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Primavera de 2016
Minha vida nunca foi grande coisa, eu era uma garota normal, com uma família normal, indo
pra uma escola normal. Na verdade minha vida era um tédio total, eu sempre me
senti deslocada nesse lugar as pessoas daqui sempre me olham e me tratam como
se eu fosse uma grande esquisitona.
Tudo ia como sempre, até ele chegar, me lembro como se fosse ontem quando eu o vi pela
primeira vez, aquele olhar, aquele
sorriso, aquele cabelo, tudo nele fez criar um sentimento em mim que eu não
conhecia.
Já era quase noite, e eu estava caminhando pelo bosque quando o vi pela primeira vez, ele
estava escorado em uma árvore, seus cabelos eram brancos como a neve, sua pele
era mais branca ainda fazendo parecer um boneco de porcelana, quando nossos
olhares se encontraram eu vi que seus olhos eram azul como o mar. Nos olhamos
por alguns segundos e eu continuei o meu caminho me perguntando se ele era real
ou só fruto da minha imaginação. Cheguei a conclusão de que não era possível que fosse uma pessoa de verdade, talvez eu só estivesse imaginando coisas.
Quando cheguei em casa, fui direto para o quarto não queria encontrar com os meus avós,
pois sabia que o pessoal da escola havia
ligado por eu ter faltado a aula e eu levaria uma baita bronca.
Eu moro com os meu avós desde que me entendo por gente, nunca conheci meu pai, e minha mãe faleceu quando eu ainda era uma bebê, desde então meus avós que cuidam de mim. Eu não me lembro do rosto da minha mãe mas meus avós dizem que eu me pareço muito com ela. As vezes vejo algumas fotografias e eu sinto saudades dela, mas é estranho sentir falta de algo que eu nunca tive.
Depois do
jantar e da tentativa falha de escapar da bronca da minha avó, subi pro meu quarto, mas tinha algo que não saia da minha mente, era aquele garoto. Eu não conseguia entender o porquê.
Mal consegui dormir a noite tive vários sonhos estranhos e quando pisquei já era de manhã. Como de costume me arrumei e fui caminhando pra escola, as aulas pareciam não ter fim, eu só
queria estar deitada na minha cama, tentei arrumar uma posição confortável na
minha mesa pra tentar descansar, por sorte a minha mesa e a última do canto da
janela, então seria difícil o professor perceber que eu estava dormindo. Quando
finalmente consegui achar uma posição confortável me virei pra janela, e a
primeira coisa que vi foi o garoto de branco de novo, escorado em uma árvore,
então ele era real? Eu jurava que era só minha imaginação.
Eu não sei o que deu em mim, falei pro professor que precisava ir ao banheiro e quando
percebi já estava do lado de fora do prédio e indo em direção ao garoto
misterioso. Quando estava há uns dez passos de distância eu simplesmente congelei,
não sabia o que dizer ou o que fazer, afinal eu nem sabia quem ele era. Decidi voltar pra sala, mas antes que eu pudesse virar de costas ele me olhou, e nossos olhares se encontraram pela segunda vez eu senti todo meu corpo gelar,
as minhas pernas simplesmente não se moviam, nos olhamos por alguns segundos e
ele deu um sorriso que pareceu tímido mas também malicioso, e saiu andando.
Se à alguns instantes atrás minhas pernas não se moviam agora elas estavam se movendo mesmo sem eu perceber, pois eu estava indo atrás do garoto que saiu andando para dentro de um bosque que tem ao lado da escola.
Apressei o passo e consegui alcançar o garoto que apenas me olhou, esperei pra ver se ele
se apresentava ou algo assim, mas o que veio foi só silêncio. Então decidi tomar a iniciativa
-Oi, você é novo aqui né? -Mas o que eu ganhei como resposta foi mais silêncio. Porém não
desisti.
-Você vai
estudar aqui na escola ou veio só pra conhecer? -Mais silêncio.
-A propósito meu nome é Lua, e como você se chama? -Dessa vez ele deu o mesmo sorriso de
antes e disse apenas uma palavra.
-Lua?
-É Lua, igual a do céu, e o seu nome qual é?
-E você está em que fase agora?
-Era pra ser uma piada? Por que não teve graça nenhuma.
-Eu achei graça.
-Eu não. Mas em fim você não disse seu nome aind...-antes mesmo de eu terminar a frase ele
parou na minha frente e me encarou com aqueles olhos azuis, por um instante
senti todo meu corpo gelar.
-Porque todo
esse interesse em saber meu nome?
-Eu só...
-Zack, É assim que me chamam. Preciso ir. Adeus Lua, Você deveria ir pra casa também, já
está ficando tarde.
Eu não
consegui nem terminar de falar qualquer outra coisa ele simplesmente virou as
costas e saiu andando. Quando sai da pequena mata me dei conta que realmente
estava escurecendo, eu não tinha percebido mas passei a tarde toda caminhando dentro de uma mata com um estranho. Eu jurava que não tinham se passado nem 15 minutos, como que nós andamos esse tempo todo e conversamos tão pouco.
No caminho de volta pra casa eu não conseguia
parar de pensar no Zack, ele era estranho mas ao mesmo tempo era incrivelmente bonito. Sem contar que bastou ele olhar pra