A noite estava pesada, coberta por nuvens densas que escondiam a lua. A pequena casa dos Morais, no bairro tranquilo da cidade, parecia mais silenciosa que o habitual. O relógio marcava pouco depois das 22h quando três tiros romperam a paz e selaram o destino de uma família. Ilan, com apenas oito anos, acordou assustado com o barulho. Ainda sonolento, desceu da cama chamando pelos pais. Ao chegar à sala, a imagem que encontrou ficaria gravada para sempre em sua mente: seu pai caído ao lado da mãe, ambos sem vida, os olhos abertos num último grito mudo. O sangue escorria pelo chão, misturando-se à inocência arrancada de uma criança em segundos. O pequeno corpo tremia, o choro era preso pela incredulidade. Em choque, Ilan ficou ali até os vizinhos invadirem a casa após ouvirem os disparos. A polícia foi chamada, mas nenhuma pista concreta foi deixada. Os assassinos sumiram como sombras na noite. Sem família próxima na cidade, Ilan foi acolhido por seus tios, pessoas simples e generosas que lhe ofereceram um lar, mas nunca puderam curar completamente a ferida da perda.
Naquele dia, nascia em Ilan algo mais forte do que o medo: um desejo silencioso por justiça. O menino órfão cresceria com uma missão marcada a sangue - descobrir quem destruiu sua família e fazer com que pagassem por isso.