Antes que pudesse sair do seu abraço, Saul a segurou firmemente, sua voz suave. "Você nunca foi a outra."
Ele se virou para Rosalyn. "Quero que você peça desculpas a Norene. Faça isso, Rosalyn!"
Sua mente zumbia.
Eles eram os errados, mas ela deveria se desculpar.
Pensando nos sete anos que o amou, Rosalyn sentiu que tinha desperdiçado tudo com alguém que não vale a pena.
Com os olhos vermelhos, falou firmemente. "Eu não fiz nada de errado. Não vou me desculpar! Se ela é ousada o suficiente para ser uma intrusa no relacionamento, não deveria se importar com o que as pessoas dizem!"
Antes que suas palavras se acalmassem, Saul instintivamente levantou a mão e a esbofeteou.
Mesmo sem força total, um fio de sangue apareceu no canto da boca de Rosalyn.
Choque preencheu seus olhos, seguido por uma decepção sem fim.
Ela nunca tinha sido agredida na vida. Essa foi a primeira vez.
E veio de Saul.
Seus olhares se cruzaram. Um lampejo de culpa passou pelos olhos de Saul, mas ele rapidamente recuperou a compostura. "Você trouxe isso para si mesma."
Os olhos de Rosalyn ardiam de vermelho enquanto ela ria amargamente. "Você está certo. Eu trouxe isso para mim mesma. Saul, eu me arrependo. Se tivesse outra chance, nunca me apaixonaria por você!"
O peito de Saul apertou, uma pontada desconfortável o atingindo.
Mas seu rosto mostrava apenas desprezo. "Rosalyn, você está exagerando."
Com isso, ele pegou a mão de Norene e saiu do quarto.
Naquela noite, Rosalyn sentou-se no chão e chorou até o amanhecer.
Ela disse a si mesma que essa seria a última vez.
Na manhã seguinte, quando o céu mal clareava, Saul entrou furioso.
Ele agarrou o braço de Rosalyn com força, os olhos escuros de raiva. "Por que você não deixa Norene em paz? Você precisa que ela seja completamente arruinada para ficar satisfeita?"
Rosalyn, que não tinha dormido a noite toda, estava atordoada. Ela afastou sua mão. "Do que você está falando? Eu não entendo."
Saul abriu seu telefone. Manchetes sobre Norene inundavam as notícias.
Chamavam-na de mulher casada que voltou para seduzir o marido da melhor amiga.
Alguns até afirmavam que sua vida privada no exterior era um desastre.
As seções de comentários estavam cheias de ataques ferozes, amaldiçoando toda a família de Norene, alguns até falsificando seu obituário.
A cabeça de Rosalyn latejava dolorosamente. "Eu não fiz isso."
Saul zombou e mostrou mais evidências. "Eu verifiquei. O endereço IP da postagem veio desta vila. Quem mais nesta casa a atacaria assim?"
Rosalyn mordeu o lábio com força.
Sete anos de amor, e ele a julgou culpada apenas com base em um endereço IP.
"Eu assumo o que faço. Se fosse eu, admitiria. Se não fosse, ninguém vai me culpar por isso."
Os olhos de Saul estavam gelados. "Então você não vai admitir. Tudo bem. Não se arrependa."
Naquela época, Rosalyn não entendeu o que ele quis dizer.
Não até aquela tarde, quando seus próprios escândalos dominaram todas as plataformas de mídia social, que suas palavras fizeram sentido.
Para encobrir a confusão de Norene, Saul vazou fotos privadas de Rosalyn online.
Sua personalidade franca foi distorcida fora de contexto em vídeos editados.
A multidão que amaldiçoou Norene pela manhã se voltou contra Rosalyn à tarde, seus ataques ainda mais duros.
Pior, Saul postou seu registro cirúrgico para o procedimento de restauração de virgindade.
A imagem pública de Rosalyn era de uma herdeira ousada. O registro cirúrgico gerou especulações selvagens.
Alguém até iniciou um leilão para sua próxima noite especial.
O ódio era esmagador, o escândalo enorme. O drama de Norene rapidamente foi esquecido.
Olhando para a enxurrada de mensagens, Rosalyn não conseguia mais chorar.
Quando a decepção atinge seu auge, as lágrimas secam.
Seu telefone vibrava incessantemente durante a noite.
Seu número foi divulgado na internet. Pervertidos ligavam sem parar, perguntando se ela estava disponível.
Antes orgulhosa e intocável, Rosalyn havia se tornado uma persona non grata.
Todos se voltaram contra ela.
Rosalyn jurou para si mesma, "Saul, parabéns, você conseguiu se vingar.
Mas você e eu? Estamos acabados para sempre."