Aurora narrando
O DIA amanheceu rápido , eu não tinha medo de desafios e muito menos fugia das minhas batalhas. Mas jamais tinha pensado em dar aula em um morro à onde ainda nao era pacificado e o tráfico era grande por lá.
Eu sempre fui apaixonada pela minha profissão, exercia ela fazia 4 anos , eu era apaixonada pelas crianças e o fato de ser no morro me deixava um pouco receosa mas o meu amor pela minha profissão era maior.
- Bom dia -Ricardo fala entrando - Ainda te peguei em casa.
- Bom dia - Eu falo sorrindo - Como foi o plantão?
Ricardo era técnico de enfermagem e a gente estava junto a três anos e um ano casados .
- Corrido - Ele fala -Estou morto de cansado.
- Vai descansar - Eu falo - Toma um banho, eu já vou sair.
- Hoje é o seu primeiro dia na rocinha? - Assinto - Você não deveria ter aceitado esse emprego.
- Não tinha como não aceitar - Eu falo - Fui nomeada e acabou a história e também sou professora não corro risco ka.
- Balas perdidas , invasões, traficantes , homens armados - Ele fala - Com certeza você não corre risco - Eu o encaro -Se cuida e me dar notícias o tempo todo.
- Vai ficar tudo bem - Eu falo - Lidiane trabalha lá a anos, Eu vou e volto com ela - Ele assente- Preciso ir se não vou perder o ônibus.
- Bom trabalho - Ele fala e eu assinto.
Lidiane era minha amiga desde A faculdade nos formamos juntos e continuamos nos falando.
- Desculpa quase me atrasei - Falo assim que encontro ela.
- Relaxa ainda tem tempo - Ela diz - Entra ai.
Entro no carro dela.
- Tirando que Ricardo estava na maior neurose por causa do meu trabalho - Eu falo
- Todo mundo fica quando a gente fala mas é de boa - Ela diz - No começo e complicado e dar um pouco de medo mas a gente se acostuma e também nenhum deles mexe com a gente é só a gente ficar na nossa e fazer o nosso trabalho.
- Não quero confusa o com ninguém muito menos com traficante - Eu falk para ela.
Ela estaciona o carro na frente da escadaria do morro.
- Vamos suvir todos os dias uns quase duzentos degraus - Ela diz
- Pelo menos agora eu sei porque as mulheres daqui são todas lindas de corpo- Eu falo - E porque você encorpou também, será que esse milagre cheha na minha bunda? - Ela começa a rir.
- Depois de um mês subindo e descendo acredito que sim - Ela fala.
Logo que começamos a subir ja se via os meninos armados, muitos novos que não deveria ter nem os seus os seus dezoito anos ainda.
- E ai Lidi - Um cara com um fuzil nas costas cumprimenta ela - Professora nova? - Ele aponta para mim
- e aí Zeca essa É a Aurora - Ela fala
- E ai aurora - Ele diz me encarando
- Oi tudo bem?- Falo sorrindo
- Seja bem vinda ai - Ele fala
- Obrigada - Eu respondo
- Precisando ai professora estamos na atividade - Ele diz e Lidi sorri agradecendo.
- Diz que já estamos chegando? - Eu pergunto
- Já sim - Ela fala e sobre uma moto toda por nós e para um pouco mais para cima - E se ai e o dono do morro - Eu encaro o cara descendo - O nome dele é GV todo mundo conhece ele assim, não é de muitos amigos mas também nunca se meteu na creche.
- Todos eles andam armados assim? - Eu pergunto
- Isso aqui é um morro - Ela fala - É pode ter certeza que eles têm a tua ficha completa aqui já.
- Ainda bem que sou do bem - Eu falo e ela rir.
Assim que passamos a onde tava esse tal de dono do morro sinto que ele olhava para nós junto de outros caras e logo mais para cima era a escola.
- Bem vinda Aurora ao seu novo trabalho - Ela diz e eu encaro a escola simples mas bem ajeitada e eu sorrio para ela.
Encaro aquelas crianças todas ali correndo para um lado para o outro. As crianças menores da 1 e 2 série eram tranquilas, mas as da 4,5 série em diante ja parecia que era um desafio e tanto.
-Aqui eata as suas turmas - Diretora Janine fala.
- Mas eu não ia pegar apenas o jardim de infância? - Eu pergunto
- Só no começo até a professora voltar - Ela fala e eu encaro a turma do 6° ano na minha mão.
De manha o 6° ano e a tarde o jardim de infância.
Respira fundo Aurora.