SALADA DE POESIA
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Capítulo 5 SALADA DE POESIA

Já até ouvi falar,

Que pras banda do sertão,

Muitos cabras já sofreram,

Comendo na sua mão.

Pois tentaram dominá-la,

Como égua, amansá-la,

Sendo pura ilusão.

A moça é espoleta,

Picante mais que pimenta,

Ajoelhou tem que rezar...

É muito fogo nas ventas.

Se o cabra se apaixonar

É arriscado não aguentar,

Quer ver? Então você tenta...

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BALAS PERDIDAS

Vi um homem esmolando,

Com uma cuia na mão,

Nos seus olhos a tristeza,

De quem não via salvação.

Numa porta de igreja,

Exposto como bandeja,

Sentado no frio chão.

Uma cena cruel,

Miséria que dava dó,

Difícil não enxergar,

A garganta dava um nó.

É mais comum que parece,

Sei que isso acontece,

Nesse exemplo, não está só.

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Confesso, fiquei curioso,

E sentei-me ao seu lado,

Cordialmente puxei assunto,

Procurei ser delicado.

Na intenção de saber,

Sua vida conhecer,

Sem ser mal educado.

Conquistei-lhe a confiança,

E lentamente, ele se abriu,

Já com lágrimas nos olhos,

Discretamente ele sorriu.

Descobri que por amor,

Aquele velho senhor,

Desiludido sucumbiu.

Tinha uma bela família,

Felicidade no lar,

Cinco filhos e esposa,

Tinha razão pra amar.

Mas em um trágico acidente, 52

Todos estavam presentes,

Só ele se pôde salvar.

Desse dia em diante,

A vida perdeu o sentido,

Médico de profissão,

Passou viver deprimido.

Largou tudo pra trás,

Ainda um belo rapaz,

Saudade dos entes queridos.

E que sirva de lição,

Pra quem pensa que a vida,

É somente um mar de rosas,

Mas pra muitos é sofrida.

E a moral da história,

Que se preserve na memória,

O risco de balas perdidas...

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A VACA DO FAZENDEIRO

Tem pastos e muitas vacas,

Na cidade Queiroz do Turco,

Basta seguir as placas,

Pelas bandas de Pernambuco.,

A cidade ficou famosa,

Depois que o jovem Barbosa,

Foi dado como maluco.

O episódio começou,

Bem cedo, na adolescência,

Quando uma bezerra ganhou,

Por motivo de carência.

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O ato, um incentivo,

Visto o seu lado afetivo,

Sofria por grande ausência.

A mãe havia morrido,

O pai, um fazendeiro,

Lhe deu o animal,

Pra lhe servir de companheiro.

Com a bezerra ele brincava,

E muito tempo passava,

Sendo o único herdeiro.

Depois de um certo tempo,

O tempo se encarregou,

Já com mais de vinte anos,

Seu Barbosa ele virou.

Das tarefas na fazenda,

Não há o que não aprenda,

Só que nunca namorou.

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A sua amiga bezerra,

Virou a vaca Quequé,

Na sua própria casinha,

Bebe leite de colher.

E o grande comentário,

De todos os funcionários,

Que dele, virou mulher...

Motivo de grande alvoroço,

Por todos no povoado,

Mas que loucura seu moço...

Saiba que isso é pecado!

O bezerro que nasceu,

com a cara dele, morreu!

Eta cabra safado...

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A FUGA DO BURRO

Em nossa casa apareceu,

Um homem chamado Dirceu,

E nos disse que perdeu,

Um burro na vizinhança.

Foi domingo bem cedinho,

Acordou gritando os vizinhos,

E o meu filho Joãozinho,

Também entrou na dança.

Já todos então acordados,

Alguns mal humorados,

Só nos restava a ocorrência.

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O tal Dirceu um matuto,

Com aparência de luto,

Pois trajava roupas pretas.

Com um chicote na mão,

Na cinta um grande facão,

Montado numa lambreta.

As vestes sujas de lama,

Constatava o seu drama,

Na procura do bichano.

O animal Frederico,

Tinha fugido do circo,

Agressivo e insano.

Aos coices arrombou as grades,

Da jaula sem piedade,

Causando um grande dano.

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Então fomos descobrir,

Porque tanto insistir,

O Dirceu em nos chamar.

Do circo era o dono,

Interrompeu nosso sono,

Para seu burro pegar.

No fundo do nosso quintal,

O dito cujo animal,

Com uma jumenta a trepar.

Parecia estar no cio,

Motivo do curto pavio,

Quem é que vai condenar?...

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O engate estava feito,

Embute muito perfeito,

Acho melhor esperar...

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PEDIDO DE CASAMENTO

Entrei pra pedir a mão,

Da mulher que eu amava,

Ao passar pelo portão,

Sua família me esperava.

Até então educados,

Me convidaram a entrar,

Em um sofá acolchoado,

Tratei de me sentar!

De pé estavam seu pai,

Sua mãe e seu irmão,

Sua prima da cidade,

E a tia Conceição.

Olhavam pra mim intrigados,

Com coceira na garganta,

Endemia de pigarros,

E já na hora da janta!

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