Minha parte de você
img img Minha parte de você img Capítulo 3 Quem é o pai - Nina
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Capítulo 6 Posso confessar uma coisa - Nina img
Capítulo 7 O bebê vai nascer! - Nina img
Capítulo 8 Força, Nina - Nina img
Capítulo 9 Aquele seu amigo... - Nina img
Capítulo 10 Onde ele está - Nina img
Capítulo 11 Alex não vai saber de nada - Nina img
Capítulo 12 E se Alex aparecer - Nina img
Capítulo 13 Só uma chance! - Nina img
Capítulo 14 Amanhã será um dia e tanto! - Nina img
Capítulo 15 Adeus, Alex! - Nina img
Capítulo 16 Filho, vamos conversar! - Alex img
Capítulo 17 Me deixa ser o pai dele - Nina img
Capítulo 18 Igual a você - Nina img
Capítulo 19 Da maneira que combinamos - Nina img
Capítulo 20 Não aconteceu nada - Alex img
Capítulo 21 Nih - Nina img
Capítulo 22 Tcharam! - Nina img
Capítulo 23 Preciso matar a saudade - Nina img
Capítulo 24 E foi uau! - Nina img
Capítulo 25 Que sorrisinho é esse - Nina img
Capítulo 26 Quem é você - Alex img
Capítulo 27 🔞 Bem melhor assim - Nina 🔞 img
Capítulo 28 Espera no carro - Nina img
Capítulo 29 Você não vem - Alex img
Capítulo 30 Então faça! - Nina img
Capítulo 31 Que Deus nos ajude - Nina img
Capítulo 32 Prefiro não saber... - Nina img
Capítulo 33 Adorei essa parte final... - Nina img
Capítulo 34 Foi só uma paixonite! - Nina img
Capítulo 35 Quem é o pai do seu filho - Nina img
Capítulo 36 Como assim - Nina img
Capítulo 37 Eu não sei! - Nina img
Capítulo 38 Eu confio em você! - Nina img
Capítulo 39 Eu estava certa. - Nina img
Capítulo 40 Não podemos voltar ao normal! - Nina img
Capítulo 41 É assim que quer fazer - Nina img
Capítulo 42 Farei tudo o que eu puder! - Alex img
Capítulo 43 Único e inabalável - Nina img
Capítulo 44 Estou sonhando - Alex img
Capítulo 45 🔞 Agora! - Alex 🔞 img
Capítulo 46 Só mais um pouco! - Nina img
Capítulo 47 É mais uma parte de você - Alex img
Capítulo 48 Epílogo - Nina img
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Capítulo 3 Quem é o pai - Nina

É estranho como a nossa vida pode mudar em tão pouco tempo. Há pouco menos de um mês eu estava em um lindo restaurante com o meu primeiro amor, comemorando meu aniversário.

Pensar que foi nesse jantar que tudo desabou.

Nós estávamos jantando, então vi a garçonete piscar para ele. Eu não gostei nada disso, mas vi que ele não piscou de volta, nem deu o mínimo sinal de que tinha a intenção. Ao nos entregar a sobremesa, vi que ela piscou novamente para ele, aquilo estava me tirando do sério, eu já não estava conseguindo fingir normalidade, na minha tentativa de não estragar nossa noite, decidi que voltaria no dia seguinte para fazer uma reclamação para o gerente. Continuamos nosso jantar tranquilamente, Alex vendo como eu já estava nervosa, pediu para que outra garçonete nos trouxesse a conta, mas para minha surpresa foi a primeira quem a trouxe. Alex pegou um papel que estava junto com a conta amassou e jogou dentro de sua taça vazia.

- O que é isso? - Perguntei a ele.

- Nada com que valha a pena se preocupar, meu amor.

Esperei que ele fosse até o caixa para pagar e peguei o papel de sua taça. Era o número da garçonete. Eu sentia a raiva crescendo dentro de mim, parecia com um desenho animado onde a sobrancelha franze a cabeça fica vermelha e logo depois sai fumaça do nariz e ouvido. Eu olhei em volta do restaurante mas não a vi, Alex estava saindo do caixa e vindo em minha direção, ao se aproximar ele vê o papel em minhas mãos.

- Não vale a pena se preocupar, Alex? – digo.

- Não, por que não tem importância nenhuma pra mim o que está escrito ai.

- Então porque não me contou? Não achou que eu merecia saber?

- Pra que, meu amor? Pra te deixar chateada e estragar nossa noite?

Fechei os olhos tentando de todas as formas controlar meus pensamentos e ouvir a parte de mim que dizia que ele jamais me trairia.

- Vamos embora, meu amor. Nós nunca mais voltaremos nesse restaurante. Nós podemos vir juntos aqui amanhã fazer uma reclamação, se você quiser. Só vamos embora. - ele pediu.

Olhei para os lindos olhos verdes de Alex e todos os pensamentos sumiram da minha cabeça. Mais uma vez, eles me fizeram parar no tempo e excluíram todo a humanidade a nossa volta. Sua mão se estendeu em minha direção. Eu a peguei e saímos daquele inferno, sem sinal nenhum da diabinha chefe.

Estávamos no carro, quase saindo, quando Alex cumprimentou alguém. Eu olhei para fora e não vi ninguém.

- Quem você cumprimentou?

- Um amigo, meu amor.

- Qual amigo, Alex? - Ele me olha confuso.

- O Kevin, amor. Você não conhece ainda.

Olho para fora outra vez, em busca de algum homem olhando para nós, mas a única pessoa que vejo é a garçonete.

- Kevin, Alex? Você acha que eu sou idiota?

- Do que você está falando, Nih?

- Não acha engraçado como ela apareceu no lugar do seu amigo? - faço o sinal das aspas com a mão.

- Quem?

- A garçonete! Percebeu que ela sumiu quando você foi pro caixa? Deixou seu número pra ela também? - Ótimo, se não bastasse a tempestade dentro do carro, começa a chover do lado de fora.

- Para com isso, Nina. Já te disse que eu cumprimentei o Kevin. E não, não faço ideia de pra onde ela tenha ido, eu sequer estava procurando por ela, muito menos deixei meu número pra ela.

- Kevin! - rio com deboche - Anda tendo amigo imaginário, Alex? - Ele balança a cabeça chateado.

- Se você não confia em mim, por que está comigo?

- O que está querendo dizer com isso?

- Que talvez nós não devêssemos estar juntos.

- Você está terminando comigo?

- Sim! É o que você quer, não é?

- Não! Eu te amo.

- Quem ama, confia, Nina.

- Eu confio.

- Não, você não confia.

- Você está usando isso como desculpa pra terminar comigo pra correr para aquela garçonete assanhada. - digo e me arrependo no mesmo instante. Como eu pude dizer isso?

- Chega, Nina! - Ele sai do carro, eu saio também.

- Alex, volta pro carro, está chovendo!

Vejo Alex se afastando, eu corro atrás dele, mas ele é mais rápido. Paro e tiro meu salto para poder alcança-lo, mas quando olho em sua direção, não o vejo mais.

- Alex! Me espera.

Não tenho resposta, ele já não está a poucos passos de mim. Volto para o carro, ando pelas ruas a sua procura, após fracassar em minha busca, vou para casa na esperança de encontra-lo, mas nada outra vez. Preocupada, liguei para ele.

Nina: Oi, eu só queria saber se está tudo bem?

Alex: Sim, está. Você está em casa?

Nina: Estou, você vai voltar?

Alex: Não, só queria saber se já saiu da chuva. Estou na casa de um amigo. E não, ele não é imaginário.

Nina: Alex, me... - ele me interrompe.

Alex: Acho melhor conversarmos em outro momento.

Nina: Está bem, eu te... - ele me interrompe outra vez.

Alex: Eu também.

Quando o telefone apitou indicando que a ligação havia terminado, por mais triste que eu estivesse por não tê-lo aqui comigo, eu senti esperança de que tudo se resolveria. Ele disse de volta, muitas pessoas diriam: - Ele não deixou você terminar e muito menos citou a palavra amor ao te responder. - Só que eu sabia, nem sempre precisamos de frases completas para falar de amor.

Estava ciente do quanto eu havia errado com ele. Ele não me deu nenhum indicio de que estava fazendo algo errado, mas eu consumida pela raiva, o acusei, e claro, transpareci não confiar nele. Imagino o quanto isso deve ter doido, dois anos de namoro e sua namorada não confia em você? Mesmo vocês morando juntos a um ano e meio?

Eu já tinha escutado que não era bonita o suficiente para estar com ele, só porque ele é um homem alto de ombros largos, que se cuida e tem cabelos castanhos claros quase loiros e olhos verdes, e eu, uma mulher comum e sem graça, - na visão dos outros, é claro - baixa demais, de olhos e cabelos castanhos comuns. Bonita? Sim, mas comum demais.

Isso nunca me afetou, o que me importava é o amor que eu sinto por mim mesma e o que Alex sente por mim. Se ela estava comigo, não me importava o quão "normal" eu fosse. Contudo, minha confiança nunca me impediu de sentir ciúmes de Alex, mas era um ciúme saudável, se é que isso pode ser chamado assim. Ele sempre foi um homem que chama atenção por onde passa, seja por sua altura de 1,87m ou por sua beleza.

Depois de se tornar modelo desistindo de seu sonho de se tornar piloto de avião, ele passou a estar cada vez mais rodeado de mulheres, alguns colegas de profissão e outras fãs que conquistou com seus trabalhos. Por mais que alguma mulher tivesse interesse nele, nenhuma tinha sido descarada ao ponto de fazer o que aquela garçonete fez. Ela simplesmente fingiu que eu não existia e ficou dando em cima do meu namorado. Isso me deixou com raiva e me fez perder o controle. Foi a nossa maior briga por ciúme e pelo visto, a última.

No dia seguinte, pensei que ele chegaria em casa antes que eu fosse para o trabalho, não aconteceu. Esperei também na hora do almoço, e de noite, para só então lembrar que ele provavelmente voltaria apenas no outro dia, já que o aniversário da mãe dele é um dia depois do meu, ou seja, hoje. Vou para o quarto e procuro por sua bolsa, é quando percebo que em algum momento do dia ele a buscou, sem nem me avisar. Tranquilizo meu coração, por que sei que amanhã ele estará de volta, e no fim, nós nos resolveremos.

Ligo para Sandy e para Josh, peço que eles me encontrem em casa. Quando meus amigos chegam, Josh me confirma que Alex estava com a mãe dele, em Tampa como eu já imaginava.

- Como você não sabia onde ele estava? - Sandy pergunta.

Eu desabo diante da pergunta da minha amiga. Enquanto choro, conto para eles tudo o que aconteceu. Eles me consolam, mas quando faltam poucas horas para se tornar outro dia, estou sozinha na minha casa, mais uma vez.

É Sábado, acordo com um misto de esperança e aflição. Olho para o relógio e tenho a sensação que cada hora demoram outras vinte e quatro horas para passar. No momento em que pego meu celular na mão para mandar mensagem para Alex preocupada, ouço alguém bater na porta.

- Que estranho, por Alex não entrou? - Abro a porta e me deparo com Josh segurando algumas sacolas. - Oi.

- Oi, desculpa vir sem avisar, queria saber como você está e aproveitei para trazer algumas coisas que você gosta para te animar.

- Ah! Muito obrigada, pode entrar.

- Algum sinal do Alex? - Ele pergunta enquanto entra e coloca as coisas na mesa.

- Ainda não, eu ia mandar mensagem para ele na hora em que você chegou. - Digo enquanto sentamos no sofá.

- Eu mandei de manhã, mas ele ainda não respondeu.

- Eu estava receosa de mandar, queria dar espaço pra ele, além de que, nosso assunto deve ser tratado pessoalmente, então foi bom você ter chegado na hora. Acho que ele vai mandar quando se sentir à vontade.

- Ou ele já está voltando, ou não quer conversar com nenhum de nós.

- Espero que seja a primeira opção.

- Acha que ele já te perdoou?

- Sinceramente, acho que não, pois ele ainda não falou comigo, mas tenho esperança de que aconteça.

- Vocês nunca terminaram, não é?

- Não, espero que seja a primeira, ultima e única vez.

- Nunca se sabe... - Que comentário estranho.

- Por ... - Ele me interrompe.

- Eu vim fazer uma coisa.

- Que coisa? - pergunto olhando para ele.

Não tenho tempo de dizer mais nada. Josh se aproxima e me beija, eu entro em choque, não sei o que fazer, estou prestes a me afastar quando ouço uma voz familiar...

- Que irônico, não?! Agora eu entendi tudo. - Escuto a voz de Alex.

Com os olhos vermelhos de tanto chorar depois de lembrar dos piores dias da minha vida, pego o telefone e ligo para meus pais. Acho que preciso de um pouco de atenção familiar.

Pai: Oi, querida.

Nina: Oi, pai. Como o senhor está?

Pai: Bem. Por que está com essa voz?

Nina: Está tudo bem, a mãe está ai?

Pai: Sim, você quer falar com ela?

Nina: Coloca no viva voz, quero falar com vocês dois.

Mãe: Tá tudo bem?

Nina: Sim, só liguei para convidar vocês para almoçarem comigo hoje, se vocês puderem. - Fica um silencio do outro lado da linha, até que minha mãe responde.

Mãe: Vamos sim. Vamos chegas ao meio dia, está bem?

Nina: Vejo vocês mais tarde.

Mãe: Até mais tarde, querida. Te amamos.

Nina: Também amo vocês.

É agora ou nunca. Eu cogitei a hipótese de não contar para eles agora, mas mais cedo ou mais tarde, eles irão descobrir e quanto mais tarde for mais eles ficaram chateados.

Ouço batidas na porta, sinal da chegada dos meus pais. Quando abro a porta minha mãe me abraça forte.

- Olha como está linda. - Ela diz ao se afastar e me olhar de cima a baixo.

- Linda mesmo. - Concorda meu pai, antes de me abraçar também.

- Entrem, o almoço está pronto. - digo.

- Maravilha! - diz meu pai, já a caminho da cozinha.

- Você conhece seu pai, nessa mania de não tomar café de manhã deixa a gente doida no horário do almoço. - Diz ela ao me acompanhar para a cozinha, antes de cairmos na gargalhada.

Rir pra mim está sendo excelente, estou tão nervosa, que não sei como contar a eles.

- Eu trouxe vinho, querida.

- Tinto e suave, como você gosta. - completa meu pai.

Merda.

- Obrigada. Mas vocês não acham que está cedo para beber? - falo na tentativa de convencê-los a não beber.

- Você nunca teve problema com isso antes. Tem algo errado, querida? - Minha mãe pergunta.

- Ah, não! - Eu mal respondo e minha mãe já está colocando as taças na mesa.

- Eu abro. - Meu pai pega o vinho da mão da minha mãe. - Pronto! - Diz eles minutos depois.

Nos sentamos na mesa e nos servimos, após poucas garfadas, meu pai abre a boca:

- Tem notícias do cretino do Alex?

- Não, não tenho notícias, e por favor, não o chame assim.

Minha mãe enche minha taça enquanto fala.

- Ouvi dizer que ele está desempregado.

- Devíamos brindar a isso. - diz meu pai erguendo a taça.

- Não, não devíamos e não vamos. Alex é inteligente e uma excelente pessoa, logo conseguira algo. Além do mais, ambos tínhamos uma reserva para esse tipo de situação.

- Boa pessoa? Ele terminou com você, foi embora do dia pra noite.

- Eu já expliquei para vocês o que aconteceu.

- Sim, mas ele não deixa de estar errado. Relacionamentos não são fáceis, na primeira briga terminar e sair correndo não é coisa de homem.

- Pai... - ele me interrompe.

- Me deixe terminar, Nina. Ele devia ter sentado...

- Eu estou grávida. - Dessa vez sou eu que o interrompo. Não foi assim que planejei, aliás, não planejei nada. Eu só queria que parassem de falar de Alex, ele não merece isso.

- Ah, minha querida, meus parabéns. Quando você descobriu? - fala minha mãe com ternura e levanta-se para me abraçar.

- No domingo.

- Quem é o pai, Nina? - Pergunta meu pai um pouco irritado.

- Quem o senhor acha? Sim, a única pessoa com quem estive nos últimos anos. Achei que ficaria feliz por se tornar avô, mas pelo visto, o pai da criança importa mais que a notícia.

- Não foi isso que seu pai quis dizer, querida. - Minha mãe acaricia minha mão.

- Não mesmo, me desculpe, filha. É claro que estou feliz por me tornar avô mais uma vez. A Melissa e o seu bebê são aos meus maiores presentes, mas depois do que aquele cara fez com você. - Meu pai responde, tentando amenizar a situação.

- Quantas vezes vou precisar contar a história pra vocês entenderem que ele não teve culpa? Nós brigamos por ciúmes meu e nós terminamos, depois beijei o Josh e ele ficou chateado e foi embora. Uma atitude levou a outra.

- Ele não podia ter se chateado, foi só um beijo e como disse, vocês tinham terminado.

- Tem razão, nós não estávamos juntos. Mas como o senhor se sentiria se fosse a mamãe no meu lugar? - Meu pai abre a boca, mas não deixo que ele diga nada - Não precisa responder, papai. Só pensa nisso. E espero não ouvir mais comentários sobre o Alex e não ousem contar nada pra ele ou alguém da família dele.

Eles apenas concordam.

Tirando o acontecimento do começo do almoço, tudo passou tranquilamente, até assistimos um filme juntos, como fazíamos quando eu era mais nova. Antes de ir embora minha mãe pede pra ir comigo em algum dos ultrassons, prometo pensar no assunto. Ela sai sorridente, já me pai, pede desculpas por tudo e diz que vai me ajudar em tudo que nós precisarmos, e com um abraço eles se despedem.

            
            

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