img img img Capítulo 5 Beijamos
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Capítulo 6 Quer terminar comigo img
Capítulo 7 Você ama me irritar img
Capítulo 8 Aquele homem... img
Capítulo 9 Henrique img
Capítulo 10 Não me provoque img
Capítulo 11 Convencê-la img
Capítulo 12 "Namoro" img
Capítulo 13 Abstinência img
Capítulo 14 Ela tinha 19 anos img
Capítulo 15 Você não quer img
Capítulo 16 Você irá se arrepender img
Capítulo 17 Você a ama! img
Capítulo 18 4 meses depois img
Capítulo 19 Sua dor nunca vai passar img
Capítulo 20 Indelicadamente img
Capítulo 21 Destino img
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Capítulo 5 Beijamos

- Gostosão? - Perguntei achando engraçado a palavra que ela

usou.

- Henrique! – Falou me chamando.

- Sim? - Falei com um sorriso no rosto, ainda pensando no

que disse.

- Não interprete mal os meus gestos, mas é para o bem dessa

nossa farsa. - Disse aproximando-se de mim.

Não estávamos no meio da festa, mas sim em um local mais

reservado. Foi surpreendente a ação da morena quando me puxou

para um beijo. Seus lábios macios me agraciaram com um beijo

sutil, porém, que me deixou sem fôlego. Não poderia imaginar que

isso aconteceria e foi difícil voltar ao normal depois disso.

A sensação era tão boa que desejei que o momento nunca

acabasse.

Quando nos afastamos um pouco, senti que metade do meu

cérebro havia parado de funcionar e parecia que não tinha sido só

comigo.

Capítulo 11 - Elisabete

Desde que conheci Henrique, tentei imaginar o que poderia ter

acontecido para que um homem como ele, que tem tudo, poderia se

tornar alguém tão odiável e agora eu sabia.

Claro que ele não deveria deixar que uma mulher o mudasse

tanto, ao ponto de se tornar uma pessoa tão amarga e arrogante,

mas era compreensível quando se pensava que ele a amava e ela o

fez pensar que o seu modo de ser era horrível, o que não é verdade.

Acredito que ser tão distante das pessoas seja um modo de

defesa dele, para que ninguém possa o magoar de novo, então ele

decidiu que seria ele a magoar.

Minha irmã diria que eu estava fantasiando ao pensar que eu

poderia fazê-lo enxergar o contrário, mas pelo meu bem e o bem de

todos, eu teria que tentar.

Ouvi-lo falar sobre o seu relacionamento conturbado com

Amanda me fez sentir compreensão e fiquei ainda mais chateada

com a vadia. Por isso que quando a avistei sobre os ombros dele,

se aproximando de nós, tomei uma atitude impulsiva.

Mas acredito que tenha sido uma má ideia, já que assim que

meus lábios tocaram os deles, senti algo novo e muito forte que até

agora não conseguia explicar.

Uma grande parte de mim não queria que aquele momento

acabasse, porém, não estávamos em um lugar qualquer, e pior, ele

era meu chefe, apesar de toda essa mentira, ele ainda deveria ser

visto como tal.

Vi que meu trabalho valeu a pena quando a loira estava em

nossa frente com os olhos vermelhos de ódio, mas teve que

disfarçar para que o seu noivo não desconfiasse de nada.

Era óbvio que eu estava envergonhada pelo o que acabei de

fazer, no entanto, para todos nós éramos namorados e isso era

normal.

- Que bom que vieram ao nosso noivado. - Falou Rodolfo

muito simpático.

Eu tinha pena do homem por estar se iludindo com Amanda, já

que para mim, ela parecia estar com o coitado apenas pelo

interesse próprio.

- Não perderíamos a oportunidade de parabenizá-los pelo

noivado. - Disse meu chefe, muito empolgado.

Era interessante vê-lo assim, já que alguns minutos atrás, ele

estava tão desanimado.

- Quem sabe vocês não serão os próximos. - Ele disse e

quase me engasguei com a saliva.

Henrique sorriu enquanto me cutucava pelas costas. Eles

continuaram conversando enquanto Amanda nos encarava, se

mantendo calada.

Fiquei feliz quando outro casal os chamou, nos liberando da

tensão que a aproximação daquela ridícula causava.

- Quanto tempo mais temos que ficar aqui? - O perguntei

sussurrando.

- Não muito. - Falou sorridente.

- Não me olhe desse jeito, eu só fiz aquilo para o ajudar. -

Reclamei incomodada com o seu olhar engraçado.

- Sei. - Continuou com graça. - Então quer dizer que não

tirou uma casquinha enquanto me ajudava.

Fiz uma cara de ofendida, ao mesmo tempo envergonhada.

- Não sou desse tipo, senhor Vilella. - Falei virando o rosto. -

Talvez tenha sido você que tenha tirado proveito da minha boa ação.

Sua gargalhada chamou a minha atenção, e ao olha-lo tive a

sensação de que meu rosto estava em chamas.

- Não sabia que era tão engraçada. - Falou enquanto tentava

parar de rir. - Gosto de mulheres que me fazem rir. Não são

muitas.

- Está me chamando de palhaça? - O questionei.

- Estou dizendo que posso começar a gostar de você se

continuar fazendo boas ações como essa. - Disse olhando para as

pessoas.

Peguei uma taça de champanhe com um garçom que estava

passando para poder relaxar um pouco, mas não resolveu muito já

que o braço dele ainda estava em minhas costas e aquele contato

era perturbador para a minha cabeça.

- Não vai mais acontecer. - Falei após pensar bastante no que

senti quando o beijei.

Eu ainda estava abalada e desejando muito repetir a dose.

- O que não vai mais acontecer? - Me questionou curioso.

Os seus olhos verdes me estudavam com muita calma. Percebi

que ele estava deixando a barba crescer e o pior era que o homem

ficava ainda mais charmoso assim.

- Não vou mais beija-lo.

Um sorriso safado apareceu, me fazendo odiá-lo ainda mais.

- Então a próxima vez será a minha.

***

O caminho de volta para casa foi silencioso. Depois da nossa

conversa sobre o beijo, não falamos muito. Ele não falou mais nada

e agradeci mentalmente, mas seu último comentário mexeu com o

meu cérebro.

Não podíamos confundir as coisas, em dois meses isso acabaria

e eu não queria que ficássemos com um clima chato só porque

curtimos além da conta durante essa maluquice.

Quando ele estacionou em frente ao prédio, demorei um pouco

para sair. Assim que abri a porta, ouvi-o abri a sua também. Era

estranho, mas estava ansiosa. Talvez ele quisesse se despedir. Eu

nem sabia se ele seria tão gentil. Porém, sentia como se o meu

coração fosse sair pela boca.

Eu queria me bater por estar agindo como uma adolescente que

acabou de beijar pela primeira vez, no entanto, era algo que eu

nunca senti antes, nem mesmo com Miguel.

- Obrigado por essa noite, senhorita Medeiros. - Ele disse

beijando a minha mão.

Minha surpresa era nítida. Não sei o que estava acontecendo,

mas esse não parecia ser o chefe que quase me demitiu no primeiro

dia.

- Não precisa me agradecer. - Falei tímida.

Fiquei distraída com o seu olhar, porém, quando desviei dos

seus olhos, vi um rosto conhecido não muito longe. Era o Miguel.

Ele não parecia estar muito contente, e se aproximava de nós.

- O que aconteceu? - Questionou Henrique.

- Miguel, o meu ex. Ele está aqui. - Disse mais assustada do

que o normal.

Henrique virou-se justamente quando o idiota ficou a poucos

metros de nós. Involuntariamente, agarrei o braço do meu

acompanhante. Eu não tinha medo do Miguel, mas algo dentro de

mim fez com que isso viesse à tona.

Em algumas ocasiões quando ele bebia, o homem ficava

violento e algumas vezes tentou me machucar. Claro que nunca

baixei a cabeça, porém, esse medo irracional me atingiu no pior

momento.

- Então foi por isso que você me deixou? - Ele disse com a

voz estranha, claramente embriagado. - Você queria um ricaço.

- Merda, ele está bêbado. - Reclamei. - Miguel o que está

fazendo aqui?

O moreno se aproximou, me deixando ainda mais apreensiva.

- Eu vi sua foto na internet. - Disse, e pude ver seus olhos

vermelhos. – Pensei que era mentira, então tive que tirar a prova.

Mas o porteiro não queria me deixar subir.

- O que quer aqui? - Questionou Henrique. - Você deveria ir

embora antes que a coisa fique feia.

Sua reação me surpreendeu.

- Ele só está bêbado, não precisamos brigar aqui. - Falei

tentando amenizar o clima. - Já está tarde, Miguel, volte para casa

e me deixe em paz.

- Olha, você foi esperta. - Continuou. - Conseguiu alguém

melhor do que eu.

- Você tem que ir embora e nunca mais procura-la novamente.

- Disse Henrique, se aproximando ainda mais. - Ou não gostará

do que pode acontecer.

- Você está me ameaçando?

Meu coração já estava na boca com a troca de farpas que

acontecia na minha frente.

- Acho que tem que ir, Miguel. - Falei puxando meu chefe. -

Já está tarde e eu não quero briga aqui.

- Sabe, ela é uma vadia, espero que aproveite.

Fiquei horrorizada com as palavras dele, no entanto, ao ver

Henrique dando um soco no rosto do Miguel me fez sentir melhor.

Ele mereceu e torci para que o idiota nunca mais me procurasse.

O homem me arrastou para dentro do prédio, segurando a minha

mão. Entramos no elevador e eu ainda estava com a cena do meu

ex caindo no chão na cabeça. Eu não poderia imaginar que isso

aconteceria, e não estava me sentindo mal com a situação.

- Obrigado por me defender. - Falei assim que chegamos à

porta do apartamento.

- Só foi uma boa ação. - Disse com um sorriso no rosto.

- Vou começar a gostar mais de você se continuar fazendo

essas boas ações. - Ironizei lembrando de quando nos beijamos.

                         

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