Capítulo 2 02

" A pior solidão é da pessoa que não ama "

Catarina narrando

Eu sempre fui apaixonada por livros desde pequena , sempre gostei de ler romances mas aqueles bem clichês e sempre me imaginei em cada uma da aquelas histórias, fecho os olhos e me imagino como a personagem principal, vivendo um conto de fadas com o príncipe encantado do lado.

É tão ter o seu destino cruzado por alguém, eu não tinha voz dentro dessa casa e muito menos poderia decidir oque eu queria para minha vida.

- Catarina - Bruno fala assim que entro na estufa, Aqui é o nosso esconderijo.

- Bruno - Sorrio para ele - As flores estão lindas hoje - Eu me aproximo dele.

.

- - Acredito que elas não são tão lindas como você meu amor - Ele diz me beijando.

- Eu estava com saudade dos seus beijos Bruno.

- Fiquei sabendo que o seu noivo vem jantar amanhã aqui .

- Talvez hoje, eu não sei ainda certo. Mas eu não quero me casar com ele, Eu quero ficar com você. Eu até pensei em falar com meu pai, Mas ele não aceitaria e tenho medo que ele pode fazer algo contra você.

- Você não deveria aceitar isso.

- É a nossa cultura , eu fui criada assim. Meu pai espera isso de mim, não posso decepcionar ele e os meus irmãos.

- Decepcionar ? Você não quer decepcionar eles, mas vai se entregar para uma vida que você não quer. Catarina , dentro de você existe sonhos não deixe eles morrer.

- Eu não sei oque fazer Bruno, eu amo você e não ele.

- Foge Catarina, você pode fugir comigo. A gente vai para longe.

- Catarina - Pedro entra na estufa e se aproxima de nós - É melhor você se arrumar, achei que você até já estaria pronta - Eu encaro ele e ele encara Bruno.

- Algum motivo especial? - Eu pergunto olhando para ele, sobre o olhar atento do Bruno.

- Nicolas vai vir jantar aqui hoje - Ele diz sério. - É melhor você não ficar tanto aqui na estufa agora que está noiva.

- Eu já estou subindo, Eu vim pegar apenas alguns girassóis para enfeitar meu quarto, Bruno está colhendo.

- Então ande RÁPIDO - Ele diz saindo.

- Você pode fugir comigo. - Bruno diz depois que Pedro Sai - Por favor , vamos ficar juntos.

- Meu pai me acharia e ainda te mataria , Você sabe oque acontece.

- Eu corro esse risco por você meu amor eu corro - Ele passa a mão pelo meu rosto e eu a braço ele.

- Eu amo você.

- Eu também amo voce Catarina.

- Eu preciso ir me arrumar, amanhã a gente se ver aqui.

Ele apenas assente com a cabeça e eu saio de dentro da estufa indo em direção a casa. Meu coração estava apertado e eu estava dividida em fugir e viver com o grande amor da minha vida ou viver um casamento sem amor para salvar a minha família das dívidas.

- Você está animada? - Letícia entra no meu quarto segurando um vestido - Ainda não é um jantar de noivado, apenas um jantar para vocês se conhecerem.

- Eu já conheci ele , você esqueceu? Eu sei quem é o Nicolas e eu não gosto dele.

- Você está tirando conclusões precipitadas. Nicolas é um homem bonito, qualquer mulher iria querer ficar ao lado dele.

- Até você?

- Não diga isso Catarina, sou casada com seu irmão.

- Mas você o ama? Ele não ama você Letícia, ele vive pela rua com outras.

- Chega Catarina, eu não tive escolhas e você sabe disso.

- E você quer que eu me case com aquele homem feliz? Não tem como. Nicolas é o pior marido que eu poderia ter para mim , olha tudo oque dizem dele por aí.

- Você precisa se manter calma,o destino da nossa família está na suas mãos.

- Foi meu irmão que mandou você vir falar comigo, estou cansada disso. Você não é minha amiga Letícia, sai daqui.

- Catarina .

- Sai Letícia.

- Tudo bem.

Ela diz saindo do quarto, Letícia era mandada pelo meu irmão, ela usava às palavras que ele queria o tempo todo.

Eu não tinha como contar com ninguem.

(...)

Eu nunca fui uma pessoa corajosa mas sempre senti que eu deveria ser, o pouco que meu pai e meus irmãos falavam da minha mãe era sempre dizendo o quanto ela era uma mulher maravilhosa , apaixonada pela sua vida, seu marido e seus filhos e que o seu maior sonho tinha sido realizado no dia da sua morte , o meu nascimento.

Outras pessoas dizem que ela era uma mulher corajosa , que jamais aceitou a vida que levava mas mesmo assim sempre demonstrou amor aos filhos a cima de tudo, mas todos sabemos que ela também foi obrigada a casar com meu pai em cima de uma cultura machista.

Meu maior medo era que eu tivesse sido entregue ainda menor de idade à um casamento falido, pelo menos eles esperaram que eu completasse os meus 18 anos de idade , que ainda era cedo para casar , acredito que independente da idade ninguém deveria ser obrigado à casar.

- Catarina - Lucas bate na porta - Você está pronta minha irmã?

- Nicolas já chegou? - Eu pergunto.

- Já sim, está lá embaixo. Todos estão, estamos apenas te esperando.

- Eu já vou descer.

- Catarina, não fique com medo.

- Não estou com medo, apenas estou com raiva de ter que me casar com alguém que eu nem conheço.

- Vocês irão se dar bem, Nicolas não vai te tratar mal.

- Só o fato de está casada com ele já será horrível.

- Catarina, por favor entenda.

- Não tem oque entender .

- Não chora minha irmã.

- É um casamento, estou sendo obrigado à casar com aquele homem, você conhece ele sabe do que ele é capaz , sabe como ele age.

- Você precisa ajudar a gente , eu prometo minha irmã que assim que eu conseguir fazer a situação da empresa melhorar, eu mesmo te tiro desse casamento.

- Você não faria isso, Você está dizendo isso só para me convencer a casar.

- De todos os nossos irmãos a gente sempre foi mais unidos, você sabe disso. Eu prometo Catarina , eu te tiro desse casamento, você confia em mim?

Eu olho para ele com os olhos cheios de lágrimas, eu olhava para Lucas e ele me olhava com um olhar que até me transmitia confiança.

- Eu confio.

- Então vamos descer?

- Sim.

Ele desce na minha frente e eu termino de me arrumar em detalhes para descer também. Meu coração estaca quase saltando para fora, eu sentia medo em cada degrau da escada que eu descia em direção a sala.

Lucas e eu a gente sempre foi unidos, de todos os irmãos eu sempre me dei bem com ele , ele sempre me ajudou , me aconselhou , fez o papel de pai já que o meu pai mesmo nunca se importou com nada.

- Catarina - Meu pai fala - Até que em fim você desceu - Eu o encaro - Catarina, esse é Nicolas - Eu encaro o homem para ao seu lado.

Ele me olhava sem parar com um sorriso de lado, eu o encaro de cima a baixo da mesma forma que ele me encarava.