img img img Capítulo 5 Mandamento número dois
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Capítulo 6 A marca da vergonha img
Capítulo 7 Você me salvou, irmão img
Capítulo 8 Três meses depois img
Capítulo 9 É um prazer, senhorita Capman img
Capítulo 10 Visão do paraíso img
Capítulo 11 Ela, com certeza, será minha! img
Capítulo 12 Por que esquecer a mulher mais bela que já viu img
Capítulo 13 Eu sou um homem paciente img
Capítulo 14 Um acordo entre cavaleiros img
Capítulo 15 O Baile - Parte 1 img
Capítulo 16 O Baile - Parte 2 img
Capítulo 17 Desejo incontrolável img
Capítulo 18 Serei o primeiro da fila! - Extra, Brista Capman img
Capítulo 19 Esse jogo acaba hoje! - Extra 2, Brista Capman img
Capítulo 20 Eu confio em você, irmão img
Capítulo 21 Seja minha também - Parte 1 img
Capítulo 22 Seja minha também - Parte 2 img
Capítulo 23 Bem-vinda de volta, irmã img
Capítulo 24 O plano img
Capítulo 25 O aviso da cigana img
Capítulo 26 A ira de Lucian Gloucester img
Capítulo 27 És um demônio! img
Capítulo 28 Chega de misericórdia img
Capítulo 29 Ele implorava pelo seu amor img
Capítulo 30 Por favor, meu amor, não me deixe! img
Capítulo 31 Epílogo img
Capítulo 33 LANÇAMENTO DO LIVRO 2 img
Capítulo 34 NOVO LIVRO img
Capítulo 35 LIVRO MAIS BARATO+CAPÍTULOS EXTRAS img
Capítulo 36 LIVRO 2 NO TELEGRAM img
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Capítulo 5 Mandamento número dois

Marcel não dormiu.

Rolou na cama a noite inteira, de um lado para o outro, imaginando as inúmeras possibilidades para o que poderia estar acontecendo com sua irmã. Então, na manhã seguinte, seu humor estava amargo para com todos, menos Chelsea e Brista, que ocuparam longas horas da sua manhã experimentando e mostrando para ele como haviam ficado os vestidos que o rapaz havia trazido da capital para as duas.

Enquanto as duas garotas se divertiam, Judith observava o filho de longe. Sabia bem que ele estava estranho e tinha medo do que aconteceria à tarde, no entanto, ainda era a senhora daquela casa e Marcel não podia passar por cima de sua autoridade, ao menos era o que ela pensava.

As horas se arrastaram durante toda a manhã. Enquanto Judith coordenava os empregados e o chá da tarde, já que as damas iriam tomar chá em sua fazenda naquele dia, Marcel aprontava o cavalo para seguir até a fazenda dos Griffin.

- Mas eu queria ir também, irmão! - Chelsea insistia, enquanto o observava montar o cavalo. - Por que não pode me levar?

- Chelsea, meu bem, tenho certeza que terá novas oportunidades, mas hoje, preciso ir sozinho - Marcel argumentou, segurando as rédeas com força. - Logo verá Charlotte, tenho certeza.

Um pouco distante, Judith observava o curto diálogo que antecedeu a partida do filho, sentindo um aperto no peito ao ouvir a última frase, estava em pânico, apesar de manter a postura elegante de sempre. Encarou o cavalo levar o filho para longe, rogando a Deus que aquela visita não terminasse numa catástrofe, afinal, sabia que o filho poderia derrubar o céu por suas irmãs, acabar com seu genro não seria uma tarefa difícil para ele.

***

Charlotte estava sentada na frente da grande janela da sala, que lhe dava uma ampla vista para o jardim.

A ameaça que recebera mais cedo ainda ecoava em sua mente, várias e várias vezes, fazendo seu corpo tremer enquanto levava a pequena xícara de chá aos lábios. Willian não estava ali, havia saído para checar as plantações e os demais trabalhadores, dessa forma, ela sentiu que podia respirar e chorar.

Queria aliviar o peso que se instalou permanentemente em seus ombros, queria se sentir, ao menos um pouco, segura em sua própria casa. Mas sabia que aquilo era impossível e já havia aceitado seu destino, estava presa a Willian Griffin até sua morte, que provavelmente chegaria pelas mãos dele.

Estava tão perdida em seus pensamentos que sequer notou o cavalo se aproximar da grande casa. Marcel chegou com um trotar rápido, o vento desalinhava seus cabelos e ele estava ofegante, nervoso. Ao longe, viu a irmã sentada frente a janela, seus cabelos ruivos estavam perfeitamente alinhados, mas o rosto era triste. Charlotte exibia profundas olheiras, seus olhos eram tristes e sem vida, seu corpo, mais magro e frágil que ele se lembrava, parecia tremer levemente, ela estava chorando.

O rapaz demorou alguns instantes para se aproximar da entrada da casa, descendo do cavalo e o entregando a um capataz, que parecia muito surpreso por vê-lo ali e se dispôs a chamar o dono da casa imediatamente. Mas Marcel mal o respondeu, entregou o cavalo a ele e caminhou a passos largos até a porta, a abrindo num rompante e vendo os olhos verdes de sua irmã se erguerem para ele.

Charlotte acreditou estar vendo uma miragem quando, de súbito, seu irmão invadiu a casa, abrindo a porta com força e caminhando até ela, a abraçando carinhosamente, um abraço fraterno do qual ela sentia tanta falta. Tentou limpar o rosto, sorrindo de forma forçada enquanto procurava esconder a tristeza e as marcas dos abusos que sofrera.

- Irmão - iniciou ela, puxando a manga do vestido para baixo, escondendo os braços - , não acredito que está de volta!

Marcel sempre soube que sua irmã mentia muito mal, por isso, não foi difícil para ele saber que ela escondia algo. O rapaz se sentou ao lado dela no pequeno estofado e segurou suas mãos, acariciando os finos e trêmulos dedos da ruiva.

- Também senti sua falta, Lottie - ele falou, chamando-a pelo apelido que usavam quando eram somente crianças. - Sinto muito por demorar tanto.

A voz de Marcel era sofrida, levemente trêmula, aquele homem grande e forte parecia prestes a desmoronar enquanto olhava a sua joia mais preciosa tão triste e sem vida à sua frente. Era nítido a qualquer um que sua irmã não estava bem, o rosto, sempre tão alegre, estava magro e pálido, parecia que, há dias, não tomava sol. Percebeu também certo inchaço na lateral esquerda, que o fez querer matar Willian Griffin naquele mesmo instante.

Porém, mesmo que quisesse, ele seguia um código e não poderia agir imediatamente. Mas o tempo que esperaria seria compensado e, com toda certeza, Willian Griffin jamais se esqueceria do castigo que iria levar.

- Não se desculpe por nada, do que esta falando? - Charlotte continuou tentando se comportar como se nada estivesse acontecendo, apesar da voz trêmula e rouca devido ao choro de instantes atrás.

- Eu sei que algo está errado, Lottie, e não a obrigarei a me contar - iniciou o mais velho, soltando as mãos delicadas de sua irmã e tocando-lhe o rosto. - Mas irei resolver isso e farei meu papel, que é protegê-la, bem como a nossas irmãs! Eu nunca deveria tê-las deixado por tanto tempo, irei resolver isso!

As palavras do irmão encheram o coração da ruiva de esperança e, sem forças para carregar tudo aquilo sozinha, ela jogou-se nos braços de Marcel e chorou. Chorou por longos minutos, até que não houvesse mais lágrimas, chorou por tudo o que sofreu durante aqueles dois anos e ouviu o consolo do seu irmão, que prometeu que daria um jeito em tudo.

Ao longe, Willian Griffin observava a cena pela janela. Sentia a raiva e o ódio tomarem seu ser enquanto olhava para Charlotte, que chorava desesperadamente nos braços do irmão. Mesmo de longe, ele podia ver como Marcel estava pronto para matar alguém, mais precisamente ele, e sabia que aquilo não acabaria ali.

***

Willian não apareceu na casa durante toda a tarde e, apesar de não querer, Marcel precisou ir embora e deixar sua irmã para trás, com a promessa de que voltaria. Instruiu Charlotte e pediu para que ela ficasse em seu quarto e trancasse a porta. Ele duvidava que Willian retornasse a casa naquela noite, o havia visto ao longe, encarando-os, durante a tarde, sabia que ele estaria na cidade afogando suas mágoas e era exatamente disso que precisava.

Quando o sol se pôs e ele retornou a casa da fazenda, sua expressão deixava claro que não era um bom dia para conversas. Encarou sua mãe com um olhar de raiva, mas, ao menos naquele momento, não disse nada a ela. Marcel Capman mal entrou em casa e, logo em seguida, saiu. Cavalgou por longos minutos até próximo a cidade, encontrando a grande mansão. As luzes estavam acesas, havia carruagens e cavalos por ali, então, constatou que, por sorte, estavam presentes os demais membros.

Amarrou seu cavalo junto com os outros e deu uma moeda ao garotinho que estava cuidando dos animais, dando dois tapinhas no ombro dele, que sorriu alegre ao receber a moeda de ouro, então seguiu caminho. Os passos dele eram firmes, duros e precisos, desse modo, não demorou a chegar à porta.

Tudo o que passava em sua mente era raiva ódio, ele queria matar Willian, mas matá-lo não era a atitude de um membro da Adsumus. Abriu a porta de madeira pesada e viu a iluminação alaranjada dos candelabros abrirem o caminho à sua frente. Podia ouvir a música que tomava toda a mansão, o som do violino, as conversas dos homens, sempre havia alguém ali.

Caminhou pelos corredores, pegando uma taça de vinho com uma jovem que levava uma bandeja, usando somente um vestido curto e de tecido fino, praticamente transparente, que deixava seu corpo exposto. Mal a olhou, estava habituado às festas boêmias da seita e gostava muito delas, mas, naquela noite, não era diversão que estava procurando.

Chegou ao grande salão e encontrou os demais membros rindo e conversando, a casa estava cheia e ele começou a pensar que havia esquecido de algum evento importante, o que, levando em conta tudo o que estava acontecendo, era muito possível. Assim que passou pelo umbral, todos se voltaram para ele e logo Thommas se aproximou, estendendo a mão e o cumprimentando.

Thommas era um homem um pouco mais velho que Marcel, seus cabelos eram curtos e ele tinha pouca estatura, era baixinho para a maioria dos presentes, mas tinha um porte físico musculoso e uma pele quase dourada. Era dono de algumas terras na região e um dos principais informantes quanto ao que acontecia no mercado internacional, viajava muito para várias partes do mundo.

Era, sem sombra de dúvidas, o melhor amigo de Marcel.

- Meu amigo, achamos que não viria! - falou ele, abraçando-o com um grande sorriso.

Ali, todos eram amigos e sócios, a relação de irmandade que havia entre eles era gritante e se davam muito bem, ter uma boa relação com seus irmãos de seita era o primeiro mandamento da Adsumus, pois não podiam coordenar tudo o que precisavam se não tivessem um bom relacionamento entre si.

- Olá, Thommas - ele iniciou, retribuindo o abraço do amigo e o soltando sem muita demora. - Realmente, não me lembrava do evento desta noite, mas não é pela festa que estou aqui.

- Não veio participar da festa? Estávamos pensando no que fazer quando o Duque Lucian chegar - Thommas parecia preocupado.

Sabia muito bem que Marcel era extremamente responsável e que não se esquecia dos seus compromissos, então, por que ele parecia tão tenso e nervoso?

- O que houve? Você parece de péssimo humor - perguntou o mais baixo, encarando seu amigo com preocupação.

Então o viu erguer a taça, pigarreando para chamar a atenção de todos e caminhando até o centro da sala. Marcel seguiu até a mesa central, onde o símbolo da seita estava exposto, havia nele duas espadas cruzadas e, entre elas, um grande olho.

Então, ele colocou a mão sobre o símbolo e falou:

- Cavaleiros, preciso da ajuda de vocês, algo muito sério aconteceu e creio que precisaremos intervir!

Todos na sala se calaram, voltando-se para Marcel, aquele era o sinal para que os demais se unissem a ele, então, lentamente, todos os membros se aproximaram e colocaram a mão direita sobre o símbolo.

Mandamento número dois: quando um irmão precisa de ajuda, todos estão dispostos a lutar suas guerras ao seu lado.

***

Pessoal, espero que gostem desse novo capítulo! Os capítulos serão postados a medida que escrevo, então deixem seus comentários, eles me motivam muito, me contem o que estão achando! Vou deixar uma caixinha de perguntas no meu insta para vocês deixarem sua opinião sobre a história! Me contem o que estão achando e, se interagirem bastante, se comentarem muito, eu solto mais dois capítulos hoje! <3 @evy_da_dreame

                         

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