O Don Que Me Escolheu: A Noiva Cega do Mafioso
img img O Don Que Me Escolheu: A Noiva Cega do Mafioso img Capítulo 5 Fernando Torrenegro
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Capítulo 5 Fernando Torrenegro

"Ela dorme com meu nome, mas não com minha paz. Porque o inferno que carrego nos ombros é maior do que qualquer cama, qualquer promessa... ou qualquer amor que um dia ouse nascer entre nós." - Fernando Torrenegro

🖤

O dia amanheceu e eu sequer fechei os olhos. Estava inquieto, agitado e com o pensamento voando para o único lugar que não deveria: o quarto onde Luna estava.

Eu não dormi. Essa noite foi uma das piores da minha vida. Ficar em vigília é um hábito antigo herdado das noites em que o silêncio era cortado por tiros e gritos abafados, dos anos em que cada sombra podia esconder uma traição. Hoje, a mansão está cercada de seguranças armados, as câmeras vigiam cada entrada e saída, e meu nome impõe medo até em cadáver. Mas o verdadeiro inimigo está dentro da casa.

Dormindo no quarto ao lado.

Luna Torrenegro.

Dizer esse nome em voz alta seria cuspir no túmulo dos meus pais. Um deboche da justiça que prometi fazer com as minhas próprias mãos. Mas não disse. Só pensei. Pensamentos são mais seguros do que palavras. Palavras criam rachaduras, mas pensamentos viram lâminas. Ela não sabe o que carrega agora que leva meu sobrenome. Não sabe o que ele custou. Quantos corpos foram enterrados sob a bandeira dos Torrenegro. Ela veste esse nome como se fosse seda - quando, na verdade, é chumbo.

Luna... tão delicadamente letal. Os olhos que não enxergam e mesmo assim me veem por dentro. É como se me despisse com a voz calma, com os silêncios medidos e com aquela insolência velada que nenhum tiro conseguiria silenciar.

Não é medo o que ela sente. E isso me fere mais do que o medo dela me serviria. Ela deveria tremer, chorar e implorar pela minha misericórdia. Mas não. Ela me olha - ou finge olhar - como se soubesse que, de algum modo, sou eu o verdadeiro prisioneiro aqui.

Quando me perguntou se a tocaria por punição ou por cerimônia, houve um segundo de descontrole dentro de mim. Pequeno. Mas devastador. Como o estalo de uma arma silenciosa, que só quem vai morrer ouve.

Ela me viu hesitar. Sentiu. Provavelmente até sorriu por dentro. Eu soube disso depois, quando fechei a porta atrás de mim e deixei o quarto com os punhos cerrados. Não por ela. Por mim. Porque perdi o domínio. Porque fui... humano. E esse erro, em meu mundo, custa caro.

O sol começou a cortar o céu com lâminas alaranjadas quando levantei da poltrona. Meu corpo estava inteiro, mas minha mente era um campo minado. O uísque continuava intocado. Eu não bebo quando estou em guerra. E com Luna na minha casa, na minha cama e no meu nome - eu estou em guerra.

Entrei no quarto como um ladrão de mim mesmo. Roubei um momento. Um vislumbre. Ela deitada com os cabelos espalhados, a pele pálida contra os lençóis. Parecia dormindo, mas algo em mim suspeitava que ela me escutava.

Não toquei nela.

Nunca por respeito.

Foi por autopreservação.

Porque havia algo ali que ameaçava ruir tudo o que construí.

A vingança tem um cheiro forte e ácido. Eu o conheço bem. É o mesmo cheiro que senti quando enterrei meu irmão mais novo com o rosto desfigurado por ordens de Castilho. É o mesmo que subiu pelas narinas quando vi minha mãe sem vida com o rosto sob a gigantesca mesa de jantar. É o cheiro do passado que nunca morre. Luna não sabe absolutamente nada disso, mas carrega tudo isso no sangue. E ainda assim... há uma paz maldita na forma como ela respira.

Eu a odeio por isso.

Odeio como consegue dormir na casa do inimigo e permanece intacta, mesmo cercada por monstros, e como sua simples presença coloca rachaduras no concreto da minha razão..Mas o que mais odeio - o que me afoga - é que, pela primeira vez, me perguntei se seria possível amar alguém... e ainda assim destruí-la. Porque se Luna é a chave para quebrar Castilho, isso significa que ela também será a ruína de tudo que me resta de humano.

E talvez... já esteja sendo.

O celular vibrou em cima da mesa de mármore. Era Mateo. Claro. Ele nunca dorme - como eu. Quando atendi, a voz dele veio seca:

- As rotas mudaram, senhor. Três carregamentos foram desviados. O Castilho está nos provocando.

Sorri. Um sorriso fino, duro, que não alcança os olhos.

- Ótimo - respondi. - Que continue. Eu quero que ele pense que está no controle. Quero que se sinta seguro o suficiente para abrir a guarda.

- E a garota? - Mateo perguntou com a cautela de quem pisa em terreno minado.

Fiquei em silêncio por um segundo.

"Garota."

Eles a tratavam como se ela fosse só isso... Uma peça... Um ativo... Um meio. Mas ela não é só isso. E esse é o maldito problema.

- Ela está sob controle - menti.

Desliguei antes que ele fizesse mais perguntas. O controle é uma ilusão que precisamos alimentar, especialmente quando estamos prestes a perdê-lo.

Voltei a encarar a porta do quarto.

Ainda fechada, protegendo o que quer que ela seja. E por um instante amargo, pensei em abrir aquela porta só para vê-la acordada, ver se a insolência ainda estava nos lábios e se os olhos sem visão ainda me atravessavam. Para ver se... se eu ainda seria capaz de não tocá-la.

Mas fui covarde.

Sim, eu - o homem que já mandou esquartejar traidores sem piscar - fui covarde.

Porque há algo em Luna que me desconstrói e que não deveria existir. Algo que preciso eliminar antes que seja tarde demais.

Voltei ao escritório. Liguei os monitores de segurança, vi o jardim ainda úmido pela madrugada, os carros estacionados e os seguranças em suas rotas. Tudo parecia em ordem. Mas a ordem é uma mentira. Porque o caos começa por dentro. E eu estava... em frangalhos silenciosos.

O tipo de ruína que não sangra, mas que deixa o gosto de ferro na boca.

Peguei o copo de uísque e finalmente o líquido desceu queimando, como se abrisse espaço para que o gelo voltasse a ocupar meu peito. Eu não posso me dar ao luxo de ser fraco. Não agora. A guerra com Castilho está só começando. E Luna - com sua calma de terremoto - é tanto a faísca quanto o pavio.

Mas preciso ser inteligente e encontrar uma maneira de fazê-la confiar em mim e que abaixe a guarda sem perceber que está sendo invadida. E para isso... preciso me aproximar. Domá-la. Desarmá-la. Possuí-la sem que ela perceba. Porque só assim conseguirei fazer o que vim fazer: arruinar tudo que importa para o homem que destruiu minha vida. E se, no processo, eu também me destruir... que assim seja. Eu vim do inferno. E o inferno não teme o fogo.

Fechei os olhos por um instante, mas não para descansar. Foi para conter o tumulto que ameaçava me tirar do eixo. Quando os abri de novo, o dia já clareava de verdade. E com ele, a lembrança inevitável:

Ela é minha esposa. Legalmente, publicamente e oficialmente. Mas por dentro... por dentro ela continua sendo um território em chamas que ainda não conquistei. E, talvez, nunca conquiste. Mas vou invadir mesmo assim. Vou tomar cada pedaço de sua paz, porque esse é o preço de carregar meu nome e o castigo de nascer Castilho. E mesmo que me destrua por dentro, eu vou vencer essa guerra. Nem que para isso eu precise matar o último vestígio de humanidade que ainda pulsa em mim.

E se for ela quem apertar esse gatilho...

...que seja com os olhos fechados e a alma aberta na certeza que ambos foram destinados a sofrer as consequências de algo que nunca tiveram culpa.

                         

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