Namore comigo, senhor bilionário
img img Namore comigo, senhor bilionário img Capítulo 3 O acompanhante de luxo
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Capítulo 6 Me ame, senhor bilionário img
Capítulo 7 O noivado de Vivian e Leonard img
Capítulo 8 A noite arruinada img
Capítulo 9 Eu não aceito devoluções img
Capítulo 10 As fotos no jornal img
Capítulo 11 O Gosto Amargo da Verdade img
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Capítulo 3 O acompanhante de luxo

Leonard e Vivian estavam juntos e eu não conseguia parar de pensar sobre isso.

Eu ainda me culpava por deixá-la me enganar por tanto tempo.

Agora, minha mentira me obrigava a agir. Eu precisava recuperar minha reputação, e o único jeito era aparecer em público ao lado de um homem que todos acreditassem ser meu namorado - um homem importante e rico.

O noivado era amanhã, e eu ainda não havia encontrado o homem que faria esse papel. Duvidava que qualquer homem decente aceitasse ser acompanhado por uma mulher como eu, mas era tarde demais para desistir. Todos no campus estavam falando sobre isso.

Entrei no meu quarto para tentar me concentrar, mas o celular piscou com uma nova notificação:

- Serviços de Acompanhamento Premium. Encontre o seu par perfeito para eventos exclusivos.

Agarrei o celular. Havia me cadastrado para aquilo dias atrás, em um pico de desespero. Imediatamente, anotei o endereço e comecei a me preparar.

Peguei minha bolsa e enfiei dentro dela o cartão com todas as minhas economias. Não pesquisei referências, não chequei a segurança do site. Olhei apenas para o endereço e para o dinheiro que iria gastar. Não importava se seriam quinze mil dólares - eu precisava acabar com aquilo, provar para Leonard, Vivian e para todos que eu não era a vadia que diziam.

Caminhei para fora do campus. A noite estrelada me surpreendeu. A porta se abriu e, olhando para o céu, não percebi Vivian parada à frente e esbarrei nela. O rosto parcialmente escondido nas sombras me fez tapar os lábios para não gritar.

Ela olhou nos meus olhos. Isso deveria tê-la assustado, mas não foi o que aconteceu.

- Onde você está indo? - Ela ergueu uma sobrancelha. - Você nunca sai do campus.

Senti o olhar quente dela sobre mim. Uma estranha sensação surgiu, de que Vivian estava me vigiando.

- Não somos mais amigas, então não preciso explicar nada.

Ergui os olhos para ela, seus cílios grossos e cerrados piscando, incrédula com o que acabara de ouvir. Algo perigoso se agitou dentro de mim e meu rosto esquentou como brasas. Desviei o corpo, pronta para partir, quando Vivian agarrou meu braço com força.

Suas unhas fincaram minha pele, esfoliando-a.

- Imagina os boatos amanhã sobre o que você faz quando sai à noite do campus.

Ela estava me ameaçando outra vez. Era tolice desafiá-la. Eu poderia ser expulsa da universidade por confrontar a sobrinha do reitor.

Encolhi os ombros, sem querer responder de imediato, quando a voz de Leonard interrompeu as intenções de Vivian. Olhar em seus olhos ainda era desconfortável, mas minhas mãos tremiam quando Vivian me soltou e eu percebi minha pele sangrar e arder.

- Oi, meu amor - Vivian se jogou nos braços dele e Leonard sorriu. - Você acredita que a Roberta quer sair da universidade? Vai se encontrar com o namorado rico?

Engoli o nó na garganta enquanto olhava mais uma vez para o homem que ainda amava. Seu olhar era tão frio que uma sentença de morte seria menos dolorosa do que o desprezo dele. Leonard riu; ele não acreditava que eu pudesse ter um namorado. Ninguém acreditava, mas eu estava pronta para provar que eles estavam errados.

- Você está certa, eu estou indo vê-lo - meu tom de voz, como sempre, era suave, mas falho. - Seria horrível se eu não pudesse ir ao seu noivado, acompanhada do meu namorado. Voce quer tanto conhecê-lo.

Vivian se calou, trocando olhares com Leonard. Ele revirou os olhos, cansado de estar ali. Colocou o braço atrás, segurando a cintura de Vivian. Meu coração disparou de dor. Eu não deveria sofrer por um homem que me rejeitava e que ajudou a me arruinar, mas um amor como aquele não parecia fácil de esquecer.

- Amanhã veremos se existe algum homem realmente corajoso nessa cidade para namorar você ou se você só está inventando essa história para se livrar do erro que cometeu.

Precisei de alguns segundos para entender que era comigo que Leonard estava falando. A voz dele era tão seca quando falava comigo. Meu rosto deve ter entregado o que eu sentia, porque Vivian falou em seguida:

- Ninguém vai saber que voce saiu, afinal, não fazemos ideia do que você está tramando.

Ela deu uma risada, me avaliando minuciosamente antes de finalmente se afastar. À medida que eles diminuíam a distância entre nós, eu senti meus joelhos perderem a força. Leonard abriu os braços e Vivian se alinhou entre eles. Ele a puxou para perto e a beijou nos lábios.

Aquilo doeu como facas perfurando meu peito. Lágrimas riscaram meus olhos. Eu precisava conviver com aquilo diariamente e não fazia ideia de quando essa dor cessaria.

Girei os pés novamente para fora, concentrando-me apenas na minha missão. Mal me lembrava da última vez que saí daquelas paredes. Eu estava o tempo todo tão focada nos estudos que esquecia que aqui fora existia vida e que eu precisava vivê-la. O motorista que chamei pelo aplicativo já estava do lado de fora me esperando. As luzes da cidade brilhavam nos meus olhos, as ruas agitadas. O motorista me lançou um olhar de estranheza enquanto eu estava no veículo.

O veículo parou em frente a um hotel de luxo no centro. A placa de néon brilhando dizia:

- The Sovereign Lounge.

Meu coração congelou.

Eu ia mesmo fazer isso? Pagar uma fortuna para um homem que eu não conhecia fingir ser meu namorado?

Estava a um passo de desistir. Poderia inventar uma desculpa para Vivian. Mas, se eu fizesse isso, seria arruinada para sempre. Respirei fundo e desci do automóvel, sorrindo para o motorista para esconder minhas mãos trêmulas.

Ajeitei meus óculos, que insistiam em cair do meu rosto magro. Meu All Star desbotado e o vestido velho que ia abaixo do joelho me faziam sentir como uma aberração. Mas não havia tempo para pensar sobre isso.

Caminhei em passos tímidos para o interior do lounge, olhando ao redor. Em vez de uma agência, encontrei um bar de luxo, repleto de empresários de terno e mulheres vestidas para impressionar.

Meu coração disparou. Limpei a garganta e me aproximei do homem mais bem-vestido perto do balcão de check-in - o recepcionista do hotel.

- Quero um acompanhante - minha voz saiu rouca e fraca.

Ele se virou e vi a surpresa em seus olhos. A eliminação profissional de qualquer traço de julgamento foi quase instantânea. Ele pigarreou:

- Para que tipo de eventos? E por quantos dias?

- Para um noivado - disse, ganhando um pouco de confiança. - Quero o homem mais caro que vocês tiverem.

Meus olhos se estreitaram para além do atendente, fixando-se em um homem encostado na parede, mexendo no celular. Ele não estava de terno, mas a camiseta preta que vestia parecia ter sido costurada à mão, e o relógio de pulso brilhava com um luxo discreto. Ele tinha uma aparência perigosa, de poder. Era o homem mais lindo que eu já havia visto.

Ele levantou o olhar e me encarou.

- Quero aquele homem - apontei na direção dele. - Eu pago para que ele finja ser meu namorado por um mês.

            
            

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