Os Bebês do Médico Mafioso
img img Os Bebês do Médico Mafioso img Capítulo 4 Do-hee
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Capítulo 4 Do-hee

A noite estava fria e silenciosa, como se o mundo inteiro segurasse a respiração. O tipo de silêncio que precede o caos. Nós, dez detentas, todas com uma mistura de medo e adrenalina pulsando em nossas veias, estávamos prestes a fazer algo impensável. Eu, Do-hee, não sabia ao certo como tinha chegado até ali - talvez fosse o desespero, a raiva pela injustiça que me mantinha dentro daqueles muros, ou a vontade de viver livre novamente. Mas, naquele momento, tudo que eu sabia era que não havia mais volta.

O plano tinha sido discutido em sussurros por semanas. Jin-ae, a mais esperta de nós, descobriu que a cerca elétrica da ala sul ficava desativada por alguns minutos durante a troca de turno dos guardas. Aqueles minutos eram a nossa única chance. Mas entre nós e a liberdade havia mais do que arame farpado. Havia armas, cães e olhos vigilantes, prontos para nos colocar de volta na escuridão da cela, ou pior, acabar com nossas vidas.

Meu coração batia tão forte que eu podia ouvi-lo nos ouvidos, um tambor incessante que me lembrava do risco. Cada passo que dávamos naquela noite poderia ser o último. A luz da lua mal iluminava o pátio, e a sombra das torres de vigia parecia crescer a cada segundo. Nós nos movíamos rápido, abaixadas, uma fileira de sombras tentando se misturar com a escuridão ao redor. O ar gélido queimava meus pulmões, mas eu não podia parar.

Passamos pelo primeiro portão de segurança sem incidentes, graças ao que Jin-ae conseguiu subornar - uma chave improvisada, algo que uma das carcereiras aceitou em troca de um favor. Até ali, tudo estava indo conforme o planejado. Mas a sensação de que algo poderia dar errado a qualquer momento era sufocante.

Quando chegamos à cerca, o silêncio foi quebrado pelo som do arame sendo cortado. Eu estava com o alicate nas mãos, as palmas suando, enquanto meus dedos tremiam ao tentar fazer o corte no ponto exato. O barulho parecia ensurdecedor no meio daquela noite tão quieta, mas ninguém se mexeu. Todas seguravam a respiração, esperando o momento em que os alarmes soariam, os refletores se acenderiam e as balas começariam a voar. Mas nada aconteceu.

De repente, ouvi um estalo - Jin-ae. Ela se virou e me olhou com olhos arregalados, e naquele instante, soube que tínhamos sido descobertas. Um grito ecoou de uma das torres, e antes que eu pudesse reagir, as sirenes começaram a soar, cortando o ar com um uivo ensurdecedor.

- Corre! - gritou uma das meninas.

O medo me dominou, mas minhas pernas se moveram instintivamente. Corremos como se nossas vidas dependessem disso, porque dependiam. Os holofotes começaram a varrer o pátio, e eu vi, de relance, as sombras das torres se movendo. Os guardas gritavam, seus rádios estourando com ordens que eu mal conseguia entender no meio do pânico.

Eu ouvi o primeiro tiro. Um estalo seco, seguido pelo som de uma bala passando perto demais da minha cabeça. O som dos cães latindo veio logo depois. O desespero me fez correr mais rápido, as pernas quase falhando sob o peso da adrenalina. Algumas de nós tropeçaram, outras hesitaram, mas ninguém parou. Não podíamos.

A cerca estava à frente, um último obstáculo entre nós e a liberdade. Mas ela parecia mais distante a cada passo, como se o destino estivesse brincando conosco. Quando finalmente chegamos, não havia tempo para cortar o arame com cuidado. Cada segundo ali, parada, nos tornava alvos fáceis. Eu fui a terceira a passar, sentindo o metal rasgar minha pele enquanto me arrastava por debaixo da abertura improvisada. O sangue escorria do meu braço, mas eu mal sentia a dor. Tudo o que importava era sair dali.

Jin-ae foi a última. Ela se virou uma última vez antes de passar pela cerca e foi atingida. O som do tiro foi abafado pelos gritos das outras mulheres, mas eu vi. Vi o corpo dela cair, vi o sangue manchar o chão enquanto ela estendia a mão na minha direção, os olhos pedindo socorro. Eu queria ajudar, queria gritar, mas não podia. O pavor me imobilizou por uma fração de segundo, e então algo dentro de mim se rompeu.

- Não olha para trás, Do-hee! - gritou Mi-ra, puxando meu braço com força.

Corremos pela floresta atrás da prisão, os tiros ficando cada vez mais distantes. As árvores nos engoliram, e o som das sirenes finalmente desapareceu. A liberdade tinha um gosto amargo. Estávamos fora, mas à custa de uma de nós. Cada respiração que eu tomava parecia pesada, cheia da culpa de ter deixado Jin-ae para trás. Eu estava fora dos muros da prisão, mas sabia que o perigo apenas começava. Agora, éramos fugitivas.

            
            

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