Capítulo 3 Capitulo 2

A respiração de Sofia era pesada, como se algo estivesse pressionando seu peito. Seus olhos se abriram de repente, apenas para se deparar com uma superfície translúcida, curvada, quase como o vidro de um aquário. Luzes esverdeadas e azuis piscavam ao redor, criando reflexos estranhos que dificultavam sua visão.

Ela tentou se mover, mas sentiu que seu corpo estava preso a algo. Havia uma sensação de leveza, mas também de confinamento, como se flutuasse, mas estivesse presa. Pânico começou a tomar conta.

- Que droga é essa? - murmurou, com a voz abafada.

Seu corpo estava coberto por uma espécie de traje fino e justo, algo que ela definitivamente não se lembrava de vestir. Ela começou a bater no vidro com as palmas das mãos.

- Deixem-me sair daqui! - gritou, sua voz ecoando na cápsula.

Finalmente, com um som de estalo e um vapor que escapou pelas laterais, a tampa da incubadora se abriu. Sofia caiu no chão com um baque seco, arfando e tossindo enquanto tentava recuperar o fôlego.

Ao se erguer lentamente, percebeu que estava em uma sala enorme. As paredes eram lisas e metálicas, emitindo uma luz fria e pálida que parecia pulsar. Não havia janelas, apenas um teto alto com formas geométricas que brilhavam intermitentemente.

- Que diabos está acontecendo aqui? - sussurrou, ainda tentando processar o que via.

Antes que pudesse pensar mais, ouviu um som semelhante a um silvo baixo. Outra cápsula se abriu do outro lado da sala. Uma figura alta e magra cambaleou para fora, caindo de joelhos. Era Ryan, o palhaço americano.

- Meu Deus... onde estamos? - perguntou ele, esfregando os olhos enquanto olhava em volta.

- Levante-se - ordenou Sofia, aproximando-se dele com passos firmes. - Você sabe alguma coisa sobre isso?

- Eu? - Ryan piscou, ainda desorientado. - Eu não sei nem como vim parar aqui!

Mais cápsulas começaram a abrir. O som repetitivo ecoava pela sala, e Sofia olhou ao redor, percebendo que outros estavam despertando.

O Pânico se Espalha

Ana Carmen, a brasileira, foi a próxima a sair de sua incubadora. Seu rosto estava pálido, e ela tremia enquanto segurava a parede para se equilibrar.

- Isso é um pesadelo... isso é um pesadelo, certo? - ela dizia para si mesma, os olhos arregalados.

- Não é um pesadelo, garota. - Sofia respondeu, ríspida. - É real. Agora controle-se.

Ana olhou para Sofia, confusa e assustada, mas não disse nada.

Em outra cápsula, um som de tosse e grunhido indicava que alguém mais estava acordando. Era Igor, o russo. Ele saiu com movimentos pesados, como se ainda estivesse sob o efeito do sonífero.

- Gde ya? (Onde estou?) - perguntou, sua voz rouca.

- Boa pergunta, gigante - disse Ryan, ainda tentando manter o bom humor apesar da situação. - Se descobrir, avise a gente.

Mais e mais cápsulas se abriram. Sarah, a engenheira alemã, saiu analisando tudo ao redor, sua expressão tensa mas focada. Malik, o médico egípcio, parecia mais calmo, mas claramente desconfortável.

Porém, quando os irmãos americanos, Emma e Ben, acordaram, trouxeram um pouco de caos à situação.

- Ben! - gritou Emma, olhando ao redor freneticamente. - Onde você está?

- Aqui! - respondeu ele, saindo de sua cápsula com dificuldade. - Estou aqui, Emma!

Os dois se abraçaram, claramente aliviados por não estarem sozinhos.

- Alguém pode explicar o que está acontecendo? - perguntou Emma, sua voz cheia de pânico.

- Não temos explicações ainda - respondeu Sarah, franzindo a testa. - Mas precisamos nos acalmar e entender onde estamos.

Sofia observava tudo com olhos atentos. Apesar do caos ao redor, sua mente trabalhava rápido. Ela caminhou até o centro da sala, onde um pedestal brilhante exibia algo que parecia um painel de controle.

- Parece que somos 10 no total - ela disse, contando os presentes. - E ninguém aqui sabe o que está acontecendo, certo?

Ninguém respondeu.

- Então é o seguinte - continuou Sofia, com a voz firme. - Precisamos descobrir onde estamos e quem está por trás disso. Alguém sabe como operar isso?

Sarah se aproximou do painel, seus olhos analisando os símbolos estranhos que piscavam.

- Nunca vi nada assim antes. Mas posso tentar.

A Sala Assustadora

Enquanto Sarah tentava mexer no painel, os outros começaram a explorar a sala. As paredes pareciam frias ao toque, e não havia portas visíveis. O único som era o zumbido baixo das luzes.

Ana se aproximou de uma das paredes, tentando ver se havia alguma abertura.

- Isso é tão... estranho. Parece vivo. - Ela recuou quando a superfície brilhou brevemente ao toque de sua mão.

Malik estava tentando ajudar Igor Nikolai, que ainda parecia um pouco grogue.

- Você está bem? - perguntou ele, preocupado.

- Da, ya v poryadke. (Sim, estou bem.)

Ryan, por outro lado, estava tentando aliviar a tensão.

- Alguém mais sente que estamos em um daqueles filmes ruins de ficção científica? - ele disse, abrindo os braços. - Não falta muito para os aliens aparecerem.

- Não me faça pensar nisso. - disse Emma, abraçando o irmão com mais força.

Sofia bufou.

- Vocês dois - ela apontou para Emma e Ryan -, parem de agir como crianças assustadas. Se quiserem sobreviver, vão precisar crescer rápido.

Emma olhou para ela, ofendida, mas não respondeu.

De repente, um som agudo ecoou pela sala. Todos pararam, congelados. Era como se algo estivesse se aproximando, mas não havia nada visível.

- O que foi isso? - perguntou Malik, olhando ao redor.

- Provavelmente o sistema dessa sala. - Sarah tentou soar lógica, mas havia uma leve hesitação em sua voz.

- Ou talvez... eles estejam vindo - Ryan sussurrou, fazendo um gesto dramático com as mãos.

- Pare com isso, palhaço! - Sofia disparou.

Antes que mais alguém pudesse falar, o painel de controle no centro da sala começou a brilhar intensamente. Uma luz azul saiu dele, formando uma projeção holográfica.

            
            

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