A Dama de Companhia
img img A Dama de Companhia img Capítulo 4 Queda à monarquia
4
Capítulo 6 Uma carta na manga img
Capítulo 7 Meu namorado img
Capítulo 8 Conversa de fã img
Capítulo 9 Eu tenho hipoglicemia img
Capítulo 10 Ninguém morre disso img
Capítulo 11 Eu sei muito sobre você img
Capítulo 12 Me chame de Deck img
Capítulo 13 Você sempre será a minha princesa img
Capítulo 14 Eu lhe digo verdades img
Capítulo 15 Vossa Alteza, Príncipe Magnus img
Capítulo 16 Você não é uma mulher indefesa img
Capítulo 17 Eu não sou uma candidata à princesa img
Capítulo 18 Um plano arriscado img
Capítulo 19 Prometa que vai tomar cuidado img
Capítulo 20 Lady Vitória Grimaldo img
Capítulo 21 Eu não sou doente img
Capítulo 22 Rainha Anne Marie Chevalier img
Capítulo 23 Você não pode falar a verdade img
Capítulo 24 Família img
Capítulo 25 Ao seu brilhante futuro fora do castelo img
Capítulo 26 Ainda é sábado img
Capítulo 27 Dom img
Capítulo 28 Maquiavélica img
Capítulo 29 O médico img
Capítulo 30 Intervenção real img
Capítulo 31 Leon vale qualquer sacrifício img
Capítulo 32 Transmissão real img
Capítulo 33 Felizes para sempre poderia ser um livro clichê img
Capítulo 34 Dê graças a sua sorte img
Capítulo 35 Lana Davis img
Capítulo 36 Eu não matei Joana Pallucci img
Capítulo 37 Quem é você, Dereck Chevalier img
Capítulo 38 Eu sou virgem img
Capítulo 39 A bofetada img
Capítulo 40 Eu aceito img
Capítulo 41 Não quero regalias img
Capítulo 42 Uma conversa sobre amor img
Capítulo 43 Eu dou as ordens por aqui img
Capítulo 44 Uma noite de terror img
Capítulo 45 Estou voltando ao castelo img
Capítulo 46 Há algo que possamos fazer por você img
Capítulo 47 O que realmente está acontecendo aqui img
Capítulo 48 Um futuro promissor em Noriah img
Capítulo 49 Sorvete de morango img
Capítulo 50 Eu não preciso de nada img
Capítulo 51 Por que Magnus seria um bom rei img
Capítulo 52 Gata borralheira de novo img
Capítulo 53 O príncipe tem tatuagem img
Capítulo 54 Uma garota azarada img
Capítulo 55 Eu não mereço você img
Capítulo 56 King img
Capítulo 57 Domênico e Katrina img
Capítulo 58 Você tentou me matar img
Capítulo 59 Magnus e Katrina img
Capítulo 60 A Rainha Anne Marie Chevalier img
Capítulo 61 O que você realmente quer img
Capítulo 62 Não pare, Magnus! img
Capítulo 63 Eu acho que gosto dele! img
Capítulo 64 O tempo que me perde img
Capítulo 65 Você veio! img
Capítulo 66 Eu vou me aproveitar de você agora img
Capítulo 67 O dia depois img
Capítulo 68 Praia img
Capítulo 69 O que acontece no quarto ao lado img
Capítulo 70 A batalha img
Capítulo 71 Black está ferido img
Capítulo 72 Dom e Black img
Capítulo 73 Magnus e Domênico img
Capítulo 74 Adolfo Lee img
Capítulo 75 Onde está Kevin img
Capítulo 76 Preciso de dinheiro, Alteza. img
Capítulo 77 Eva img
Capítulo 78 Um presente para Magnus img
Capítulo 79 Black para sempre img
Capítulo 80 Você não presta, Dereck Chevalier img
Capítulo 81 Chegou sua fada madrinha img
Capítulo 82 O baile de máscaras img
Capítulo 83 Eu preciso comer img
Capítulo 84 Você mexeu com a pessoa errada img
Capítulo 85 Eu vou matar Katrina Lee img
Capítulo 86 Katrina Lee está morta img
Capítulo 87 Simplesmente acontece img
Capítulo 88 Vingança img
Capítulo 89 Kevin voltou img
Capítulo 90 Segredo revelado img
Capítulo 91 Nada poderia ser pior que simular a própria morte img
Capítulo 92 A vida não é justa para pessoas como nós img
Capítulo 93 Quase fomos uma história de amor img
Capítulo 94 Eu quero o meu príncipe img
Capítulo 95 Magnus e Black img
Capítulo 96 Vitória e Katrina: o acerto de contas img
Capítulo 97 O casamento real img
Capítulo 98 Lua de Mel I img
Capítulo 99 Lua de Mel II img
Capítulo 100 Ela já pode dar ordens img
img
  /  2
img

Capítulo 4 Queda à monarquia

Nunca pensei que achar um emprego fosse tão difícil. Eu realmente gastei a sola do meu scarpin mais caro e nem minha boa aparência meu ajudou. O papel que eu havia conseguido na faculdade ajudava a não me dizerem não completamente. Ficavam com meu currículo que era praticamente em branco e prometiam me ligar assim que houvesse uma vaga. Eu não poderia me dar ao luxo de esperar. Eu precisava do emprego urgentemente.

No fim da tarde, voltei para a faculdade e fui encontrar meus amigos no nosso lugar secreto. Todos já me esperavam.

- E então, alguma novidade? – perguntou Kim. – Conseguiu o emprego?

- Claro que não. – falei jogando minha bolsa longe e sentando em uma mesa, completamente esgotada.

Tirei meus sapatos e disse:

- Bolhas... Eu fiz bolhas de tanto caminhar. – falei horrorizada.

- Tentou com o reitor? – perguntou Diana.

- Você conhece alguma pessoa que tenha conseguido emprego com o reitor, Diana? – perguntei curiosa.

- Sim... Algumas meninas das minhas aulas.

- E... Garotos?

Ela pensou um pouco e disse:

- Não.

Eu respirei fundo e contei a eles o que havia acontecido naquela manhã. Para minha surpresa Léo ficou furioso. Levantou e caminhava de um lado para o outro:

- Temos que denunciar.

- Eu concordo. Mas alguém vai ter que realmente gravar. Eu blefei... E por sorte ele acreditou.

- Amiga, você é muito espera. – disse Kim.

- Eu sei disto... Se não fosse já teria ido para cama com ele por um emprego. Consegui o papel e não precisei usar meu corpo. – eu disse sorrindo ironicamente.

- O que fez ele pensar que usaria este corpo? – perguntou Léo me abraçando. – Estou triste por você, minha linda.

- Eu não... – confessei.

Todos me olharam.

- Pensem, eu venci aquele imbecil. - me justifiquei.

- Ela tem razão. – disse Diana.

- Ainda acho que não podemos deixar assim. – falou Léo. – Podemos armar uma cilada para ele. E se usássemos você, Diana?

- Eu?

Eu sabia que não daria certo. Diana era muito tímida para ser isca. E depois do que eu havia feito, Justus já devia estar bem mais esperto.

- Este sistema macabro. – continuou Léo. – Que usam as mulheres como objetos.

- Exato. A culpa é da monarquia.

- Querida, a culpa é do mundo. – contestou Kim. – Que não aceita que garotas bonitas possam ser inteligentes, que acha que tudo que alguém pede pode conseguir algo em benefício próprio, que acha que os gays não são pessoas normais... E por aí em diante.

- Ele tem razão. – disse Diana.

- Vocês sabem que devem existir mais grupos contra a monarquia em vários lugares do reino. – eu disse.

- Sim.

- Somos um grupo pequeno, por isso podemos continuar. Mas não acho que consigamos nenhuma mudança nós quatro, além de dialogarmos. Precisamos fazer parte de um grupo maior. Temos que achar as outras pessoas que pensam como nós.

- Mas encontrar estas pessoas é um risco. – disse Diana.

- Se não tentarmos não saberemos.

- Na verdade a monarquia ficou ruim desde que Rainha Anne assumiu. Enquanto o rei estava bem de saúde, não tínhamos a miséria e a tirania de hoje. – lembrou Léo.

- Isso é verdade. E precisamos ter cuidado. Noriah norte estava tentando tirar a monarquia há muito tempo e o que conseguiram? Quebrar o país e viverem em miséria absoluta. Não basta quebrar a monarquia... É preciso saber o que queremos após a queda dela. – observou Kim.

- Mas há boatos de que o Príncipe Magnus se casará e assumirá o trono no lugar da rainha Anne. – falou Diana.

- Não vejo a rainha Anne abandonando a coroa nunca. – eu disse. – Ela ama ser rainha... Ela quer ser idolatrada, mandar, ter súditos...

- Isso é verdade. – disse Kim. – A rainha ama ser rainha.

Todos rimos.

- Imagina um rei lindo como Magnus Chevalier. Acho que eu até me dobraria para monarquia. – confessou Kim.

- Ora, Kim, você não está falando sério. – disse Léo.

- Que ele é lindo ou que eu me dobraria à monarquia? – ele perguntou rindo.

- Os dois...

- Ele é perfeito. – disse Diana.

- E você também acha este absurdo, Kat? – perguntou Léo, atento ao que eu diria.

- Sinceramente, não que eu seja alheia a tudo que acontece na família real, mas se fecho meus olhos não lembro do príncipe Magnus. A rainha é dona de toda atenção e merchandising do reino, não dando espaço para ninguém. Ela quer ser única. Esta é minha visão. Mas se eu encontrasse o príncipe Dereck na rua, eu o reconheceria.

- Querida, você nunca vai encontrar o príncipe Dereck na rua. – disse Kim. – E se eu encontrasse ele, agarrava e raptava. Acho-o ainda mais fofo que Magnus.

- Ele também adora um holofote. – observei. – Não tem rede social, mas vive em fotos de pessoas da A e da B. Ele está sempre na noite, nas baladas mais importantes, com os artistas e cantores mais famosos. Ele puxou à mãe.

- Ainda bem que ele só assume o reino se Magnus morrer. – disse Leo.

- Acham que Magnus é melhor que Dereck? – perguntei.

- Claro que sim. – disse Diana. – Ele é sensato, é sério... Nunca o vi numa balada ou numa foto em uma rede social. Só nos jornais e na TV. Ele fala bem...

Eu ri:

- São ambos horríveis. Eles são filhos da rainha Anne, não há como serem boas pessoas.

- O que seu pai acha sobre quando o reino era comandado pelo rei Alfred? – perguntou Léo.

- Eu nunca falei com meu pai sobre isso. – confessei.

- Deveria. – ele disse. – Meu pai disse que eram áureos tempos em Noriah Sul. O rei Alfred era sério e ao mesmo tempo ouvia as pessoas. Ele tentava encontrar soluções que sempre beneficiassem todos. Era um homem que realmente se importava com todo o povo.

- Não é isso que dizem os livros. – Diana falou.

- Eu aposto que a rainha Anne mandou escrever tudo que está nos livros de história.

Caímos na risada novamente. Kim era engraçado sempre e mesmo em assuntos sérios conseguíamos ficar alegres com os comentários dele. Eu amava tê-lo como meu melhor amigo. E eu também era feliz por ter amigos tão inteligentes e cheios de causa para lutarem.

- Bem, o assunto está bom e eu poderia ficar aqui até amanhã conversando sobre o quanto eu odeio a monarquia. Mas eu preciso ir. – falei.

- Boa sorte na sua casa. – disse Kim. – Qualquer coisa me liga.

- Pode deixar, amigo. Amo você.

Despedi-me deles e estava saindo quando Léo fechou a porta e ficou na minha frente, impedindo minha passagem:

- Como vou ficar sem vê-la todos os dias?

Eu ri:

- Você vai sobreviver, seu bobinho.

Ele tentou me beijar, mas eu virei o rosto e o beijo pegou na minha bochecha.

- Quando você vai aceitar ser minha namorada? – ele continuou.

- Léo, por favor, hoje não estou com tempo para isso... Estou cansada, chateada.

- Querida, você sabe que se namorarmos e virmos a casar, você não terá mais problemas financeiros.

- Léo, eu sei disto. Mas eu não quero casar com você por dinheiro. Eu preciso amá-lo.

- Mas você pode me amar com o tempo...

Eu alisei o rosto dele e disse:

- Obrigada por existir na minha vida.

Ele abriu a porta e deixou que eu saísse.

Quando cheguei em casa tomei um banho e vesti uma roupa confortável. Expliquei a minha mãe que não havia conseguido emprego naquele dia. Achei que Laura Lee iria me xingar, mas não. Pelo contrário, ela foi bem gentil:

- Eu sabia que seria assim, minha filha. Você vai conseguir algo. Não desista.

Fiquei com pena de minha mãe. Eu percebi o quanto ela estava cansada de tudo. E eu não queria que ela desistisse. Todos nós estávamos ali graças a ela. Laura Lee era uma mulher forte, decidida, que fazia tudo sozinha na nossa casa. Eu nunca achei que ela e meu pai fossem um casal feliz. Eles se respeitavam, mas nos últimos tempos minha mãe perdera completamente o respeito por ele, depois de ele ter perdido tudo que tínhamos com o vício do jogo. Não sei o que os levou a casar algum dia, mas eu tinha certeza de que não eram apaixonados. Meu pai sempre foi mais sensível e carinhoso. Ela, a rocha que sustentava tudo. Era ela que nos incentivava em tudo e tentava empurrar meu irmão para uma vida com atitudes corretas, a eu fazer faculdade mesmo sem ter certeza do curso que eu queria:

- Faz qualquer coisa... Se precisar, depois muda. O importante é estar lá dentro, estudando. – ela dizia.

E assim eu a ouvi. Ela sempre se preocupava com meu irmão Leon também. Laura Lee era quem nos mantinha juntos, mesmo com todas as dificuldades. Eu queria que ela fosse feliz e tinha medo de ela desistir devido à tantas dificuldades que encontrava.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022