img img img Capítulo 1 PRÓLOGO
1
Capítulo 6 6 img
Capítulo 7 7 img
Capítulo 8 8 img
Capítulo 9 9 img
Capítulo 10 10 img
Capítulo 11 11 img
Capítulo 12 12 img
Capítulo 13 13 img
Capítulo 14 14 img
Capítulo 15 15 img
Capítulo 16 16 img
Capítulo 17 17 img
Capítulo 18 18 img
Capítulo 19 19 img
Capítulo 20 20 img
Capítulo 21 21 img
Capítulo 22 22 img
Capítulo 23 23 img
Capítulo 24 24 img
Capítulo 25 25 img
Capítulo 26 26 img
Capítulo 27 27 img
Capítulo 28 28 img
Capítulo 29 29 img
Capítulo 30 30 img
Capítulo 31 31 img
Capítulo 32 32 img
Capítulo 33 33 img
Capítulo 34 EPÍLOGO img
img
  /  NaN
img
img

img img

Capítulo 1 PRÓLOGO

NARRAÇÃO HEITOR

O vento bate em meu corpo e queria poder senti-lo. Queria poder de alguma forma saber qual a sensação. Encaro Curitiba a minha frente em sua escuridão. Abaixo dos meus pés, há exatamente vinte andares, humanos sorrateiros vagam pelas ruas, quando deviam estar dormindo. Curitiba não dorme ao que me parece. Alguns meses vagando entre humanos podres, já pude perceber que sabem o privilégio que possuem de poder sentir. Queria saber como sãos os sentimentos humanos. Como é sentir a vida pulsar dentro de mim. Demônios não possuem alma. Demônios não possuem sentimentos. Demônios apenas servem para cumprir ordens da escuridão, do inferno. Novamente encaro o céu escuro e fecho meus olhos. Eu só queria que isso acabasse. Solto meu corpo e me jogo do topo do prédio. Não sinto nada, nenhuma emoção ou reação. Tem sido assim nos últimos dias. Meu corpo se choca com o asfalto e escuto a gritaria em torno de mim.

- Socorro!

A voz desesperada de uma mulher surge perto de mim. Abro meus olhos e a vejo de joelhos ao meu lado.

- Oh Deus! Você está bem?

Levanto e olho meu corpo todo em busca de alguma marca, sangue ou algo que me diga que estou deixando de ser demônio. Estou deixando de ser imortal na terra.

- Isso... isso...

A mulher tem o olhar assustado para mim.

- Você caiu de lá de cima.

Aponta para o alto e depois para mim.

- Era pra estar...

- Morto?!

- Sim!

- Infelizmente não tive essa sorte.

Viro e sigo andando pela rua, completamente nu.

- O que você é?

- Você não vai querer saber.

- Você é um anjo?

Paro de andar e viro para a mulher que está com os braços em torno de seu corpo, como se quisesse se proteger de mim. Caminho em sua direção e paro muito perto. Aproximo minha boca de seu ouvido.

- Anjos não cometem pecados.

Dou uma bela lambida em seu ouvido.

- Eu sou o pecado!

Ela se encolhe toda e esses humanos são um bando de bosta, criados para serem as coisas mais nojentas no mundo.

- Sou bem melhor que um anjo!

Ela se afasta de mim e sei que está prestes a correr.

- Sou um demônio!

            
            

COPYRIGHT(©) 2022