PREFÁCIO
A irreverência que permeia os contos desta obra já se denota na paródia contida no próprio título. De forma ousada e sem amarras, a autora transformou situações cotidianas em comédias que, no entanto, carregam em sua essência questionamentos sociais, políticos, culturais e morais dentre outros.
Não se iludam com as situações cômicas inusitadas ou triviais, elas foram cuidadosamente plantadas para que os leitores nelas escorreguem, como em uma casca de banana, e caiam de surpresa em sua armadilha de temas densos, falsamente disfarçados em piadas.
Preparem-se para abrir sua mente e, em meio a risadas, defrontarem-se com questões relativas à condição da mulher, à falsa moralidade, à corrupção política, à imposição estética, à liberdade sexual dentre outros temas que são abordados de maneira leve e debochada.
A veia satírica da autora também alcança as descrições eróticas. As cenas sexuais, frequentemente, ocorrem de maneira nada ortodoxa, criando um clima libertino e divertido em que o único limite para o desejo é o respeito ao próximo.
Se buscam romance, também vão encontrá-lo nesses contos. O amor também é elemento essencial de todos as histórias: um amor respeitoso e dedicado. Personagens como uma merendeira, um pedreiro, um mendigo, vários professores, entre outros, protagonizam envolvimentos românticos com sentimentos legítimos e altruístas que elevam essas emoções ao patamar onde devem estar: além do egoísmo humano.
Assim, de forma vanguardista, a autora nos presenteia com comédia, sexo, romance e discussões sociais, todos juntos como em um buffet variado. Qualquer fome será saciada nesta obra primorosa que disfarça causas profundas em gargalhadas rasas.
Eva K.