___ Aline Gonzalez narrando ...
Finalmente eu desembarquei no aeroporto Santos Dumont, que fica localizado no Rio de Janeiro, aqui no Brasil.
Finalmente eu estou de volta a minha terra natal, que saudades que eu senti desse lugar.
Mesmo com todas as violências que nós assistimos e ouvimos nos noticiários, não tem como não gostar ou amar essa Cidade Maravilhosa. (penso)
Eu realmente não via a hora de chegar aqui e poder ver novamente o rostinho do meu pai, sem ser através das telas do notebook ou até mesmo a do celular, isso depois de anos sem vê-lo pessoalmente.
Eu até consigo sentir uma forte pressão em meu peito.
Só pode ser de emoção e de ansiedade, para que essa hora chegue logo. (eu penso)
Ao descer do avião, eu passei pela área do desembarque, peguei as minhas malas e andei o mais rápido que eu conseguia na esperança de poder ver logo o meu pai me aguardando do outro lado, para enfim nos encontramos finalmente.
Eu cheguei no grande terminal de desembarque, passei ansiosa pelas escadas rolantes e me esquivei das pessoas ao meu redor na procura pelo meu pai em meio aquela multidão.
Olhei feito uma doida, procurei até não conseguir mais encontrar, e sinceramente, eu achei bem estranho chegar aqui no aeroporto e não ver o meu pai me esperando.
Eu liguei pra ele ontem à noite, para lhe informar que eu estaria de volta hoje, e nem se quer ele enviou o nosso motorista Alfredo para me buscar, por que até ele eu consigo avistar. (penso)
Que estranho, o que deve ter acontecido?
Papai nunca deixou de cumprir a sua palavra. (pensei meio confusa)
Então eu peguei o meu celular da bolsa e tentei ligar inúmeras vezes para o celular do meu pai e nada, nada dele atender.
Então eu resolvi ligar para o telefone residencial da nossa casa, e também nada, ninguém atendeu, nem mesmo os empregados da casa.
Que coisa mais estranha. (falei em voz alta)
Eu disse a mim mesma, parecendo uma maluca falando sozinha, parada quase no meio do saguão do aeroporto, franzi a testa e pensei já me sentindo desconfortável.
E o pior, é que eu estou com um certo pressentimento de algo de ruim está acontecendo.
Então eu respirei fundo, pensei e disse a mim mesma...
... Aline você não tem outra opção! (fechei os olhos e respirei fundo)
Drogaaa!!!
Eu terei mesmo que voltar para casa sozinha!!!
Eu não acredito que eu, Aline Gonzalez, terei que pegar um táxi sujo que milhões de pessoas normais usam, para eu poder ir para casa, quanto mais com todas essas malas, que eu trouxe.
Mas que saco!
Depois de oito anos que eu estou morando fora do Brasil, eu ainda vou precisar lidar sozinha nessa cidade perigosa, que é o Rio de Janeiro.
Nessa hora eu até me esqueci de quão Maravilhosa que essa Cidade era!!! (pensei)
Há papai, mas o senhor vai me ouvir, há vai!!! (disse alto e sozinha, resmungando pra mim mesma e vendo algumas pessoas me olharem estranho)
E na mesma hora eu corei de vergonha, já imaginando o que as pessoas deveriam estar pensando de mim...
Eles devem estar achando que eu era uma louca varrida que tinha acabado de fugir de um hospício, isso sim. (pensei e sorri sozinha)
Mas voltando a pensar no meu pai, será que aconteceu alguma coisa com ele? (me perguntei mentalmente)
Porque quando eu liguei pra ele ontem, ele me parecia estar bem estranho ao telefone, meio que apreensivo, desconfortável talvez, meio que preocupado, sei lá, mais tomara que seja apenas impressão minha, nada mais. (pensei e fiquei meio que apreensiva e preocupada)
Então eu saí arrastando o carrinho com as minhas malas, até a porta de entrada e saída do aeroporto, e graças a Deus não tive tanto trabalho para pegar um táxi, ali na frente já tinha um monte deles parados esperando por algum passageiro comum, mas esse não era o meu caso, eu era uma Gonzalez, mas mesmo assim, apesar do meu nome tão conhecido e poderoso eu estava aqui precisando de um.
Entrei em um dos táxis e o motorista colocou as minhas malas no porta malas do carro, lhe passei o endereço e fomos rumo até a zona sul do Rio de Janeiro, Copacabana.
Sim é lá que fica localizada a mansão mais top de todas, a minha mansão, é claro.
O meu pai sempre foi um homem de negócios e uma pessoa muito influente.
Falta de dinheiro para nós, nunca foi o problema. (pensei)
[...]
Quando finalmente eu cheguei no grande portão da minha mansão, depois de um terrível trânsito, que parecia que nunca iria terminar, eu pensei que eu chegaria amanhã em casa, é o Rio de Janeiro está cada vez pior. (eu penso)
Eu saí do táxi e o motorista tirou as minhas malas do porta malas e me entregou, eu paguei a corrida a ele e ele se foi, me deixando ali na calçada em frente a grande mansão dos Gonzales.
Eu me aproximei do portão de entrada e percebi que o portão da garagem estava entre aberto, eu achei bem estranho isso e também senti a falta dos seguranças estarem de guarda, e eu não vi nenhum deles ali por perto.
Então eu entrei por ali mesmo, puxando lentamente todas aquelas minhas malas, e agradecendo mentalmente o criar que inventou as malas com rodinhas.
Ao caminhar pelo longo e extenso quintal da minha mansão, eu pude perceber um estranho movimento vindo de dentro da casa, eu parei de andar e observei melhor o que estava acontecendo lá dentro.
Uma das longas cortinas da sala de estar estavam meio que entre abertas, então eu pude avistar através da longa janela de vidro, algo bem estranho acontecendo lá dentro.
E eu pensei...
...Será que o papai está em reunião, e por esse motivo ele não conseguiu ir me buscar? (fiquei me perguntando, parada ainda no mesmo lugar)
E enquanto eu estava presa em meus pensamentos, eu comecei a escutar palavrões e pessoas falando alto de um jeito meio que agressivo e rude em seu tom de voz.
Eu senti o meu coração disparar na mesma hora.
Meu Deus, será que é um assalto ou algo do tipo?!
E quando eu já estava quase pegando o meu celular de dentro da minha bolsa para poder chamar a polícia, eu consegui ver pela brecha da janela o meu pai sendo agredido por um homem.
E eu não pensei duas vezes e saí correndo, largando as minhas malas e todo o resto ali mesmo no meio do quintal.
E quando eu cheguei no rol de entrada da casa, já ofegante de tanto que eu corri para chegar até aqui, eu pude ver oito homens armados e encapuzados, e assim que alguns deles me viram logo apontaram as suas armas para mim, e eu fiquei pálida na mesma hora, achando que eles iriam atirar em mim.
A minha primeira reação foi levantar os meus dois braços em sinal de rendição, mais quando eu vi o meu pai ali caído no chão eu não pensei duas vezes e saí correndo em sua direção.
E gritei...