Amor Titã
img img Amor Titã img Capítulo 3 Descontrole
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Capítulo 6 Encontro img
Capítulo 7 Olho por Olho img
Capítulo 8 Nova Surpresa img
Capítulo 9 Acordo img
Capítulo 10 Dúvidas img
Capítulo 11 Regressão img
Capítulo 12 Confissão img
Capítulo 13 O Passado no Presente img
Capítulo 14 Ao Resgate img
Capítulo 15 Revenge img
Capítulo 16 Reencontro img
Capítulo 17 Lendas Nem Sempre São Lendas img
Capítulo 18 Perseguição img
Capítulo 19 Yui img
Capítulo 20 Amiga ou Inimiga img
Capítulo 21 Sangue Derramado img
Capítulo 22 Confidência img
Capítulo 23 Memórias img
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Capítulo 3 Descontrole

Em alguma cidade distante da segurança das muralhas, anos atrás...

O dia amanheceu. Mas Lorena não viu. Não sabia sequer quanto tempo havia passado desde o momento que se escondeu no próprio quarto.

Seu corpo doía mais do que quando havia levado uma surra. Sua intimidade se encontrava machucada e suja de sangue. Ainda tinha que lidar com o peso de suas emoções.

Culpa, humilhação, raiva, vingança, desejo de suicídio. Tudo isso lhe pesava na mente e a garota só queria que aquilo passasse.

Se encontrava dormente, com o olhar perdido em algum ponto aleatório na estante abarrotada de livros. Não ouviu a porta abrir. Não viu o olhar de espanto que lhe foi dirigido. Não notou a raiva alheia.

Lorena era apenas uma casca vazia. Sua alma estava morta.

–O que aconteceu com você? O que meu pai fez? - Jonathan questionou segurando a ânsia de vômito que lhe acometia.

Ele tinha uma ligeira noção do que havia ocorrido. Só não queria ter a confirmação que seu pai era tão monstruoso. E pior, lembrar que por muito tempo, ele próprio apoiou esse monstro.

A risada fria e seca da garota fez Jonathan estremecer. Seu peito pesou com a culpa e os olhos ardiam de raiva.

Como seu pai pode fazer aquilo? Como ele pode apoiar as punições anteriores?

Como aquela família podia ser tão... Desumana?

Jonathan deu um passo em direção a prima, que o olhou com indiferença e lançou uma faca que tinha escondido ali.

Lorena tinha facas escondidas por todo seu quarto. Era um lugar que ela tinha total vantagem contra qualquer um.

O rapaz parou quando sentiu uma leve ardência no lado esquerdo do rosto. Um filete de sangue escorria de sua bochecha. O olhar azul se encontrou com a garota, que rodava outra lâmina entre os dedos.

–Você não vai terminar o serviço daquele velho nojento. Ninguém mais vai tocar em mim. NINGUÉM. - Fúria e desejo por sangue eram nítidos nas orbes femininas.

Jonathan recuou dois passos, assustado e ligeiramente ofendido, mas não surpreso.

–Não sou um monstro.

–Sim. Sim, você é um monstro. Assim como seu pai e seu irmão. - Rindo sombriamente, completou - Assim como eu.

Com dificuldade, se pôs de pé, ignorando as ondas de dores em seu corpo, bem como o latejar dolorido de sua intimidade.

Seu primo exitou em ajudá-la. Entretanto, não foi preciso ele fazer algo.

–Lory... - O sussurro angustiado fez a morena fechar os olhos com força. Era muito humilhante.

–Annie... Não devia estar aqui. - A garota diz sem olhar para a amiga.

Annie olhava sua companheira com um forte aperto no coração. Seus olhos estavam arregalados e sua respiração era oscilante.

As peças se encaixavam rapidamente em sua mente ágil e, tomada de uma fúria não racional, a loira atacou e dominou Jonathan, acreditando ser ele o culpado.

Seu punho chocou-se contra o rosto do rapaz repetidas vezes. O sangue manchava suas mãos e o chão.

Lorena voltou a cair no chão, se sentindo incapaz de reagir a cena em sua frente. Era como se fosse um filme numa TV distante.

–Annie... - Ela chamou e foi o suficiente para que a outra a olhasse.

O embate dos olhares azuis mostrava a diferença clara do estado de espírito das garotas.

Annie tinha os olhos agitados, furiosos e angustiados.

Lorena tem os olhos tristes, opacos e mortos.

–Controle suas emoções - Lorena termina de forma seca.

A loira notando que ainda estava em cima de Jonathan e com os punhos úmidos de sangue, pulou para longe como se tivesse recebido um choque e se guiou até a amiga.

Arrastou a mesma para o banheiro, colocando-a no banho e separando roupas limpas e confortáveis para ela.

Jonathan levantou com as vistas embaçadas e completamente zonzo.

Ela é tão forte quanto Lorena. Senão mais...

Ele já havia ligado contra a prima e tinha a Teoria que garotas poderiam ser mais fortes que garotos por terem uma determinação grande de provar que eram tão capazes quanto os homens. Quiçá, ainda mais do que homens.

E depois de ter apanhado por outra mulher, essa teoria ganhou um segundo ponto. Garotas são mais fortes defendendo quem amam.

Annie ainda o fuzilava com os olhos. Porém, estava mais preocupada em dar apoio a sua amiga.

A morena andava com dificuldade por causa da dor entre as pernas. Além disso, havia a constante sensação de humilhação.

Por Deus, ela mataria seu tio. Faria ele pagar por tudo.

Os outros dois notaram a mudança em sua fisionomia.

–Vamos te ajudar - Seu primo disse com dificuldade, massageando o maxilar. Annie provavelmente o deslocara. - Não é certo o que ele fez. Lory, desculpa. - Culpa tomou o rapaz que, se ajoelhou em frente da prima e com lágrimas escorrendo, implorou perdão.

Annie observava com frieza, louca para terminar de quebrar a cara daquele inseto infeliz.

Para ela, era muita audácia da parte dele implorar perdão depois de anos torturando a própria prima.

Antes de qualquer pronunciamento, ouviram a porta da entrada bater com certa violência.

Lorena, que sempre foi ágil, fria e corajosa, encontrava-se com os olhos arregalados de pavor, encolhida e trêmula.

Annie, por outro lado, pensava em uma saída rápida e não traumática para a morena. Ela já enfrentou muito e estava sendo incrivelmente forte em seu ponto de vista.

Ficou próxima a beira da cama, onde poderia atacar e se defender com facilidade. Pegou a faca que anteriormente a morena jogara contra o primo e esperou, os músculos tensos, mandíbula trincada.

Jonathan levantou e ficou um pouco mais à frente, atrás da porta, onde poderia atacar por trás e ter melhor domínio.

Começaria a compensar a prima agora.

A respiração de Lorena era rápida e sem ritmo. Ela estava à beira de um Ataque de Pânico. Sua garganta parecia fechar, o corpo tremia e as lágrimas escorriam de seus olhos.

Ela não suportaria mais nada.

            
            

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