Capítulo 5 Seus dias de sossego acabaram

Como se fosse um sinal, o céu acima tornou-se sombrio, e uma rajada repentina de vento açoitou Emily, fazendo seu traje branco e cabelos escuros esvoaçarem ao seu redor. A voz dela, com uma qualidade espectral, a fazia parecer quase um fantasma.

Ruby, dominada por um sentimento de culpa, tapou os ouvidos com as mãos e soltou um grito. Em pânico, ela empurrou os outros para o lado e correu de forma atrapalhada para dentro da casa.

Mathew Graham, o namorado de Ruby, ficou completamente perplexo e só conseguia olhar para Emily, com o rosto pálido de choque. "Eu... eu não te fiz mal. Por favor, não me persiga..."

Num misto de desespero e medo, ele pegou desajeitadamente um seixo e o atirou em Emily, que o pegou sem esforço. Semicerrando os olhos, Emily atirou-o de volta, atingindo-o em cheio na cabeça.

O ar foi perfurado por outro conjunto de gritos, desta vez das duas pessoas na porta, que recuaram horrorizadas ao testemunharem o sangue escorrendo pela testa de Mathew.

Mathew, agarrando a cabeça, sentiu como se ela fosse se abrir. Quando olhou para a mão, ela estava manchada de sangue. Então, ele viu um par de saltos altos pretos se aproximar dele.

Levantando a cabeça, ele cruzou o olhar com o olhar gélido de Emily. Foi aí que a ficha caiu, e ele gaguejou: "V-Você não está morta. Você está viva."

Emily olhou para ele de cima. Este era o homem que um dia a havia perseguido com fervor, apenas para que seu afeto se transformasse em malícia, levando-o a tramar a queda dela para seu próprio benefício.

"Mathew, lamento informar que seus dias de sossego chegaram ao fim," disse Emily friamente.

Três anos atrás, Mathew e Ruby haviam arquitetado um plano traiçoeiro. Eles convenceram Emily a se juntar a eles em uma escalada na montanha, apenas para empurrá-la de um penhasco, encenando tudo como um acidente. Emily havia sobrevivido, mas o crime deles permanecia inegável.

Os pecados que cometeram estavam prestes a alcançá-los. E Emily estava determinada a se vingar.

O caos engolfou a Mansão Rose.

Ao retornar, Emily agiu rapidamente. Ela ordenou que uma equipe de construção reformasse a mansão, começando pelos quartos dela e de seus pais. Tudo o que pertencia a Kyson e Ruby foi jogado fora.

"Não! O que vocês estão fazendo? São as minhas joias! Não toquem nas minhas roupas e bolsas!" exclamou Ruby.

Ela observou, consternada, enquanto seus bens mais preciosos eram indiscriminadamente jogados de lado pela equipe de construção, seu coração se apertando a cada item descartado. Frustrada, ela voltou sua ira para Emily, gritando acusadoramente: "Você enlouqueceu! Eu moro aqui há três anos!"

Emily, impassível, recostou-se no sofá, com sua atenção na lista de funcionários atuais da Mansão Morris, ignorando os protestos de sua prima, a quem um dia tanto estimara.

"Meu quarto foi profanado por alguém tão vil quanto você por três anos. Não é de se espantar que esteja cheio de lixo," disse ela.

Ela então dirigiu suas instruções à equipe de construção. "Certifiquem-se de limpar tudo e não deixar nenhum lixo para trás. Não se preocupem com os danos. Eu quero um quarto limpo."

"Entendido." Ao receber a ordem de Emily, a equipe de construção agiu impiedosamente. Bolsas de luxo não eram diferentes de bolsas comuns aos olhos deles, todas foram indiscriminadamente amontoadas em sacos e descartadas do lado de fora.

Ruby estava à beira de um colapso. "Tirem suas mãos imundas das minhas coisas!"

Ela se lançou à frente em uma tentativa fútil de salvar seus pertences. Farta da confusão, Emily rapidamente puxou uma cortina da cama, enredando Ruby com ela antes de amarrá-la a uma cadeira. Depois de enfiar uma meia na boca de Ruby, Emily finalmente encontrou a quietude que desejava.

O esforço durou a tarde inteira, e os quartos de Emily e de seus pais foram finalmente limpos e restaurados ao seu antigo esplendor. Agradecida pelo trabalho árduo, Emily recompensou generosamente a equipe de construção antes de se despedir deles.

O retorno de Kyson para casa foi recebido com uma visão chocante: sua preciosa coleção de jade antigo estava espalhada pelo corredor. "Oh, meu Deus, o que aconteceu aqui? Quem é o responsável por isso?" ele exclamou.

Ruby, que acabara de ser libertada, jogou-se nos braços do pai, com lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto apontava um dedo acusador para Emily. "Pai, foi ela que fez isso! Ela jogou todas as nossas coisas fora!"

O olhar de Kyson, agora fixo em Emily, era tudo menos gentil. "Emily, o que exatamente você está tramando?"

"Ajudando você a fazer as malas," Emily respondeu friamente, sua postura no topo da escada exalando um ar distante enquanto olhava para baixo. "Tio Kyson, esta mansão é propriedade pessoal do meu pai. Você não está planejando reivindicá-la como sua, está? Pense no que uma notícia dessas poderia fazer com a sua reputação."

Kyson cerrou a mandíbula em frustração. Ele originalmente cobiçava a Mansão Rose para si, mas seu irmão mais rico, Joshua, a comprou antes que ele pudesse. A propriedade era um objeto de seu desejo por anos, e ele a assumiu com entusiasmo ao saber da suposta morte de Emily.

Ele forçou um sorriso e disse: "Emily, somos família. Não há necessidade de disputas entre nós. Atualmente, sou o presidente do Grupo Morris, e já me acostumei a morar aqui na Mansão Rose-"

"Hábitos podem ser mudados, e você vai se virar," Emily o interrompeu, com a voz calma. "E presidentes podem ser substituídos. Tio Kyson, se desejar uma aposentadoria antecipada, terei o maior prazer em providenciar isso para você."