Capítulo 7 Capitulo 6

"O essencial é invisível aos olhos, e só se pode ver com o coração." - Antoine de Saint-Exupéry.

Camila ouviu alguém chamando seu nome.

- Camila! Camila!

E lá estava de novo o tremor. Oh Deus! Por favor, faça isso parar!

- Droga, Camila. Acorde! - Eduardo disse bruscamente e sacudiu seus ombros.

De repente, Camila abriu os olhos. Ela engasgou e estremeceu em pânico. Ela sentou-se imediatamente, com o medo atado dentro dela. Ela examinou o lugar, sentindo-se perdida e desorientada. Seu rosto estava pálido como um fantasma.

- O que aconteceu? Onde estamos?

- Ainda estamos no avião. Você está bem? Você estava se mexendo, inquieta enquanto dormia. Estávamos brincando quando você cochilou.

Eduardo tinha ficado um pouco decepcionado por ela ter adormecido em um momento tão agradável, quando os dois estavam flertando um com o outro, mas assumiu que ela deveria estar cansada. Então foi trabalhar um pouco em seu laptop, e depois de alguns minutos, notou que ela estava muito agitada. Ele começou a ficar ansioso quando levou algum tempo para acordá-la.

- Oh Deus. - Camila sufocou um grito. Ela estava tremendo por causa das imagens assustadoras construídas pela sua mente. Em seguida, Camila jogou os braços em torno de Eduardo.

Eduardo foi surpreendido. Seu corpo ficou tenso quando Camila abraçou-o sem aviso prévio. Sua reação inicial foi se afastar, mas ela se sentia bem em seus braços, então ele não fez isso. Seus braços finos se enrolaram em torno de seu torso sob sua jaqueta de couro. O rosto dela ficou pressionado em seu peito e quase todo seu corpo esbelto e pequeno foi enterrado em sua jaqueta. Nossa! Ela era tão suave e cheirava tão divinamente bem, como uma flor fresca, tão feminina.

Camila estava tremendo. Ela provavelmente teve um sonho ruim, ele pensou. Eduardo a segurou e a abraçou firme. Suas mãos exploraram as cavidades das suas costas, acariciando sua coluna para cima e para baixo.

Mas o nível de testosterona de Eduardo subiu às alturas. Droga! Seu coração estava martelando loucamente e um arrepio delicioso de desejo correu por todo seu corpo. Eduardo gemeu, lutando contra seu desejo por ela. Depois balançou a cabeça um pouco para tentar desanuviar. O ambiente nem sequer ajudava em nada. As luzes estavam baixas e o lugar estava com um clima ameno. O ambiente perfeito para o sexo.

- Shh... está tudo bem... está tudo bem. - Eduardo sussurrou. Sua respiração era quente contra o ouvido de Camila.

Os nervos trêmulos dela começaram a relaxar. Ela olhou para ele, sentindo-se de repente envergonhada e, lentamente, desembaraçou seus braços dele, sentindo-se contente que a penumbra escondia o rubor do seu rosto.

- Sinto muito. Meu sonho me assustou muito.

- Com o quê estava sonhando? - Ele arqueou as sobrancelhas interrogativamente.

- Foi tão estranho. Tivemos um acidente de avião. - Camila soltou um suspiro.

Eduardo balançou a cabeça e sorriu para ela.

- Foi apenas um sonho, um produto da nossa imaginação. - Então ele deu um sorriso tranquilizador. - Não se preocupe, este é um jato de alta tecnologia, guiado por computador, projetado para ser resistente em qualquer condição de tempo e os nossos pilotos são altamente treinados. Então, basta ter calma, ok?

Camila apenas balançou a cabeça e recostou-se na cadeira, sentindo-se aliviada que tudo não passou de um sonho. Mas ela ainda podia sentir o calafrio na espinha...

Eles jantaram no avião e Eduardo fez o seu melhor para entreter Camila para aliviá-la de seu nervosismo. Ele contou a ela sobre os lugares que ele já tinha estado e suas culturas, sobre o seu negócio e os negócios em que ele estava trabalhando agora. Ele contou a ela um monte de coisas, exceto sua vida pessoal. Bastante irônico, pois ele estava interessado na vida pessoal dela e ficava perguntando sobre isso.

Eles chegaram a Nova Iorque às dez da noite. Gregório Villa-Lobos acompanhou Camila ao New World Hotel, um dos maiores e mais luxuosos hotéis cinco estrelas em Nova Iorque, que era propriedade deles. Ele a apresentou ao gerente do hotel, Dave Parker e mostrou-lhe a sua suíte. Era uma suite luxuosa com sala de estar, sala de jantar e uma pequena cozinha. O banheiro era muito bonito, com uma banheira perolada, piso de pedra branca e espelhos emoldurados de ouro. A sala de ginástica era preenchida com espelhos e com piso de madeira brilhante. Equipada com uma esteira, bicicleta ergométrica e pesos.

A cama de dossel no centro do quarto foi certamente projetada para uma rainha. Lençóis de linho e seda pura cobriam a cama com almofadas de diferentes tamanhos. Camila passeou fora da varanda e engasgou com a maravilhosa vista panorâmica da cidade de Nova Iorque.

- Você gostou? - Gregório perguntou a ela.

- Eu amei, obrigada. É tão lindo. Na verdade, quase perfeito, mas deixe-me perguntar uma coisa.

Gregório franziu a testa e levantou uma sobrancelha interrogativamente.

- Isso é o que eu estou pensando que é? - Ela apontou para algo perto dos aparelhos de ginástica.

Gregório apenas sorriu e deu de ombros, com certeza sentindo-se envergonhado por ela ter perguntado isso a ele.

- Bom dia, Maria. - Eduardo cumprimentou a mulher idosa que estava saindo da suíte de Camila.

- Bom dia senhor Eduardo. - Maria cumprimentou-o de volta, feliz. Ela era a chefe do departamento de limpeza do hotel.

- Camila está lá dentro?

- Sim senhor. Ela está na sala de exercícios.

Os lábios de Eduardo se torceram e ele viu as horas em seu relógio. Já eram oito horas, hora de ir para o trabalho e, no entanto, Camila ainda estava na sala de ginástica.

- Ok, obrigado Maria. Eu vou chamá-la. Você pode ir agora.

Eduardo entrou na suíte de Camila e instintivamente levou as mãos aos ouvidos para protegê-los do barulho ensurdecedor que vinha do aparelho de som.

- Camila? - Ele seguiu o som da música.

A porta estava ligeiramente aberta e o que ele viu o surpreendeu. Droga! Seu coração virou de cabeça para baixo. Camila estava no centro da sala, escalando um poledance como uma dançarina de strip. Ele não podia acreditar no que via. A dança dela era acrobática e sensual, tão sensual que ele precisou de uns minutos antes de conseguir pensar direito. Nossa! Onde ela aprendeu a dançar assim? Ele pensou que o que ela dissera ontem no avião, era uma brincadeira.

Ele continuou a observá-la, nunca se atrevendo a interrompê-la, pois seu show privado era a coisa mais erótica que ele tinha visto. Camila segurava o poste firmemente, movendo seu corpo em torno dele e balançando as pernas ao mesmo tempo. Ela era muito gostosa fazendo aquilo! A forma como ela subia, fazia inversões corporais com suas longas pernas para agarrar o poste e descia novamente era incrível, gracioso e... sexy como o inferno.

Estou em apuros, Eduardo pensava. Ela não estava de lingerie, usava um shortinho de algodão fino e um top, mas era melhor do que qualquer dançarina profissional que ele já tinha visto. Camila fez uma subida final no topo do poste, e de repente se deixou cair no chão, com as pernas balançando e o corpo ereto na horizontal quando a música parou.

- Uau! Eu quase tive um ataque cardíaco aqui. Achei que você tinha caído acidentalmente.

Camila ficou surpresa ao ver Eduardo na porta.

- Você estava me olhando?

- Desculpe, você parecia tão incrível que eu não quis perturbá-la. Você podia cair e se machucar. - Eduardo sorriu. - Onde você aprendeu a dançar assim?

- Em uma aula de poledance. - ela disse de forma irônica. - Por quê? - depois passou as mãos pelo seu cabelo longo.

- É tão... sexy.

Muito mais sexy do que a última garota que ele viu em um poledance, e essa garota estava nua em um bar de strip exclusivo. Camila não precisou disso e ele estava prestes a pirar.

- Por que você está aqui?

- Eu estou aqui para buscá-la para o trabalho. - Eduardo sorriu e endireitou os ombros. - E você ainda não está pronta.

- Seu pai disse que eu deveria descansar hoje e aproveitar as comodidades do hotel. Ele vai vir me buscar amanhã para trabalhar. - Ela jogou o cabelo pelos ombros e corajosamente encontrou seus olhos.

- Oh, ótimo. Então eu desperdicei meu tempo. - Eduardo fez uma careta para ela. - Eu sequer tomei café da manhã ainda.

Camila riu dele.

- Vamos, eu vou te fazer o café da manhã para compensar o tempo que você perdeu vindo aqui. - Ela disse, indo para a cozinha. - Como você prefere o seu café?

- Preto. - Eduardo respondeu, seguindo Camila até a cozinha. - Eu aposto que o seu é doce e cremoso.

Seus olhos percorreram as costas dela, a sua cintura fina, os quadris estreitos balançando graciosamente e seu belo par de pernas. Deus me ajude.

- Exatamente. - Camila disse ao começar a fazer o café.

Ela parecia completamente confortável ali, mostrando que sabia fazer alguma coisa na cozinha. Sua omelete e bacon foram feitos com perfeição e estavam deliciosos. Mas Eduardo não estava pensando realmente na comida. Ele não conseguia tirar os olhos de cima da mulher que a fazia. Era uma mulher incrível, com talentos variados. Ele se perguntou o que mais iria descobrir sobre Camila em três meses.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022