Capítulo 2 Encontro Não Tão Inesperado

Há meses que eu sabia a rota deles, seguiam sempre pelo mesmo caminho até chegarem à cidade abandonada. Gostava, e gosto, de os observar, é o contacto mais próximo que tenho com outras pessoas desde o dia em que o acampamento foi atacado e só eu consegui fugir.

Enquanto os observo, de longe, observo também uma onda de aberrações se aproximando deles, sempre acontece, o barulho e a vibração que o caminhão emite é como um chamariz para as aberrações.

Não estou entendendo o que se está a passar, eles saíram do caminhão para lutar as aberrações, mas estão sendo projetados para onde vieram, como se estivessem sendo puxados, as aberrações nem estão lhes tocando. É ele, aquele homem que sempre vem, ele está tocando em alguma coisa no peito dos outros e fazendo eles voltarem para trás sendo puxados por alguma coisa, uma espécie de corda talvez?!

Só restou ele, ele toca no peito por várias vezes, mas nada acontece. "Eu estou preocupada com aquele homem? Que raios está acontecendo comigo, foram eles que fizeram toda a minha família ser expulsa da cuba, foram eles que, mesmo que indiretamente, mataram a minha família! ... Mas, não foram todos, foi só a família Khan. E, se ele for um Khan? Não, eu tenho que ajudá-lo, ele pode nem ser um Khan, e morrer nas mãos de aberrações é das piores mortes possíveis. Se ele for um Khan eu própria o matarei!" Enquanto estou numa luta interna com os meus pensamentos, aproximo-me, correndo, do caminhão e das aberrações.

Não vejo mais sinal desse homem. Quando me aproximo o suficiente para as aberrações me sentirem, todas se voltam para mim e correm na minha direção. É quando vejo esse homem deitado no chão, ele está em mau estado, talvez até esteja morto. "Vim aqui me arriscar e ele está morto. Eu devia ter ficado quieta!" Me repreendo.

Continuei em frente, enfrentei as aberrações que restaram, ele fez um bom trabalho com as outras, não ficaram metade das aberrações sequer. Consegui matar todas as aberrações restantes. Assim que me certifiquei que não haviam mais aberrações vivas ou nas redondezas fui ter com aquele homem.

"Ele está vivo!" Penso, aliviada. "Hey?! Hey?! Estás acordado? Por favor, responde! Hey?!" Tento acordar ele, mas não consigo.

Me certifico de que ele não tem nenhuma fractura aparente e começo a procurar por algo que possa utilizar para levá-lo sem que o machucasse mais. A porta! Sim, a porta do camião, agora só precisava de algo para o imobilizar na porta. Felizmente eles tinham vários kits com itens de primeiros socorros e médicos. Consegui imobilizá-lo. Agora tenho que arranjar uma maneira de levá-lo para um lugar seguro, queria levá-lo para o meu acampamento na caverna. Tinha tudo o que era preciso, mas com ele inconsciente não era possível. Encontrei bolsas, enchi uma bolsa com os itens médicos e de primeiros socorros que achei mais necessários e enchi outra com toda a comida que consegui. Enchi também a minha bolsinha com comida. Encontrei um carro de transporte, daqueles que as pessoas do supermercado costumavam usar, dentro do camião. "Que sorte!" Exclamei, em voz alta. Aquelas rodas iriam dar muito jeito para transportar aquele homem e os mantimentos que havia conseguido.

                         

COPYRIGHT(©) 2022