Olho para a mesa Romântica, que foi colocada em minha frente, e eu devo admitir que estou realmente encantado. Eu sempre pensei que Pierre fosse um cara duro e sem emoções. Mas quanto mais tempo eu passo com ele, e olho em seus olhos. Mais eu sinto, o meu coração, passando de mim para ele. Mas eu temo, não receber o coração dele em troca. Porque toda Renascença sabe, que o Pierre não ama ninguém. E isso e isso me fere um pouco, porque é uma completa loucura, que eu esteja me entregando dessa forma. Quando eu não vou receber nada em troca, isso machuca. Tudo que eu sempre quis, foi o amor de alguém. Que me amasse como eu sou, que se importasse comigo, não por causa de uma ligação familiar. Mas porque me vê por inteiro, e que me amo por eu ser como eu sou. Mas não o amor que Alberto sente e os meus Pais já sentiram por mim. Eu quero que alguém me ame, como os amantes se amam. Como das histórias que eu lia, em que o Casal sempre tinha um final feliz no fim. Mas às vezes, eu tenho a sensação, que eu não vou ter esse final. Porque eu tenho que encarar a realidade, eu estou apaixonado por um assassino. Um louco, que não ama ninguém. Mas eu continuo me enganando, e acreditando que existe pelo menos um fio de humanidade nesse lobo. E que esse fio, vai fazer com que ele ame e que se apaixone por mim. E por mais que pareça louco, quando olho em seus olhos, vejo um pouco de amor.
Olho em volta, parece que o tempo parou, enquanto que olho ao redor. E percebo, como que em um estalar de dedos, Pierre fez tudo isso só para mim. E isso me emociona, faz eu até sentir, que estou no meu primeiro encontro. E isso é um pouco patético, porque todos sabem, que eu já namorei bastante. Mas quanto mais tempo, eu passo com Pierre, mais eu sinto que eu sou um novato perto dele. Eu já estive com tantos homens e mulheres, mas com o Pierre é tão diferente. É como se eu fosse um adolescente novamente, e estivesse tentando entender ainda as regras do jogo. Porque tudo que já aprendi na minha vida, nenhuma das coisas, me preparou para o que está à minha frente. Amar um louco, um lobo, ou melhor dizendo um Pierre. E infelizmente, eu ainda sou o Corvo. E isso com certeza, complica as coisas de uma forma que eu nem mesmo posso compreender! Porque me dói, lutar contra o Pierre. Porque eu não quero o machucar, eu não quero que ele morra ou algo parecido. Tudo que eu quero é impedir que Pierre machuque outras pessoas. Mas ao mesmo tempo, eu não sei, porque eu ainda protejo essas pessoas. Quando elas não fazem nada por mim, quando nunca me querem, e mesmo quando eu as ajudo. Eu sou criticado, mesmo quando não tenho culpa! E eu estou tão cansado, de tudo. Mas quando eu estou com o Pierre, é tão diferente, eu me sinto tão leve. Como se eu pudesse ser eu mesmo, e que nada possa me impedir disso, ele me faz feliz. E eu não posso mudar isso, por mais que todos queiram, não posso mudar os meus sentimentos.
Abaixo os meus olhos, por que me sinto perdido, em meio ao que as pessoas querem e em o que eu quero. E isso está me matando por dentro, acho que eu não deveria estar aqui! Eu tenho que ir embora, eu não posso continuar com isso. Sendo que isso só vai acabar me trazendo dor às pessoas que eu amo. Podem acabar machucadas, por isso sem olhar para o Pierre. Eu me levanto da mesa, antes que eu me afaste. Pierre segura minha mão.
"- Bruno, meu querido, o que está acontecendo? Para onde você está indo? - Ele se levanta e fica em minha frente, olho em seus olhos, e percebo que nunca tinha reparado. Que os seus olhos são diferentes, um deles é de cor dourada e outro em prata. Isso me lembrava, pedras preciosas, e isso só firmava minha ideia. De que Pierre, dê como uma jóia, esquecida pela Sociedade. E digo, desviando meus olhos do seus
"- Eu estou indo embora, Pierre, acredite. Eu estou amando nosso encontro, mas eu já estou me entregando a você. Mas nós, nunca daremos certo, e você sabe o porquê - Seus olhos brilharam que era de irritação, e algo que parecia ser tristeza. E eu odiava ver isso em seus olhos, e saber que fui eu que causei isso. Porque eu não queria o machucar, meu objetivo foi sempre, o deixar feliz.
"- Deixa, eu adivinhar, é porque você é um Playboy e um dos mocinhos. E nunca ficaria comigo, porque sou um lobo Louco! Um Psicopata! Um Vilão, que não merece sua atenção!
Ele colocou a cabeça sobre as mãos, e eu senti uma dor no meu peito. Porque meu coração se partiu, porque eu o machuquei! E o mais importante, eu ia ficar sozinho novamente. E eu simplesmente, não queria passar o resto da minha vida sem saber o que era amor. Ou saber se um dia, o Pierre poderia me amar. E pela primeira vez, deixo minhas lágrimas escorrerem. E logo me vejo soluçando, e ao tempo que cai de joelhos. Pela primeira vez, em muitos anos, me permito mostrar emoções. E então ouvi Pierre dizer
"- Você está chorando? Meu Santo Caos, você está mesmo chorando! Porque você está chorando? - É então, que ele coloca suas mãos sobre minha cabeça. E me forçou a olhar, eu olhei naqueles olhos, que mostravam tanta devastação e tristeza. E isso fez com que minhas lágrimas se multiplicassem ainda mais. Porque eu causei essa tristeza, sou culpado por tudo isso. E eu digo.
"- Eu choro, porque estou te machucando! Quando na verdade, tudo que eu queria fazer, é nos ajudar. Porque nunca daria certo, afinal, você não ama ninguém. E eu estou simplesmente me entregando, e eu estou cansado de sofrer - Fecho meus olhos, deixando minhas lágrimas escorrerem, mas então. Eu sinto alguém acariciando meus cabelos, e ouço a voz do Pierre dizer.
"- Bruno, meu querido, quem disse que eu não amo ninguém? Eu amo a mim mesmo, e eu amo o Caos. Mas principalmente, estou amando estar aqui com você. Quanto mais eu vejo você, e enxergo quem tu és. Mas eu sinto, que estou me entregando - Arregalo meus olhos, enquanto que olho nos seus olhos. Que por um momento, parecem tão lúcidos, mas logo voltam a loucura que me fez amar ele.
"- Eu sinto o mesmo, mas eu tenho tanto medo, porque a única pessoa que já ficou ao meu lado. Foi Alberto, e ele está envelhecendo, e logo estarei sozinho. - Me levanto do chão, porque acho que meu humilhei demais. Mas novamente, sinto o Pierre segurar minha mão, e ele me empurra contra a parede e diz.
"- Eu não vou deixar você sozinho, tu és meu! E nunca te deixarei ir
Pierre On
Empurro Bruno contra a parede, e olho naqueles olhos de avelã, eles parecem ainda mais bonitos de perto. E são tão expressivos, mostram dor e sofrimentos, mas principalmente muita solidão. E eu quero acabar com isso! Eu não suporto ver isso em seus olhos, porque eu os quero brilhando de felicidade. Que brilhe com o amor, que quero que ele sinta por mim. Desço meus olhos até seus lábios, que para um homem, são finos. Mas isso, só faz com que queira devorar sua boca. Uma das minhas mãos apertam seu quadril, e a outra seca suas lágrimas. Ele abre a boca, e passa a língua pelos lábios. O aperto ainda mais contra parede, ele está me provocando, mesmo que não de forma consciente. Mas está, então chego perto do seu ouvido e digo.
"- Você está me provocando, não é? Você parece tão vulnerável, com tanta dor nos olhos, e eu não entendo. Geralmente, eu te estriparia e riria do seu sofrimento. - Me calo, ao ver seus olhos fixos nos meus. Enquanto que sua mão, segura minha camisa com força, como se tivesse medo. De me soltar, e que eu acabe indo embora. Mas eu não vou, não quero ir e não posso ir.
"- Mas então, porque não está fazendo isso? Porque não me matou, ou me sequestrou? Porque estou vivo, enquanto que olho em seus olhos, que são tão bonitos e perfeitos. E me pergunto, porque não acabou comigo? - Olho nos seus olhos de avelã, que são perfeitos, e eu olho em seus lábios. Que parecem pedir, para que eu o beije. E digo, com sinceridade, o que eu sinto.
"- Porque têm algo em você, que me faz me encantar! Que me dá vontade de beijar, cada parte do seu corpo e me declarar a você. Porque eu estou sentido, algo que nunca senti! E estou amando, algo que pensei, não seria possível. Então me diga, posso te beijar? - Eu nunca pedi permissão para fazer algo, mas algo em Bruno. Me fazia querer, ter permissão, saber se ele queria o mesmo que eu. E então ele diz.
"- Pode, mas por favor, não me deixe depois de me usar. Porque eu só quero, o que for duradouro, o passageiro não me serve mais - Rio, enquanto que sinto o seu cheiro, parece ser um perfume muito caro. E eu me pergunto, qual será seu cheiro natural, acho que devemos mudar isso. Para um cheiro mais atraente. E eu digo.
"- Não se preocupe, meu querido, Bruno. Eu não faço nada passageiro, e você, será a coisa mais estável na minha vida. Afinal, até mesmo no Caos, existe a estabilidade do amor e é isso que sinto
Aproximo meu rosto do de Bruno, e por um momento, o tempo parece congelar. Até que vou chegando mais perto, e logo meus lábios tocam os seus. E eu sinto algo dentro de mim mudar, é como se eu finalmente tivesse encontrado aquele que me pertence. Minhas unhas apertam seu rosto com força, enquanto que movo meus lábios contra os seus. Delicadamente, faço com que ele abra boca. E arregalei os olhos, ao sentir o seu gosto, parecia algo tão exótico e ao mesmo tempo cativante. E eu não resisto, dou mordidas em seus lábios. Que sangram levemente, tal com as marcas de unhas que deixei em sua face. E quando nos falta digo.
"- Então, me diga, você vai ficar comigo? - Olho para Bruno, que confirma, e o beijo muito.