente img
Capítulo 64 No meu apartamento img
Capítulo 65 Banho de Água Fria Parte 01 img
Capítulo 66 Banho de água fria Parte 02 img
Capítulo 67 Convite inesperado img
Capítulo 68 Furioso img
Capítulo 69 Será img
Capítulo 70 Um Domingo Qualquer img
Capítulo 71 Dúvidas e inseguranças img
Capítulo 72 Não vou entregar o jogo img
Capítulo 73 O Excepcional Pietro Ferrara img
Capítulo 74 Decidido img
Capítulo 75 Atacando img
Capítulo 76 Não brinque com Fogo senhorita, Jones img
Capítulo 77 Obedeça ou será punida img
Capítulo 78 O café da Esquina img
Capítulo 79 O Interrogatório img
Capítulo 80 No Controle img
Capítulo 81 Se Entregando img
Capítulo 82 O Jogo Virou img
Capítulo 83 Estou Perdida img
Capítulo 84 Entre o desejo, o caos e o que não pode ser dito img
Capítulo 85 Café da Manhã e Segredos img
Capítulo 86 Sob Olhares e Confissões img
Capítulo 87 Entre Silêncios e Olhares img
Capítulo 88 Linhas que não deviam ser cruzadas img
Capítulo 89 Entre Olhares e Silêncios img
Capítulo 90 Silêncios que Queimam img
Capítulo 91 Entre a Razão e o Caos img
Capítulo 92 Combustão img
Capítulo 93 A Linha que Não Existe img
Capítulo 94 Invasão de Privacidade img
Capítulo 95 Perdendo a Cabeça img
Capítulo 96 Furioso img
Capítulo 97 Novidades Inusitadas img
Capítulo 98 A Linha que Eu Finjo Não Ver img
Capítulo 99 Entre a Razão e o Caos img
Capítulo 100 O Gosto do Proibido img
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Capítulo 5 A Festa e o Pecado

Londres, Boate Pulse – 22h48

O céu de Londres parece um cetim azul-escuro cravejado de pontinhos prateados. A brisa de verão espalha o perfume dos plátanos que margeiam as ruas de Mayfair, enquanto as luzes do bairro, elegantes, quentes, duplicam-se nas janelas do luxuoso edifício onde ocorre a inauguração do novo bar-galeria Pulse.

A fachada espelhada devolve flashes de neon; os carros esportivos chegam um a um, e grupos bem-vestidos somem atrás das portas de vidro fumê. Ali dentro, os graves da música eletrônica batem como um segundo coração, e o ar se encharca de champanhe Dom Pérignon, conhaque de reserva e perfumes franceses que misturam notas de jasmim, âmbar cinza e couro.

Sophia Jones, vinte e dois anos, ruiva de olhos esmeraldas, estudante de Direito, jamais se imaginou no centro desse mundo feito de luxo cintilante. Todavia, ela empurra a porta giratória como se fosse dona da noite. O vestido preto, de microfibra acetinada, abraça cada curva: alças finas, decote generoso, costas nuas, curto e ousado. O salto agulha rubro denuncia cada passo, e os cachos ruivos, soltos, balançam sobre suas omoplatas nuas. A maquiagem é um grito contido: delineador felino, batom vinho escuro, bochechas marcadas. Na orelha, pequenos brilhantes emolduram o rosto.

Ao lado, Anne Marie Cooper, a amiga de riso escandaloso e boca sem filtro, ostenta um vestido azul e um batom cor coral. Ela vibra, como se absorvesse a música pelo sangue.

- O bar é seu, mulher! - berra Anne, levantando uma taça que já cintila gelada. - Hoje você bebe ou eu te troco por alguém que beba!

Sophia solta uma risada que mistura nervosismo e eletricidade. O som é tragado pelo DJ, mas a vibração percorre-lhe os ossos.

Cada gole da primeira taça de champagne desliza pela garganta feito coragem líquida. Mas Anne queria ver a amiga solta, e resolve pedir algo mais forte.

Com a segunda dose de tequila, Sophia sente o peito afrouxar. A terceira dose faz o coração bater na mesma batida da música que domina o salão, na quarta dose, está rindo alto de piadas que Anne acabou de inventar. O tempo perde referências. Homens vêm em revoada, atraídos pelo magnetismo das duas:

- Posso te pagar uma bebida? - pergunta um executivo de gravata solta.

- Pode me pagar um dicionário - devolve Sophia com sorriso doce e mortal. - Pra aprender a chegar com vocabulário menos... previsível.

Outro se aproxima, tatuagem à mostra, jeito de predador entediado:

- Gata, se beleza matasse...

- Estaria preso por homicídio culposo com dolo eventual pela cantada medíocre - retruca ela, virando os ombros sem espalhar a cólera do batom.

Anne gargalha tão forte que perde o fôlego e se apoia no balcão.

- Essa é a jurista das minhas fantasias! - grita, piscando para a amiga. - Hoje você enterra qualquer saudade daquele imbecil.

Sophia ergue o copo na altura dos olhos. O cristal captura as luzes azuis e roxas que correm pelo teto. O álcool anestesia, sim, mas a alma ainda lateja com resquícios de dor, lembranças do ex e da melhor amiga dele enrodilhados nos lençóis que eram dela. "Hoje, não", decide. Hoje ela não sangra: hoje ela dança.

E então o mundo parece frear.

Como num filme que desacelera, ela percebe o instante exato em que um estranho entra em seu campo de visão. Encostado no balcão, segurando um copo de whisky envelhecido, ele parece uma escultura renascentista perdida num sonho techno: Ombros largos sob um terno grafite de corte italiano, camisa preta sem gravata. Os cabelos loiros, levemente bagunçados, tocam a testa; a barba por fazer, o maxilar quadrado. Há algo antigo e autoritário em cada linha dele e também perigoso.

Ele não sorri, apenas olha. E nesse olhar há constelações inteiras, tempestades magnéticas. Sophia sente o que há muito não sentia: a pele formigar, as coxas se apertarem numa vontade involuntária. É o primeiro homem da noite e pela forma que seu corpo reagiu ela pretende que seja o ultimo. Ele simplesmente a "lê", como se ela fosse um texto secreto.

- Quem é aquele? - sussurra Sophia, sem mover o rosto, com a boca próxima ao ouvido de Anne.

- Não sei, mas ele te hipnotizou antes de acabar a primeira música - respondeu a amiga, mordendo o canudo do gin. - Acho que você acabou de ganhar a noite, porque minha amiga, esse homem é um deus do Olimpo.

--- Ou um demônio ... --- sussurrou Sophia mordendo os lábios e o som do seu sorriso deslizou pelo seu peito como faísca.

Decidiu se virar e nesse movimento o vestido marcou a sua cintura, abriu o decote sutil, exibindo as costas nuas. Ela suspirou fundo, terminou de beber o conteúdo de seu copo e atravessou metade da pista com passos que dançavam sozinhos. O estranho numa sincronia absurda, se virou no mesmo instante para devolver o copo vazio ao garçom e nesse pequeno instante, seus olhos se encontraram, fazendo ambos os corpos ferverem.

Pietro Vincenzo Ferrara, trinta e oito anos, professor de Direito Penal em Oxford, sente o mundo afundar três centímetros quando ela se aproxima. Não costumava beber em festas acadêmicas, mas Paulo insistiu e agora ele tenta esconder de si mesmo o interesse súbito que o domina. A voz dela chega antes do perfume floral:

- Essa música é boa, não acha? - diz, apoiando o cotovelo no balcão, aproximando-se o bastante para que os ombros quase se toquem. O tom é doce, ao mesmo tempo insinuante e provocativo.

Pietro demora um segundo para responder e esse segundo já trai que não está no controle.

- É - murmura. Mantendo os olhos na multidão, fingindo desinteresse. Porém o aroma dela, a proximidade da pele quente, vibra em sua audição interna, fazendo o professor estremecer.

Sophia percebe a hesitação do mais velho, e decide ser um pouco... ousada.

- Esta esperando alguém?

- Não, vim com um amigo - responde, com a voz grave, ainda fugindo do impacto de encará-la de frente. Ele pensa em Paulo, que deve estar flertando com metade da casa nesse momento.

Ela gira o canudo entre os dedos e sorrindo fala:

- Se está só, pode dançar comigo.

- Não sou... bom nisso. - A declaração saiu engasgada, quase como uma confissão.

- Não precisa ser - sussurrou, diminuindo a distância e enlaçando dois dos dedos dele. - Eu guio você.

Na pista, o DJ troca para um remix com batidas afro house. As luzes estroboscópicas desenham retângulos brancos no chão refletivo. Pietro repousa as mãos grandes na cintura de Sophia, ainda hesitante, mas tomado por uma corrente que mal compreende. Ela conduz os quadris dele no compasso, se aproximando ainda mais fazendo com que eles respirem o mesmo ar.

- Está se divertindo? - ele pergunta, baixo, rouco.

- Estava. - sorriu, deslizando a mão pelo ombro dele.

- O que houve? - Sua voz falhou ao sentir o toque dela tão próximo.

- Um homem muito interessante me puxou para dançar.

- Interessante pode ser bom... ou perigoso. - Ele engole seco. A mão dele escorrega da cintura para o meio das costas, numa carícia mas ousada, que faz o corpo de Sophia se arrepiar ao seu toque.

- Depende do que ele quer. - Sophia responde com um sussurro, erguendo o queixo e o encarando intensamente.

Pietro sorri, aperta a cintura de Sophia aproximando o rosto do dela e sussurrando:

- Quero uma noite. - As palavras saem antes que ele planeje - Sem nomes, sem promessas, sem consequências.

O coração dela dispara e sua resposta é um murmúrio:

- Vamos para outro lugar?

- Achei que nunca fosse perguntar.

Aquela noite iria começar a ferver.

                         

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