Seu Ômega Abandonado, A Ruína do Rei Alfa
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Capítulo 3

Ponto de Vista de Eliana

No caminho para casa, uma calma estranha e terrível tomou conta de mim. A náusea violenta diminuiu, substituída por uma clareza gélida. Minha loba interior, que estava choramingando de dor, silenciou. Era como se ela também entendesse. O tempo da dor havia acabado. Agora era a hora da ação.

Quando entramos na garagem de nossa mansão enorme e estéril, eu me virei para ele.

"Heitor", eu disse, minha voz suave, "sinto que estamos tão desconectados ultimamente. Você pode ficar em casa amanhã? Por favor? Só por mim. Sem trabalho, sem negócios da alcateia. Só nós."

Observei o conflito se desenrolar em seu rosto. A irritação imediata de seus planos serem frustrados, rapidamente mascarada pela preocupação fingida de um companheiro devotado. Ele deveria ver Jamile amanhã. Eu sabia disso.

"Claro, meu amor", ele finalmente disse, forçando um sorriso caloroso. Ele faria o papel do Alfa sacrificando seus deveres por sua preciosa companheira. "Qualquer coisa pela minha Âncora."

Naquela noite, esperei até que o som de sua respiração profunda e regular enchesse o quarto. Então, saí da cama e fui para o escritório dele. A senha do seu computador de trabalho era pateticamente fácil: nosso aniversário. O dia em que nos conhecemos.

Naveguei até a lixeira. Ele era arrogante, mas não inteligente o suficiente para deletar permanentemente seus arquivos. Lá estava. Um arquivo de vídeo.

Cliquei em play.

O vídeo mostrava Jamile, vestindo nada além de uma das camisas sociais de Heitor, sentada na beirada de sua enorme mesa de carvalho. Minha mesa, no que antes era nosso escritório compartilhado.

"Quando você vai finalmente me marcar, Alfa?", ela ronronou, passando um dedo de unha vermelha pela gravata dele. "Quando você vai se livrar daquela Ômega velha e chata e me fazer sua verdadeira Luna?"

Fechei o laptop, minhas mãos nem mesmo tremendo.

Na manhã seguinte, eu estava acordada quando as ligações frenéticas de Jamile começaram. Heitor saltou da cama, pegando o celular e se retirando para o banheiro principal, fechando a porta atrás de si. Mas ele não podia bloquear minha audição de lobisomem aguçada.

"Não posso, Jamile, ela quer que eu fique em casa hoje... Não, não posso simplesmente sair... Eu te compenso, prometo", ele sussurrou, sua voz um murmúrio baixo e apaziguador.

Ele saiu alguns minutos depois, fingindo um bocejo. Para se desculpar por seu "sono interrompido", ele preparou um café da manhã luxuoso, enchendo meu prato com panquecas e frutas. "Deveríamos contratar mais funcionários", disse ele, esbanjando falsa sinceridade. "Você não deveria ter que levantar um dedo, meu amor."

Eu olhei para ele do outro lado da mesa, um perfeito estranho. "Heitor", comecei, minha voz deliberadamente casual, "estamos bem? Como companheiros?"

Ele pareceu surpreso, então seu rosto se suavizou em sua máscara bem praticada de devoção. Ele pegou minha mão. "Eliana, você é meu mundo. Minha Âncora. Eu nunca, jamais faria algo para te machucar. Você sabe disso." A mentira era tão suave, tão sem esforço.

Puxei minha mão e tomei um gole do meu café. "Bom", eu disse. "A propósito, você chegou a me dar aquele presente de aniversário da semana passada? Acho que nunca recebi."

O efeito foi instantâneo. Seu sorriso congelou. O sangue sumiu de seu rosto. Um lampejo de pânico puro brilhou em seus olhos antes que ele pudesse escondê-lo. Ele havia esquecido completa e totalmente.

            
            

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