- Saia daqui! - A voz do homem soou, sem deixar a mulher que estava em seus braços.
A governanta com medo, apenas saiu correndo, subindo as escadas, ela tinha dó da sua chefe, que certamente, veria essa cena.
Depois de meia hora, um vento gelado entrou pelas enormes janelas da sala, mas não conseguiu dissipar o calor na sala de estar.
Isabella que estava deitada, ao ouvir sons de vaso quebrando, e vozes no andar de baixo, ficou assustada, pois seu marido raramente voltava cedo, ainda mais com visitas.
Com o pouco de força que restava por causa da Leucemia, ela se levantou, e caminhou pelo carpete grosso, e os ruídos estranhos vindos do andar de baixo aumentaram sua curiosidade.
Ao chegar ao topo da escada, ela olhou para baixo e sua mente pareceu explodir com um grande estrondo!
No sofá de sua enorme sala, havia um homem e uma mulher completamente nus, e essa visão, fez com que ela sentisse suas pernas falharem.
O homem que estava de costas para ela era seu marido, e ele estava traindo ela, bem na sua casa, no seu sofá, sem se importar se ela iria ou não ver eles!
Isabella sentiu uma onda de raiva subir repentinamente subir, fazendo-a sentir aperto no peito e falta de ar, ela estava à beira de uma explosão mental, e com os lábios trêmulos, ela agarrou o corrimão com força e gritou.
- John Arbex, como você pode fazer isso?
A voz dela surpreendeu o casal que estava deitado no sofá, e o homem virou a cabeça para olhar para ela.
Sob o brilho dourado suave e difuso da luminária de cristal pendurada, seus olhos profundos, nariz alto e lábios finos se destacavam.
Ele tinha um rosto angelical, mas o coração de um demônio de coração frio.
Olhando para a mulher triste no andar de cima, ele estreitou os olhos, suas pupilas quentes e escuras brilhavam com leve irritação por ter sido perturbado e um desdém frio inato, e Isabella tremeu quando encontrou seu olhar frio, fazendo seu coração gelar.
Ele não entrou em pânico, nem sentiu remorso, pelo contrário, ficou irritado por ser pertubado.
Naquele momento, Isabella sentiu uma enorme tristeza, e se perguntou, com que tipo de homem ela havia se casado?
- Some daqui, não há nada para você! - Os lábios finos de John mal se moveram enquanto ele falava friamente.
Ele não demonstrou nenhuma intenção de se levantar, e a mulher ao lado dele era claramente mais importante do que sua esposa, que estava casada há mais de 4 anos com ele, e estava doente, com leucemia.
Isabella firmou seu corpo cambaleante, seu coração doía dolorosamente e ela sentiu uma dor aguda em seu peito, como se o ar faltasse.
- Querido, eu não quero que ela fique olhando para nós, ou você pode pedir para ela desviar o olhar? - Olivia falou claramente se exibindo, e segurando mais forte o corpo de John contra o seu.
Mas seu olhar era provocativamente irônico quando ela olhou para Isabella, que apenas devolveu o olhar com raiva.
Algo estava queimando em seu peito. Se ela não desabafasse sua raiva, ela iria sufocar.
- Sua imunda, está é a minha casa! - Isabella gritou com raiva. - Você dois são nojentos! Sumam daqui!
- Querido, ela falou que está casa é dela, e ainda nós expulsou, você vai deixar? - Olivia fez uma cara de pena, e seu semblante encantador parecia tão lamentável que despertou um senso de compaixão, e John beijou-a carinhosamente nos lábios e então se virou para olhar para Isabella, com olhos frios e sombrios.
- Está casa, e tudo que tem aqui, é meu! - Ele falou em um tom autoritário. - Se você quer ir embora, pois bem, vá, mas eu e Olivia não vamos sair aqui! - Sua voz era igualmente fria, muito parecida com o inverno do lado de fora da mansão.
Os olhos de Isabella se arregalaram quando ela ouviu isso, e não pode deixar de dar risada.
Ele falou que se ela estivesse incomodada, ela que teria que ir embora?
Ela era sua esposa, estava doente, mal conseguia se manter em pé, e estava nevando do lado de fora, mas mesmo assim, teve a audácia de mandá-la embora na frente de sua amante!
Tudo bem, ela iria embora, quem precisa dele, afinal!
Isabella estava cheia de raiva e tristeza, e enxugou suas lágrimas e resolutamente, com a pouca de força que restava, voltou para o quarto, e John apenas observou a figura dela se afastando, e seus olhos escureceram com indiferença.
Ele sabia que ela não iria embora, ela nunca conseguiria se separar dele. No entanto, a interrupção dela estragou o humor dele, por isso, ele pegou suas roupas jogadas no chão, e sentou-se novamente no sofá, e depois, acendeu um cigarro de sabor menta, e uma leve nuvem de fumaça surgiu no ambiente.
Olivia, que estava apenas de calcinha e sutiã, deitou-se no braço de John, com um olhar magoado em seu rosto.
- John, querido, é minha culpa. Eu não deveria ter provocado ela, afinal, ela é sua esposa, e eu sou apenas a amante!
O homem apagou o cigarro, levantou o queixo delicado dela e abriu um sorriso gentil e indulgente.
- Não tem nada a ver com você, e você sabe, se não fosse por meu avó me obrigando a me casar, eu teria me casado com você. Era para você ser a Sra Arbex, e não Isabella!
- Está bem, meu amor, não tenho problemas com isso, contando que você sempre me ame!
No momento em que John estava prestes a confortá-la, ele viu Isabella, agora com outra roupa, e carregando uma mala, e lutando para descer as escadas.
Como ela precisava de um equipamento para respirar, era uma visão que inspirava medo, afinal, ela segurava de um lado, seu cilindro do ar, e do outro lado, uma mala grande, e John ficou surpreso e rapidamente correu até ela, agarrando seu pulso.
- Quem você está tentando impressionar? Você acha que eu vou implorar para você ficar?
Como ela estava fraca, ela tinha pouca força para brigar, e então, olhou para ele com tristeza.
- Fique tranquilo, uma vez que eu for embora, nunca mais voltarei, e você pode convidar quem quiser, não vou mais te incomodar! Afinal, está é sua casa, não é mesmo? - Ela o confrontou, e as púpilas de John se contraíram e seus olhos instantaneamente ficaram escuros.
Isabella sempre foi uma mulher obediente e gentil com ele, nem mesmo ousando levantar a voz, e agora, ela ousou falar com ele assim, o que naturalmente o deixou atordoado e furioso.
- Isabella, você deve estar ficando muito corajosa! - John falou cuspindo fogo. - Não pense que só porque você está doente, eu não ousarei encostar um dedo em você!
As feridas no coração de Isabella só se intensificaram, e ela estava teimosamente segurando as lágrimas, seu pulso lutando.
- Sabe, John, eu já tive o suficiente vivendo esse falso casamento com você! - Ela sentiu lagríma por lagrima caindo. - Eu não quero ficar aqui, eu não quero ver você, então, apenas me deixe iro, eu já estou doente o suficiente para isso!
- Isabella... - Em vez de soltá-la, John apertou sua mão com ainda mais força, e no meio da luta, a mala grande caiu escada abaixo, estimulando seus nervos e fazendo com que ela lutasse ainda mais.
John agarrou a outra mão dela com força e os olhos cheios de fúria, e ele estava bravo, mas ela estava mais brava ainda...
Os olhos de Isabella ficaram vermelhos de raiva, e ela mordeu a mão dele com força. Assustado pela dor, ele reflexivamente jogou a mão, resultando na queda dela da escada.
Isabella caiu quase trinta lances de escadas ao lado do seu respirador, e sentiu uma enorme dor, segurando com força seu peito, e seu rosto mortalmente pálido, suas feições distorcidas de dor.
John, ao ver ela caída no chão, e cercada de sangue, por um corte na cabeça, não pensou duas vezes em descer para socorre-lá.
- Isabella, pelo amor de Deus, você está bem? - Ele perguntou, e o cilindro de ar estava totalmente vazio, e ela também sangrava pela boca.
- Me salve... por favor? - Isabella pediu suplicando.
- Olivia, chame a ambulância, rápido! - John pediu, e a mulher somente de calcinha e sutiã, começou a procurar o telefone dentro de sua bolsa.
- John... - Ela sussurrou. - Se eu pudesse voltar atrás, nesta vida, eu jamais teria me casado com você!
E num último suspiro, ela fechou os olhos...