Capítulo 7 Não tome mais decisões sem me consultar

Katherine seguiu os dois dias seguintes após se recusar a dar o divórcio a Ethan, aturando suas grosserias, no terceiro dia, ela esperou ele sair para o escritório e foi até o hospital fazer um check-up para garantir que está tudo bem. Chegando lá, ela vai direto para o consultório.

– Bom dia, Sra. Carter, como você está hoje?

– Bom dia Dr., estou bem, obrigada e você?

– Estou bem também, obrigado. Vamos a isso?

– Claro, estou ansiosa.

O médico começa a ecografia, Katherine está muito feliz naquele momento, quando ela escuta as batidas do coração de seu filho o seu próprio coração transborda em alegria e toda a escuridão da sua vida dissipou-se naquele momento dando passagem para luz.

– Seu filho está muito saudável, você deve se manter relaxada o máximo possível, evite qualquer estresse e descanse sempre que puder.

– Certo, muito obrigada por isso, Dr. Tenha um bom dia. – Ela sai do consultório passando a mão na barriga, com seu coração repleto de felicidade.

Enquanto estava no hospital, Amélia ordenou que Peter resgatasse a mãe de Katherine dos domínios de Harry e a levassem para mansão de Ethan, então quando Katherine retornou, ela foi avisada que sua mãe estava no quarto de hóspedes e foi imediatamente para lá. Ao avistar sua mãe, ela notou sua embriaguez, sua mãe está fora da realidade.

– Filhinha, olha só você, está tão crescida. Em breve você se casará, estou tão orgulhosa. – Diz ela enrolando a língua e preenchendo o ar do quarto com cheiro de álcool. – Eu vou matar o seu pai, ele deve estar com uma amante, ele não aparece para me ver. Me leve até ele Kathe, quero matar ele.

Katherine arrastou sua mãe para o banheiro e mesmo com as temperaturas baixas do inverno, lhe deu um banho frio, para tentar mantê-la sóbria, a todo o momento ela chorava se questionando porque ela ainda estava viva, tendo uma vida boa, porque mesmo com as grosserias de Ethan, não lhe faltava nada e sua mãe estava em estado deplorável, ela leva sua mãe para cama, ela se ajoelha ao lado da cama, enquanto alisa a mão de sua mãe e chora se desculpando, pois, sente-se culpada por aquilo.

– Mamãe, me desculpe, é tudo culpa minha. Toda essa desgraça na nossa família, a Sra. não merece isso, eu vou cuidar de você e passarei a vida me redimindo por isso. – Ela está com a voz trêmula, devido suas lágrimas e soluços.

Eleanor senta-se na cama e puxa a filha para um abraço, mesmo estando naquele estado, ela não permitiria que sua filha carregasse aquela culpa, Katherine chorou mais ainda nos braços de sua mãe. Parados na porta, Ethan e Amélia observavam tudo. Aquela cena só aumentou o descontentamento dele por ela, porque ele não consegue enxergar ela de outra maneira, tudo que ele vê é uma mulher fraca, sem personalidade que faz tudo que mandam e chora o tempo todo, aquilo o faz a desprezar mais ainda. Ele sai dali e vai para o seu escritório. Amélia corta o som do choro de Katherine ao chamá-la.

– Katherine, como foi a consulta? – Katherine sai do abraço de sua mãe, ajuda ela a se deitar novamente e se direciona para Amélia. Enxugando suas lágrimas enquanto fala.

– Sra. Carter, foi perfeita, eu ouvi o coraçãozinho dele. Ele está perfeito e saudável, foi um momento mágico.

– Que ótimo, quero uma criança saudável. Eu cumpri minha parte, então comporte-se e cumpra a tua, pois, eu ainda posso voltar atrás.

– Não se preocupe, senhora, eu farei tudo certo, não vou desapontar. – Diz ela olhando para sua mãe, deitada na cama com sua fragilidade e aquela cena a motiva e lhe dá coragem para seguir com aquilo.

– Assim espero, cuide para Ethan não desconfiar disso, ele não irá permitir que você siga com isso. Com licença. – Ela sai dali e vai até o escritório se despedir de Ethan, ela bate na porta.

– Entre.

– Meu neto querido, eu já vou. Se precisar de algo, me ligue.

– Por que aquela mulher está aqui vovó?

– Ela é a mãe de Katherine, achei que seria bom para ela ter a família por perto.

– Não tome mais decisões sem me consultar, essa é a minha casa e a Sra. não tem o direito de decidir nada aqui. Agora terei que aguentar aquela mulher chorando o tempo todo e mais a mãe dela. Porque a Sra. me casou com essa mulher vovó?

– Ethan, eu já te disse meus motivos, querido. Ela é sua prioridade agora, a trate como quiser, é simples. Se está frustrado a castigue, puna ela por todo o mal que o pai dela te causou, ela é sua Ethan, faço o que quiser. – Ela caminha até ele, lhe dá um beijo na testa. – Te amo meu neto. – Ela sai do escritório.

Ethan fica por horas no escritório, trabalhando e planejando como se divorciar de Katherine sem que sua avó se oponha. À noite, ele está na sala de jantar e ordena a uma empregada que busque Katherine para jantar. Ela está no quarto de sua mãe alimentando-a.

– Sra. Carter, desculpe-me incomodar, mas o Sr. Carter está te aguardando na sala de jantar.

– Tudo bem, você pode terminar isso para mim, por favor? – Diz ela, alcançando o prato para a empregada.

– Claro, eu faço Sra. Carter.

– Obrigada. – Ela sai do quarto e vai para a sala de jantar.

Quando ela chega na sala de jantar, Ethan direciona seu olhar para ela, ele está sentado numa ponta da mesa e ela irá sentar na outra. Quando ela vai sentar-se, ela sente-se tonta e perde o equilíbrio e acaba caindo no chão. Ethan não, a ajuda e ridiculariza por ser estúpida, para ele quanto mais a humilhar, mais rápido ela desistirá daquilo.

– Você é tão idiota, até para sentar-se você tem dificuldade, onde foi que minha avó achou você? Santo Deus. – Katherine não responde, enquanto segue sentada no chão, esperando sua tontura passar. – Levante-se logo Katherine, pare de me envergonhar, que ridícula.

Katherine segura-se na cadeira e levanta-se sentando nela, ela não encara Ethan, que segue observando-a e zombando dela. Tudo que ele quer é fazer ela pedir o divórcio e informar a avó dele, que não quer mais manter-se casada.

– Você tem algum problema, Katherine, ou sua estupidez é fruto da tua burrice? – Ela segue de cabeça baixa, ela pega um copo de suco e leva a boca e toma todo sem parar. Ela respira lentamente e gradualmente vai se recuperando da sua tontura. – Como você espera que eu te aceite como esposa? Você é patética, fraca, sem vida, está sempre chorando, não consegue fazer nem o básico certo. Não tem classe nenhuma. Eu a desprezo, por que quer se manter como minha esposa?

Katherine está contando baixinho, esse foi o jeito que ela arrumou para se manter calma e não responder às provocações dele, ela se serve e come lentamente, como se estivesse ali sozinha, e toda a passividade dela só aumenta a raiva de Ethan, porque ele sente que está falando com uma porta. Ela não reage a nada, e quando não está em sua presença, ela só sabe chorar.

– Você é desprezível, eu não sei se sinto nojo ou raiva. Você é tão irrelevante, sendo difícil para mim, definir meu descontentamento por você.

Ela segue em silêncio, ele dá um soco na mesa, assustando-a, mas ela não o encara. Ele levanta-se e sai da sala de jantar, com sua frustração, por mais que ele a provoque, ela não revida. Katherine suspira aliviada. Ela termina de jantar e vai para o seu quarto e tem uma noite tranquila de sono, no dia seguinte, ela só desce para o café, quando Ethan sai para o escritório, ela passa no quarto da mãe e a observa dormir. Ela ordena às empregadas que todas as bebidas da casa sejam jogadas fora, para que sua mãe não tenha contato. Katherine ficou boa parte da manhã com sua mãe, que ficou o tempo todo em silêncio lutando com sua abstinência.

– Vai dar tudo certo mamãe, a Sra. vai se recuperar e em breve vamos sair daqui e começar do zero, eu prometo à senhora, vou cuidar de tudo para nós. – Diz ela fazendo carinho no cabelo de sua mãe.

Katherine observa sua mãe dormir e vai explorar a casa, ela anda em cada cômodo daquela casa, mesmo a casa sendo enorme, ela sente-se sufocada ali dentro, aquele lugar é sua prisão e mesmo que Ethan esteja deixando ela ir, ela não pode, não antes da sua mãe se recuperar. Ela chega no escritório de Ethan e não deixa de entrar e explorar o lugar. Ela avistou a enorme estante de livros, se aproximou e foi olhando tudo animada, ela adora ler, ela encarou a sessão de clássicos e avistou um exemplar de a divina comédia, o exemplar está bem preservado, ela o puxou e quando o abriu, ela viu uma foto cair no chão, ela abaixou-se e pegou aquela foto e ficou minutos encarando a foto da bela mulher morena com seus olhos verdes, sorriso encantador e aparência jovial. Ela fica se questionando quem é aquela linda mulher.