Por três anos, o meu casamento foi um negócio, uma união fria de famílias poderosas.
Eu, Sofia Almeida, pensava que, pelo menos, havia respeito e lealdade.
Mas então vi-o.
Na foto de Instagram de uma influencer, o relógio que ofereci ao meu marido estava no pulso dele, enquanto segurava a mão de outra mulher na Madeira.
"Ele está a caminho de uma conferência em Frankfurt," ele tinha dito.
Uma mentira.
A dor inicial foi rapidamente substituída por uma frieza gelada.
Naquela noite, fugi para Lisboa, para um bar escuro, a pedir aguardente.
Dias depois, fui emboscada na minha própria casa pela amante dele, Carolina, e as suas amigas.
Acusada, humilhada, e atirada ao chão.
O pior? Diogo apareceu e defendeu-a a ela, não a mim, na minha cara.
Não era eu a vítima?
Como é que ele podia ser tão cruel, tão cego?
A sua família tratou-me como lixo, mas a sua mãe sorriu para a amante.
Como pude ser tão ingénua?
Meu mundo desabou.
Ele ofereceu-me um suborno para que eu me calasse e até me encorajou a ter um amante.
Que hipocrisia!
Eu não era um "espetáculo".
Eu era a esposa dele.
Mas a humilhação acendeu uma faísca.
Eu assinaria o divórcio, mas não antes de me reerguer.
E aquele barman jovem, Tiago, a quem uma noite de desespero entreguei um maço de notas, o homem que se revelaria a minha única defesa, e a chave para um poder inimaginável, tinha um segredo capaz de esmagar o seu império.