O Filho Secreto do CEO e Sua Esposa Médica
img img O Filho Secreto do CEO e Sua Esposa Médica img Capítulo 1 Sinopse
1
Capítulo 5 Não havia mais nada a ser salvo img
Capítulo 6 Chantagem emocional img
Capítulo 7 Verdadeiramente livre img
Capítulo 8 Uma segunda chance img
Capítulo 9 Chegando em Zurique img
Capítulo 10 Chegou a sua vez img
Capítulo 11 Assassina img
Capítulo 12 A culpa era inteiramente sua img
Capítulo 13 Vou te assombrar para sempre img
Capítulo 14 Isso é apenas o começo img
Capítulo 15 Um vazio absoluto img
Capítulo 16 Eu escolho a mim mesma img
img
  /  1
img
img

O Filho Secreto do CEO e Sua Esposa Médica

Rabbit
img img

Capítulo 1 Sinopse

Foi no meu consultório, logo no meu primeiro dia como residente-chefe, que o segredo do meu marido finalmente se revelou em carne e osso: um menino de apenas quatro anos, com os mesmos olhos do pai e portador de uma rara alergia hereditária que eu conhecia muito bem.

Emílio, o homem com quem me casei, o rival brilhante que jurava não conseguir viver sem mim, tinha outra família.

Na festa de aniversário da empresa dele, o garoto me acusou em público, me chamando de uma mulher má que queria roubar o seu pai. Quando tentei me aproximar para acalmá-lo, Emílio me empurrou ao chão para protegê-lo. A queda fez minha cabeça bater forte, e enquanto a vida do nosso bebê ainda não nascido se esvaía dentro de mim, ele simplesmente se afastou, sem sequer olhar para trás.

Ele nunca me visitou no hospital. Nunca segurou minha mão, nem chorou comigo. Me abandonou para lidar sozinha com a perda do nosso filho. Foi então que percebi que o homem que eu amava já não existia, e os cinco anos do nosso casamento não passavam de uma mentira.

Como se a dor não fosse suficiente, a amante dele tentou dar um fim à minha vida, me empurrando de um penhasco em direção ao mar. Mas eu sobrevivi e, enquanto o mundo acreditava na morte de Helena Torres, eu embarquei em um avião para Zurique, decidida a recomeçar - pronta para viver uma nova vida.

Capítulo 1

O segredo do marido de Helena ganhou forma diante dela no primeiro dia como residente-chefe. Um menino de quatro anos, com os mesmos olhos escuros do pai e portador de uma rara alergia hereditária que ela conhecia bem demais, entrou em seu consultório. Ao lado dele estava a mãe, Haydée Carvalho, impecável dos pés à cabeça: bolsa de grife, postura elegante e uma expressão cuidadosamente controlada entre preocupação e serenidade.

Enquanto Helena colhia o histórico do garoto, um alarme frio e distante soava dentro dela, cada detalhe familiar aumentando a sensação de que algo terrível estava prestes a se confirmar.

"E quanto às informações do pai?", ela perguntou, se esforçando para manter a voz firme, enquanto indicava o espaço vazio na ficha de admissão.

Haydée pegou a caneta e, com as unhas perfeitamente esmaltadas estalando contra o plástico, escreveu um nome antes de devolver a prancheta, a deslizando sobre a mesa.

Quando Helena leu o nome 'Emílio Torres', o chão pareceu sumir abaixo de seus pés, e ela torceu para que fosse apenas uma brincadeira.

Haydée a observava em silêncio, e nos olhos dela brilhou algo indecifrável - talvez divertimento, talvez pena.

Com um tom meloso que fez a pele de Helena se arrepiar, a mulher diante dela disse: "O pai dele o ama profundamente, mas o trabalho o consome e ele está sempre viajando a negócios. Eu só queria poder dar ao meu filho um lar completo, entende?"

A insinuação atingiu Helena como uma flecha envenenada, mas antes que conseguisse formular qualquer resposta, o celular de Haydée vibrou e ela atendeu, baixando a voz para um murmúrio íntimo: "Oi, querido. Sim, já estamos terminando."

A voz do outro lado era abafada, mas inconfundível - Emílio.

Um enjoo súbito tomou conta dela, e seus dedos trêmulos correram pelo visor do próprio celular, enviando uma mensagem rápida ao marido: "O que você está fazendo?"

A resposta veio quase de imediato: "Preso numa reunião enorme, amor. Nosso jantar pode atrasar. Prometo compensar você. Te amo."

O aparelho na mão de Haydée voltou a vibrar, lhe arrancando um sorriso enquanto ela anunciava, animada: "Ele está vindo nos buscar."

Helena se sentia afundar, como se estivesse presa debaixo d'água. Concluiu a consulta no piloto automático, escondendo atrás da máscara de profissionalismo o caos que despedaçava seu mundo. Prescreveu a medicação, deu as instruções necessárias e viu mãe e filho se afastarem.

Da janela do consultório, ela viu o carro de Emílio parar na calçada, e o observou descer sem o cansaço de uma reunião, mas com o sorriso sereno de quem retornava ao lar. Então, ele ergueu o menino nos braços com a naturalidade de um gesto repetido mil vezes e, em seguida, beijou Haydée no rosto. Eles eram uma família perfeita.

Ao lado dela, uma jovem enfermeira que organizava alguns prontuários suspirou, encantada, e comentou: "Nossa, olha só para eles. Esse cara parece ser um marido e um pai incrível."

O comentário, inocente, foi o golpe final. Se eles eram uma família, onde ela se encaixava nessa história?

Na mente de Helena desfilaram cinco anos de casamento. As 'viagens semanais de negócios', 'emergências noturnas no escritório', as vezes em que ela sofrera sozinha com dores insuportáveis, incapaz de contatá-lo porque ele estava, supostamente, em um voo. Não estava. Ele estava ali. Com eles. Sempre estivera.

A mulher se recordou do aniversário de casamento, meses antes, quando, aninhada em seus braços, confessara estar pronta para ter um filho. Emílio, após um breve silêncio em que passou a mão pelos cabelos, dissera com doçura que ainda não era o momento, pois a empresa atravessava uma fase crítica, e pedira mais um ano - ao que ela, sem hesitar, acreditara.

Recordou também os tempos de faculdade de medicina, quando ele era ao mesmo tempo seu maior rival e o homem mais dedicado ao seu lado. Lembrava-se da sopa quente que ele trazia durante as longas jornadas de 24 horas, das vezes em que a amparara quando ela desabava de exaustão, e até do pedido de casamento feito no silêncio estéril da sala de plantão, quando ele jurara não imaginar uma vida sem ela. Tudo parecia tão verdadeiro.

O toque insistente do celular rompeu as lembranças, e o nome de Emílio brilhava na tela, agora um símbolo grotesco de um amor transformado em mentira.

Helena atendeu com a mão trêmula.

"E aí, como foi o primeiro dia no novo cargo?", a voz de Emílio soava calorosa, o mesmo tom afetuoso de sempre. Mas, ao fundo, ela ouviu claramente o grito infantil chamando pelo pai, e depois, a risada suave de Haydée.

"Estou em um jantar com a equipe do projeto. Está meio barulhento aqui. Sinto sua falta", ele continuou, sem vacilar.

"Papai!", a voz de Léo soou novamente, ainda mais próxima.

"É só... o filho de um colega meu", um traço de pânico atravessou a fala de Emílio antes de ele encerrar a ligação.

Helena se voltou para a janela a tempo de vê-lo acolher o menino nos braços, beijando-lhe a testa com uma ternura que ela nunca conhecera. Aquela expressão de devoção não era para ela, nunca fora.

O coração de Helena não apenas se partiu, endureceu como pedra, mas ela não ligou para a melhor amiga, muito menos procurou um advogado. Em vez disso, abriu a lista de contatos e buscou o número do diretor de um renomado programa de pesquisa médica em Zurique - a mesma oportunidade de seis meses que havia adiado para permanecer ao lado de Emílio.

Quando a ligação foi atendida, sua voz saiu firme, quase serena: "Gostaria de confirmar minha participação. Posso partir imediatamente."

            
            

COPYRIGHT(©) 2022