Capítulo 4 Você percebeu meu problema

Depois de ouvir mais uns cinco nãos Lara estava com Guilherme no banco de passageiro do seu carro e o levando para um dos seus lugares favoritos do mundo, um pequeno bistrô que tem os melhores doces que o seu paladar experimentou, apesar de também oferecer almoço. Entretanto, Lara vai ali principalmente pelas sobremesas.

No momento em que a perolada parou em frente ao bistrô e ao perceber que é especializado em doces, Guilherme levantou uma sobrancelha e indagou: - A gente saiu para almoçar ou comer doces? – A moça deu uma leve risada. – Espero que os dois Guilherme.

O moreno enquanto saia do carro percebeu o quão adorável era a fachada do bistrô tendo portas de vidro e trepadeiras se emaranhando nas paredes de pedras, decidiu ajeitar a sua câmara e capturou uma foto, a moça de olhos azulados ficou uns instantes observando o quanto o rapaz fica leve e com um brilho de felicidade no olhar enquanto capturava imagens.

Ao entrarem logo se apossaram de uma mesa e Lara chamou o seu amigo, Pedro, que faz um trabalho de meio período.

- Oi, Lara! Vai querer o de sempre? – A morena deu um sorriso e assentiu. – E o senhor qual prato deseja?

Guilherme olhou o cardápio rapidamente e optou pela opção mais simples que encontrou. Quando Pedro se foi o moreno disse: - Parece que você vem aqui com muita frequência.

A moça de olhos azuis corou – Eu gosto dos doces daqui. – O rapaz a sua frente deu apenas um sorriso de lado como resposta.

- Então, qual o motivo de querer subitamente almoçar comigo?

- Eu acho Guilherme, que se você se sentir mais a vontade comigo não irá se sentir tão travado para dançar.

- E você acha que um almoço é suficiente para eu me sentir a vontade com alguém?

Lara corou. – Bem, eu creio que possa ser um começo mesmo que nos conheçamos há tanto tempo nunca nos predispormos a nos conhecer.

Nesse momento Pedro chegou com os pedidos e interromperam a conversa para comer, depois de acabar Lara foi alegremente para o cardápio escolher a sobremesa. Guilherme observou divertido, os minutos se passarem enquanto ela observava todas as sobremesas disponíveis do lugar com uma seriedade sem igual.

- Acho que vou pegar essa torta de morango recheada com cream cheese e você, Guilherme?

- Esse mousse de chocolate amargo.

- É uma delicia ótima escolha, apesar de que acho que você gostaria também desse bolo de café com chocolate amargo. – A olhando divertido e com um sorriso de lado o rapaz perguntou. – É algum tipo de especialistas em sobremesas? – Meio sem graça a garota respondeu. – Eu gosto muito e já me arrisquei em fazer algumas vezes, mas não foram experiências com muito sucesso. – Terminando a explicação com um riso fraco.

Assim que terminaram a sobremesa o casal estava saindo em direção ao carro com Guilherme admirando uma foto da moça, que havia tirado discretamente fingindo capturar outro ponto. Ela estava fazendo uma expressão especialmente satisfeita, por causa da torta, estando levemente corada de olhos fechados e com um pequeno sorriso enquanto mastigava.

Assim que chegaram ao veiculo Lara estava pensando numa maneira de abordar o porquê dele se sentir tão travado nos ensaios sem deixar o rapaz desconfortável, mas ela não encontrou então enquanto começava a se movimentar na rodovia para entregar Guilherme de volta a empresa ela solta: - Então, Guilherme... Huhum...Qual você acha que é... assim... a sua real, sabe, dificuldade nos ensaios?

Guilherme segurou um sorriso de lado pela forma toda desconfortável que foi feita a pergunta. De qualquer maneira, ele sabia que ia chegar num momento daquele passeio que ela iria fazer o questionamento. Estava preparado.

- Você sabe que nunca dancei, então creio que seja falta de talento junto com um total desconhecimento do universo.

- Eu não sinto isso, quando estou dançando contigo te sinto tenso. Como se não conseguisse relaxar e, claro, dança é muito esforço, exige muita determinação e você repetir o mesmo passo umas vinte vezes ou mais. Mas também é prazer e tenho a impressão que você se contém ao máximo para não sentir isso.

O rapaz que estava ao seu lado ficou levemente encantado e incomodado com que foi dito. O encanto fica por conta da paixão que ela transmitiu sobre a dança e o incomodo por saber que ela muito possivelmente estava certa. Ele sempre teve uma criação em que determinava que expressar sentimentos e relaxar são fraquezas. Provavelmente foi por isso que ele se apegou tanto a fotografia era tão inibido sobre o que podia demonstrar que ele quis eternizar em imagens os sentimentos demonstrados por outras pessoas. Por fim, ele disse: - É possível que tenha razão.

Nesse momento, eles chegaram à empresa e Guilherme já estava descendo quando a moça o questiona: - Qual o seu estilo de música favorito?

O rapaz a olhou confuso. – Rock.

- Certo, até hoje à noite! – Disse a garota de olhos azulados seguido de um sorriso e acelerou o carro.