Capítulo 4 Podemos nos encontrar agora

Lucas e Sofia caminhavam pelo parque e pararam para alimentar os patinhos. Os dois sempre passavam um tempo, observando os patinhos na lagoa que existia bem no centro de um dos parques da cidade. Existia uma parte gramada e os dois gostavam se deitar ali, para olhar as nuvens no céu.

Aquela época do ano era a estação favorita de Lucas. Os dois adoravam passar o sábado, visitando pontos turísticos da cidade. Os momentos ao lado da filha, o arquiteto se desligava do mundo, dos negócios e tinha olhos apenas para sua pequena princesa. A mãe insistia tanto para que ele se casasse novamente e tivesse outros filhos, mas Lucas não pretendia casar-se novamente.

Existia alguém na vida dele, mas não era nada sério, apenas uma companhia nos momentos em que precisava de um pouco de sossego. A experiência com casamento, não foi das melhores, então sua "amiga", além de ser alguém independente, sabia das regras da relação dos dois. Não exigindo nada e sendo mais uma parceira de cama, nos momentos em que ele queria relaxar.

Sofia não precisava de uma nova mãe e nem ele de uma nova esposa.

- Papai, vamos almoçar, no shopping? Hoje quero comer McDonald's. Me comportei a semana inteira e a irmã Ana pode confirmar. Fiz todas as tarefas da escola e não desobedeci nem ela, nem a vovó Francesca.

Ana passou o relatório da semana para o pai. Confirmando que foi uma boa filha e se comportou, além de ter concluído todas as tarefas da escola.

- Vou confiar na palavra da senhorita. Então espero não me deparar com nenhuma surpresa negativa durante a semana.

Lucas disse pegando a menina no colo, juntos caminharam em direção ao carro. Acomodou a filha no banco de trás e depois foi se sentar no banco do motorista, ligando o carro e seguindo para o shopping favorito da filha.

*******

Ângela e Rosa ouviam atentamente tudo que Ana contava sobre o péssimo encontro com o chefe.

- Filha, se você não gostou desse homem, é melhor largar o emprego enquanto é cedo e a menina não tenha se apegado tanto a você.

- Mãe, mas eu gosto de trabalhar na mansão e outra coisa o mal-humorado nem fica em casa. Lucia me disse, que ele sai bem cedo e volta à noite, ninguém encontra com o chefe andando pela casa. Agora, os fins de semana, pelo que entendi, serão minhas folgas e pretendo aproveitar com vocês.

- Aliás, Ângela, o que acha de irmos ao shopping?? Queria tanto comprar algumas coisas e passar o dia com meus dois amores. Mãe, vamos?

Ana não queria ficar pensando no patrão, no dia da folga. Queria mesmo era aproveitar o sábado ao lado da mãe e irmã.

- Assim passamos um sábado em família, nem sei quando terei tempo de ficar assim com vocês, vai que na próxima semana, o patrão tem alguma viagem.

Rosa preferiu ficar em casa, não estava se sentindo bem e achou melhor ficar em descansando. Ângela e Ana, uma hora depois, chegaram ao shopping e foram direto para praça de alimentação.

*******

- Papai, vamos, eu quero comer o maior sanduíche que tiver. Vovó não está aqui para brigar comigo nem a irmã Ana. Só não conta para elas ou eu vou ficar de castigo.

- Mocinha, você sabe que me deixa numa situação complicada, se sua avó Francesca sonhar com você comendo besteira no almoço.

Lucas não sabia dizer não e acabou concordando e quando estavam na fila de longe, ele avistou alguém não desejava encontrar.

******

Ana se aproximava da fila, quando notou um homem alto com uma linda menina de cabelos claros. Parou por um instante, tentando se esconder, mas já era tarde.

Isso não pode estar acontecendo, é muito azar encontrar esse homem justo no meu dia de folga!

Ana pensou consigo mesma.

Sofia a avistou e saiu correndo até ela, deixando Lucas parado na fila.

- Irmã Ana, como você sabia que nós dois estávamos aqui? A vovó contou? Veio almoçar com meu papai e eu?

Sofia questionou da babá, com um sorriso inocente nos lábios, sem perceber a reação de Ana.

Ana queria que um buraco se abrisse e ela se enterrasse nele e só saísse no domingo à noite.

- Foi apenas uma coincidência (uma infeliz coincidência), eu vim fazer compras com a minha irmã.

Ângela estava parada, olhando a irmã inventar uma mentira, se segurando para não rir na frente da garotinha.

- Sofia essa é a minha irmã Ângela e Ângela essa é a pequena Sofia.

A menina estendeu a mãozinha pequena para Ângela, cumprimentando a jovem e ganhando um abraço.

- Olá, irmã Ângela. Me chamo Sofia e sua irmã é agora a minha melhor amiga.

Sofia abraçou Ângela e depois das apresentações, sem dar tempo para que Ana recusasse, saiu puxando a babá pela mão até a fila da lanchonete.

Lucas notou que logo seria atendido e fez apenas um cumprimento de cabeça e fazendo sinal para filha voltar para o seu lugar. Mas antes que falasse algo, Sofia foi avisando que os 4 almoçariam juntos.

- Sofia, não vou incomodar o seu pai, ele quer ficar com você, é melhor só os dois. Ângela e eu acabamos de chegar e nem com fome eu estou. Assim que fechou a boca, o estômago dela roncou, o que fez a irmã, disfarçar um sorriso.

- Senhor Lucas, eu não quero atrapalhar, mas ela me chamou e não quis parecer rude na sua frente.

A atendente chamou Lucas e Sofia aproveitou para pegar na mão de Ana, avisando que iria se sentar com as duas, enquanto o pai fazia os pedidos.

- Filha, como vou saber o que a senhorita vai pedir, não tenho uma bola de cristal comigo para adivinhar o que a babá gosta.

Ângela aproveitou o momento e disse que pediria pela irmã, que ele não precisava se preocupar com isso.

- Irmã, pode sentar-se com a pequena, que já eu levo seu lanche.

10 minutos esperando, era como se fossem 10 anos para Lucas. A irritação era evidente no seu rosto, se pudesse tinha pegado a filha e ido para outro lugar, mas se fizesse isso, com certeza Sofia contaria para avó e sua mãe iria repreendê-lo por tratar a babá mal.

- Sofia, eu acho que seu pai não gostou de você nos convidar para almoçar. Aliás, o que a senhorita está fazendo numa lanchonete, hein? Se sua avó descobrir, ela vai brigar comigo.

Sofia começou a rir e foi até o ouvido da amiga e disse.

- Meu papai, não vai contar sua boba, então nós duas estamos salvas.

As duas riram e não notaram quando Ângela e Lucas se aproximaram com as bandejas.

O almoço aconteceu com Ângela e Sofia falantes, enquanto Ana e Lucas mal abriam a boca. O constrangimento entre os dois era bem visível e por um instante a jovem ficou triste, não compreendia o motivo do chefe não ter gostado dela.

Não que Ana estivesse chateada pelo mau-humor dele, isso para ela não importava. Mas parecia que Lucas a achava incapaz de cuidar da filha. Enquanto comia, seu pensamento, era que iria mostrar para o senhor estressado que poderia ser a melhor babá para sua filha.

**

- Que garota intrometida!

Lucas pensava, enquanto olhava Ana comer, algo nela incomodava e ele não se sentia à vontade na presença dela. Esperaria o primeiro deslize e faria questão de demiti-la. Seu sexto sentido com as pessoas nunca falhava e sabia que a babá não era adequada e nem tinha responsabilidade para cuidar da filha.

Assim que acabaram de comer, pai e filha se despediram de Ana e Sofia pediu que ela não chegasse muito tarde no domingo. Pois queria que as duas ficassem juntas pelo menos por algum

tempo, antes do fim de semana acabar.

Ana prometeu que chegaria, depois do almoço e assim teriam o resto da tarde para ficarem juntas.

*******

A tarde de sábado passou voando, e a manhã de domingo também. Ana se despediu da família logo após o almoço e se dirigiu ao trabalho novamente. Chegou na mansão quase 4 horas da

tarde e encontrou toda a família reunida na sala.

- Boa tarde!

Sofia veio correndo e se jogou nos braços da moça, perguntando como tinha sido o fim de semana dela.

- Filha, venha se sentar conosco.

Francesca pediu que Ana se acomodasse no sofá ao lado de Lucas, que assim que a moça sentou o patrão se levantou, dizendo ter uma ligação importante a fazer.

Pediu licença e se dirigiu ao escritório, logo depois ligou para alguém.

- Você está em casa? Podemos nos encontrar agora?