Gênero Ranking
Baixar App HOT
img img Moderno img Cinzas do Amor, Fogo da Vingança
Cinzas do Amor, Fogo da Vingança

Cinzas do Amor, Fogo da Vingança

img Moderno
img 10 Capítulo
img Gavin
5.0
Ler agora

Sinopse

Grávida de oito semanas, eu esperava que meu noivo, Gabriel Tavares, anunciasse nosso noivado na festa de gala da empresa. Mas, no palco, ele pediu a mão da minha manipuladora meia-irmã, Mariana, em casamento. O anúncio foi feito pelo meu próprio irmão, Henrique. Humilhada, fugi da festa e acabei em meio a uma explosão na fábrica. Gabriel, ao invés de me salvar, me empurrou para o perigo para proteger Mariana, o que me fez perder nosso bebê. No hospital, ele me ligou, não para saber de mim, mas para me culpar por assustar sua "frágil" noiva. "Filho? Pare de ser dramática", ele zombou, enquanto eu ainda sentia a dor da perda que ele mesmo causou. Aquelas palavras mataram meu amor. Eu não chorei. A dor se transformou em uma frieza mortal. Eu peguei as cinzas do nosso filho, coloquei em uma caixa e entreguei a ele. "Você matou nosso filho e, com ele, o meu amor", eu disse, antes de desaparecer de sua vida para sempre.

Capítulo 1

Grávida de oito semanas, eu esperava que meu noivo, Gabriel Tavares, anunciasse nosso noivado na festa de gala da empresa. Mas, no palco, ele pediu a mão da minha manipuladora meia-irmã, Mariana, em casamento. O anúncio foi feito pelo meu próprio irmão, Henrique.

Humilhada, fugi da festa e acabei em meio a uma explosão na fábrica. Gabriel, ao invés de me salvar, me empurrou para o perigo para proteger Mariana, o que me fez perder nosso bebê.

No hospital, ele me ligou, não para saber de mim, mas para me culpar por assustar sua "frágil" noiva.

"Filho? Pare de ser dramática", ele zombou, enquanto eu ainda sentia a dor da perda que ele mesmo causou.

Aquelas palavras mataram meu amor. Eu não chorei. A dor se transformou em uma frieza mortal.

Eu peguei as cinzas do nosso filho, coloquei em uma caixa e entreguei a ele.

"Você matou nosso filho e, com ele, o meu amor", eu disse, antes de desaparecer de sua vida para sempre.

Capítulo 1

Aline Lobo POV:

A respiração presa na garganta doía mais do que eu imaginava ser possível. O amargor do café recém-coado, um aroma que antes me remetia a casa e paixão, agora me parecia o cheiro da traição. De onde eu estava, escondida atrás de uma coluna de mármore frio do salão de gala da Tavares, eu podia ver tudo.

Gabriel Tavares, meu Gabriel, estava no palco, um sorriso radiante brincando em seus lábios. Ele era o CEO carismático, a personificação do sucesso, e por anos, eu acreditei que eu era sua parceira em tudo, no amor e nos negócios. Grávida de oito semanas, eu esperava o anúncio do nosso noivado, da nossa parceria oficial.

Mas a voz de Henrique, meu próprio irmão, rompeu o silêncio do salão. Sua voz, que um dia me chamou de "minha heroína" , agora ecoava, exaltando a mulher que estava ao lado de Gabriel.

"E agora, o momento que todos esperávamos!" Henrique proclamou, a veneração em seus olhos dirigida não a mim, mas a Mariana Tavares. "Gabriel Tavares, nosso CEO, irá presentear a mulher que ele escolheu para ser sua parceira de vida e nos negócios, a guardiã do futuro de nossa família e da nossa empresa!"

Meu coração despencou. O ar rarefeito se tornou pesado, quase palpável, como se uma mão invisível me esmagasse o peito. A promessa, que eu havia acariciado por tanto tempo, se desfez em mil estilhaços. Eu senti o gosto metálico da decepção na boca.

Todos os olhos estavam em Mariana. Ela, com seu vestido esvoaçante e um sorriso que eu sabia ser falso, parecia a personificação da fragilidade. Seus olhos brilhavam, não de doença, mas de triunfo. Ela fingia uma doença crônica debilitante, uma farsa que Gabriel engoliu sem questionar. E Henrique. Meu irmão. Ele estava ali, sorrindo para ela, como se ela fosse a luz da sua vida.

Gabriel se virou para Mariana, seus olhos, que um dia me olharam com tanto amor, agora transbordavam de uma adoração cega por ela. Ele tirou do bolso um colar, a joia de família dos Tavares, o símbolo de um legado, do qual eu, Aline Lobo, agrônoma brilhante e sua noiva em segredo, deveria ser a próxima guardiã.

Mas não. Ele o colocou no pescoço de Mariana. Os diamantes cintilaram sob as luzes do salão, refletindo a crueldade daquela cena. O sorriso de Mariana era exultante, quase maníaco, enquanto ela se inclinava para beijar o rosto de Gabriel. Um beijo que durou demais. Um beijo que roubou meu futuro.

O salão explodiu em aplausos. Gritos de "Parabéns!" e "Viva os noivos!" ecoaram, cada som um golpe direto no meu tímpano. Eu me senti invisível, transparente, como se não existisse. A dor se tornou um buraco negro em meu estômago.

Eu estava ali, grávida do filho dele, em um vestido que ele mesmo me ajudou a escolher para "a nossa noite". E ele estava ali, entregando meu lugar, meu futuro, meu amor, para outra mulher. Para a mulher que destruiu a vida da minha mãe, que manipulou meu irmão e agora fingia uma doença para roubar o que era meu por direito.

Eu queria gritar. Queria vomitar a dor que me consumia. Mas eu apenas me agarrei à coluna, sentindo o mármore frio contra a testa quente. O chão parecia girar, e o som dos aplausos se transformou em um zumbido distante. O bebê em meu ventre parecia reagir, uma pontada aguda em meu baixo ventre.

Meus olhos se moveram, procurando por um rosto familiar, um amigo, um olhar de compaixão. Mas todos estavam sorrindo, celebrando a farsa. Eu vi o sorriso radiante de Henrique, meu irmão, o mesmo que eu havia protegido ferozmente após a morte de nossos pais. Ele estava hipnotizado por Mariana, cego às suas manipulações.

Aquele sorriso me atingiu mais forte do que qualquer golpe. Henrique, meu doce irmão, que estava ao meu lado no hospital quando mamãe se foi, que chorou em meus braços. Ele era o apresentador daquela farsa. Ele era cúmplice.

Minha cabeça girou. A memória da noite em que mamãe se foi me invadiu. O acidente. As palavras de Gabriel, anos atrás, me confortando, "Eu sempre estarei aqui para você, Aline." Mentiras.

O zumbido em meus ouvidos aumentou. A festa continuava. Gabriel e Mariana dançavam, seus corpos próximos, seus sorrisos compartilhados. Pareciam um casal perfeito, um conto de fadas cruel.

Eu me senti um animal encurralado, acuada, humilhada. Minha dignidade se evaporou junto com as promessas dele. O bebê em meu ventre, nossa semente de amor, tremia incontrolavelmente. A dor se espalhou, do meu coração para o meu útero. Eu apertei os dentes para não chorar, para não gritar.

Meu celular vibrou. Gabriel. Eu o olhei, o nome dele piscando na tela, um fantasma do que eu acreditava ser. Minhas mãos tremiam tanto que quase deixei o telefone cair. Eu o peguei, com os dedos frios e suados.

"Aline?" A voz dele estava ríspida, impaciente. "Onde você está? Não me faça perder mais tempo com suas birras."

Eu engoli em seco, tentando manter a voz firme. "Onde eu estou? Estou na festa, Gabriel. Aonde mais eu estaria?"

Ele riu, um som seco e zombeteiro. "Pare de fazer cena, Aline. Você está com ciúmes da Mariana, não está?"

Minhas palavras morreram na garganta. Ciúmes? Ele estava me acusando de ciúmes, depois de me humilhar em público?

"Não seja ridícula," ele continuou, a voz subindo de tom. "Eu tenho responsabilidades, Aline. Não posso ficar correndo atrás de você toda vez que você se sentir excluída. Mariana precisa de mim."

Meu coração se quebrou em mil pedaços. Ele estava me chamando de ciumenta, me invalidando, justo quando eu mais precisava dele. As palavras de todos os amantes feridos se formaram em minha mente: "Você não me ama."

"Nós temos um filho, Gabriel!" Eu sussurrei, a voz embargada, a mão instintivamente tocando minha barriga. "Você se esqueceu de tudo o que prometemos?"

Ele hesitou. A música da festa podia ser ouvida ao fundo, abafada pela distância, mas ainda presente, uma melodia triste para o meu coração.

"Filho?" ele zombou, a voz cheia de desprezo. "Não seja infantil, Aline. Você sabe que não é o momento certo para essas conversas. Você está delirando de novo, não está? Sempre tão dramática."

A dor se tornou física, como se ele tivesse me dado um soco no estômago. Minha visão escureceu. Não era só ciúmes. Era manipulação. Era traição. Ele estava me descartando, me humilhando, e meu próprio irmão assistia a tudo sem um pingo de remorso.

Eu me lembrei de todos os sacrifícios que fiz por ele, pela empresa dele. Eu larguei minha carreira promissora para o ajudar a erguer o império Tavares. As noites em claro, os estudos, a dedicação. Tudo por ele.

E agora, ele me acusava de "birras", de "ciúmes". Ele não me amava. Ele nunca me amou. Ele me usou.

Eu senti uma frieza mortal me percorrer. A raiva, um fogo gelado, começou a queimar em meu peito. As lágrimas secaram. A dor se transformou em uma força sombria. Eu não era mais a Aline que o amava.

Eu sabia o que ele estava fazendo. Ele estava me preparando para sair de cena, para que Mariana pudesse assumir meu lugar. Ele estava me descartando como um brinquedo velho, e eu, tola, estava me apegando a um passado que nunca existiu. Meu filho. Nosso filho. Ele não existia para ele.

Eu não iria chorar mais. Não por ele. Meu filho e eu passaríamos por isso juntos.

Meu corpo tremia. Eu sabia o que tinha que fazer.

Continuar lendo

COPYRIGHT(©) 2022