Depois da meia-noite - Um  ano com o CEO
img img Depois da meia-noite - Um ano com o CEO img Capítulo 5 Clarisse e Armando - V
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Capítulo 6 Clarisse e Armando - VI img
Capítulo 7 Clarisse e Armando - VII img
Capítulo 8 Clarisse e Armando - VIII img
Capítulo 9 Clarisse e Armando - IX img
Capítulo 10 Clarisse e Armando - X img
Capítulo 11 Parte 2 - Os Albuquerque - I img
Capítulo 12 Os Albuquerque - II img
Capítulo 13 Os Albuquerque - III img
Capítulo 14 Os Albuquerque - IV img
Capítulo 15 Os Albuquerque - V img
Capítulo 16 Os Albuquerque - VI img
Capítulo 17 Os Albuquerque - VII img
Capítulo 18 Os Albuquerque - VIII img
Capítulo 19 Os Albuquerque - IX img
Capítulo 20 Os Albuqueque - X img
Capítulo 21 Nota do autor à essa edição img
Capítulo 22 Parte 3 - Segredos - I img
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Capítulo 5 Clarisse e Armando - V

Tia Marie estava parada junto de Rosa e Mathilde, na entrada de uma loja de conveniência para casa, repleta de bolsas e sacolas.

– Vamos precisar do porta-malas do seu carro também. – Ela tentava se equilibrar com as sacolas nos braços.

– Foi para isso que eu vim.

– E onde vocês estavam, afinal? – Rosa alfinetou, olhando para Clarisse.

– Importunante– ralhou Mathilde, dando um sacolejo na auxiliar. – Não dê ouvidos à ela, senhores.

Miles sorriu para Clarisse e pegou algumas sacolas das mãos da mãe, que suspirou ao se livrar do peso.

– O que tem nas sacolas, mãe?

– Itens de decoração e peças para o jantar. Pedi que entregassem a comida amanhã à tarde. Mathilde prefere alimentos frescos. – Marie se voltou para a cozinheira e seguiu para dentro da loja.

Rosa ficou do lado de fora. Olhando para os lados, como se vigiasse o que os primos fossem dizer ou fazer.

– O transito estava uma amolação, não é? – Rosa se voltou para olhar para Miles e Clarisse.

– O quê, Rosa? – perguntou Miles. – Não entendi.

– O trânsito, senhor, estava horrível. Por isso se atrasaram, eu acho.

Miles entendeu o veneno da auxiliar, e antes de poder responder como queria, Clarisse falou:

– Estava semelhante ao dia que você saiu com Brian para fazer compras, lembra? O Miles me contou que vocês só retornaram para a mansão depois que anoiteceu.

A moça empalideceu e não sabia o que dizer. Somente fez que sim com a cabeça e entrou rapidamente para dentro da loja, procurando por Mathilde e Marie entre as prateleiras de enfeites e guirlandas.

Clarisse sorriu e piscou para o primo. Havia entre eles um elo maior que qualquer outra ligação sanguínea: a empatia e o amor.

23 de dezembro

– Vou precisar de uma carona hoje, meu velho. – Miles correu pelo estacionamento e assustou o pai dentro do carro.

– Diabos. – Claude cuspiu o café que estava tomando em cima do volante. – Viu o que você fez, moleque? Vá com o seu carro.

– Vai há algum outro lugar? – o rapaz quis saber, rindo sem jeito do susto que seu levara.

Claude xingou enquanto secava o volante.

– Não interessa. – Clicou em um botão e subiu o vidro da porta do passageiro.

O portão de ferro se elevou automaticamente e Claude saiu cantando pneu. Miles arqueou as sobrancelhas e bufou. Desconfiado do destino de seu pai, ele rapidamente sacou seu celular.

– Me avise quando ele chegar ai, Carol.

A secretaria de Claude que tinha uma paixãozinha escondida por ele jamais lhe negara um favor. Por mais estranho que fosse. Sabia que seu pai estava agindo às sombras já não era de agora, todavia sem provas ninguém pode desvendar nada.

Pulou para dentro de sua picape e arrancou para a rua.

– Já estou à caminho. Dá pra esperar? Tive que tirar o Miles da minha sola.

– Não me interessa que aquele fedelho estava ou não correndo atrás de você. Temos um assunto inacabado, Claude. – Uma voz feminina falava em tom ameaçador ao telefone com ele.

– Eu sei muito bem disso, Carmem. Agora chega de ameaças. Não se esqueça que nossos pescoços estão amarrados pela mesma corda – exclamou.

A mulher bateu o telefone na cara dele. Após alguns minutos a mais no transito, Claude passou pela cancela do estacionamento de uma torre comercial que ficava dentro de uma porção de outras torres que preenchiam um grande condomínio.

Trancou o carro e subiu pelas escadas até o terceiro andar. Suas mãos estavam suadas e encolhidas dentro das luvas de couro.

– Identificação, por favor – pediu uma moça atrás de um balcão.

– Dispense formalidades, Melissa. – Carmem ponderou, saindo de sua sala. – Claude veio resolver uma pendencia comigo.

– Sim, senhora.

– Entre. – Ela se dirigiu à Claude.

Agora estavam cara a cara. Carmem era alta e ruiva. Os sulcos em seu pescoço a fazia parecer ainda mais velha e ranzinza. Claude seguiu-a com os olhos enquanto ela se sentou numa poltrona atrás de uma mesa de vidro.

– Venha. Sente-se. Vamos tratar disso para que pareça uma de suas transações, doutor Albuquerque.

– Tem noção do quanto isso nos compromete? Marie está no meu pescoço.

– Marie é fácil de calar. Assine um cheque e pronto. O peixe que temos que pegar é um pouco maior – disse Carmem em um tom serio.

– Desembucha – Claude exclamou, sentando à sua frente.

Carmem alcançou uma pasta repleta de papeis e a abriu diante do convidado. Folheou alguns documentos e selecionou á parte dos outros três deles.

– Reconhece isto? – perguntou, apontando para uma linha pontilhada no fim da página.

– Uma assinatura.

– Sua assinatura, Claude – corrigiu. – Sua assinatura em um documento que dá plenos poderes à mim diante da sua parte na Alby Enterprise. Lembra-se disso?

Chantagem. Claude estava sendo chantageado. Em sua mente ele via Carmem de outra forma. Numa cama e sem roupa. Haviam rompido após o homem ter negado o pedido de fuga de Carmem.

– O que você quer? Minha ruina?

– Somente se ela vier com a Alby – ponderou ela. – Entenda que você não pode fazer nada em relação a isso. Isto me dá o poder que eu sempre quis. – Ela balançou os papéis no ar.

– Não posso renunciar.

– Não pode? Aqui diz que já o fez.

– Você não vai trazer isso à tona outra vez...

– Não, não, Claude – sorriu ela. – Desta vez, eu vou fazer mais que colocar você e sua família à mira da mídia. Vou expor esses documentos e acabar com a fama que aquela sua mulherzinha exibe por aí.

– Não fale assim de Marie.

– E quem é você para me pedir isso? O homem que dormiu comigo sendo casado com ela. Que me fez deitar em camas sujas de motéis e dizia querer me dar o mundo. Você jamais desconfiou de quem eu era e do que eu seria capaz, não é mesmo?

Claude ficou em silêncio. Tocou o peso escondido acima do bolso esquerdo do paletó

– Me desculpe por isso, mas você não me dá escolha. – Em um rápido movimento, ele tirou uma arma de dentro da roupa e aprontara para Carmem.

O jogo virara drasticamente.

–Não seria capaz disso.

– Eu, não. Você, sim, não é? Você se matou, Carmem. Essa é a verdade.

– Pare... Não.

O estampido ensurdecedor durou exatamente um segundo. Um tiro cravado na testa de Carmem e um sorriso largo pairando na face de Claude. Era isso que restara.

A mulher nem ao menos teve chance de se erguer da poltrona. Ele agira rápida e friamente. Atravessou a sala e posicionou o revolver na mesa, como se tivesse caído da mão da morta.

– Dona Carmem o que foi isso? Dona Carmem? – A secretaria batia nervosamente a porta.

– Ela se matou... Meu Deus...

Claude abriu a porta e contracenou como uma vitima amiga que presenciara uma cena cruel sem nada poder fazer.

– O que aconteceu aqui, senhor?

– Estavamos conversando. Ela começou a falar de uma dor no peito, decepções e quando dei por mim ela atirou na própria cabeça.

Durante o desespero da secretaria, Claude colocou as mãos para trás e despiu-se de suas luvas. Descartou-as no lixo quando Melissa saiu do escritório de Carmem e correu para o saguão ao encontro dos seguranças.

– Vai com Deus, meu amor – ele sussurrou para o corpo da mulher frio diante dele.

A policia chegara em instantes. O IML fora acionado e Melissa e Claude tiveram que acompanhar os policiais até a delegacia. Uma equipe forense ficou encarregada de vistoriar o local.

                         

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