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img img Romance img Entre a Raiva e o Tesão

Sinopse

Olívia Mendes não tem tempo para homens arrogantes, muito menos para bilionários que acreditam que tudo e todos têm um preço. Forte, independente e marcada por um passado doloroso, ela aprendeu a viver com os pés no chão e o coração blindado. Noah Ferraz está acostumado a mandar - e a ser obedecido. Dono de um império, tatuado, controlador e emocionalmente fechado, ele não se apega a nada... nem a ninguém. Mas tudo muda no instante em que cruza com ela. Linda, inteligente, provocante - e totalmente imune ao seu charme. O que começa com provocações e farpas se transforma em uma tensão elétrica impossível de ignorar. A raiva vira desejo. O desprezo vira obsessão. E os corpos se atraem antes que os corações estejam prontos. Entre reviravoltas, segredos, brigas intensas e noites quentes o suficiente para queimar qualquer resistência, Olívia e Noah vão descobrir que o amor verdadeiro pode nascer nos lugares mais improváveis - e que, às vezes, o maior risco não é se apaixonar... é se permitir sentir.

Capítulo 1 Faíscas em preto e dourado

Olívia Mendes

A música suave dos violinos preenchia o salão, misturando-se ao tilintar discreto das taças de cristal e ao murmúrio das conversas elegantes. O mármore claro do chão refletia as luzes douradas dos lustres, e cada detalhe da decoração - desde os arranjos florais exuberantes até os garçons silenciosos em ternos pretos impecáveis - gritava sofisticação.

Olívia Mendes ajeitou a alça fina do vestido preto de seda sobre o ombro e caminhou com passos seguros entre os convidados. Estava ali como arquiteta convidada da noite, já que seu projeto de restauro para o casarão que agora sediava o evento fora elogiado até pelo jornal da cidade. A jovem de olhos escuros e curvas bem definidas sabia que chamava atenção, mas aprendera a lidar com olhares - os maliciosos, os invejosos e os interessados.

- Olívia! - chamou uma colega, erguendo a taça. - Você está deslumbrante!

Ela sorriu com elegância, acenando com a taça de espumante antes de continuar sua ronda discreta pelo salão. Não era seu tipo de ambiente favorito - detestava os sorrisos falsos, as conversas vazias e os homens ricos que tratavam mulheres como decoração de luxo. Mas havia aprendido a se adaptar.

E foi então que o sentiu.

O olhar.

Um arrepio percorreu sua espinha. Alguém a observava, não com admiração, mas com intensidade. Ela virou-se devagar, os olhos varrendo o salão até encontrar os dele. Noah Ferraz.

De terno escuro e expressão indecifrável, ele estava parado ao lado do bar, sem taça, sem acompanhante, como uma sombra que dominava o espaço sem precisar abrir a boca. Seu olhar estava cravado nela como se a reconhecesse - ou quisesse devorá-la.

Olívia não desviou. Levantou o queixo, firme, e sustentou o olhar como quem diz: não tenho medo de você. Mas dentro de si, algo pulsava. Forte. Perigoso.

Noah Ferraz

Ela tinha algo diferente.

Noah Ferraz não era homem de perder tempo em eventos sociais. Estava ali por pura obrigação - um dos patrocinadores exigira sua presença como condição para manter um contrato milionário. E ele não gostava de ser contrariado. Mas agora... agora ele entendia por que tinha vindo.

A mulher de vestido preto.

Não era só linda. Era magnética. Seu corpo parecia esculpido com provocação, e a forma como se movia... segura, decidida, levemente arrogante. Ela não sorria à toa, não tentava parecer simpática. Ela era. Presença pura. Uma mulher que não se deixava dobrar.

Seu nome ele ainda não sabia, mas seus olhos já o provocavam. E ele estava cansado de provocação silenciosa.

Caminhou até ela sem pressa, com passos largos e controlados, ignorando as tentativas de conversa no caminho. Quando parou à sua frente, havia apenas centímetros entre seus corpos.

- Você sabe que está chamando atenção demais, não sabe? - ele disse, a voz grave, baixa, carregada de algo que ela não soube decifrar de imediato.

- É mesmo? E você costuma abordar mulheres com frases de homem entediado? - ela retrucou, arqueando uma sobrancelha.

Noah sorriu. Um canto da boca apenas.

Ela era afiada. Isso o divertia.

- Só as que não fingem que não notaram que eu estava olhando.

Olívia girou a taça na mão, mantendo os olhos nos dele.

- Você é Noah Ferraz, não é?

- E você é...?

- A mulher que não vai cair no seu joguinho - respondeu, virando-se de costas e caminhando até a varanda.

Mas ele foi atrás.

Olívia Mendes

O ar fresco da noite era um alívio depois da atmosfera carregada do salão. Olívia apoiou-se no parapeito da varanda e respirou fundo. Sabia quem era Noah Ferraz - bilionário, CEO de uma das maiores holdings do país, conhecido pelas tatuagens escondidas sob ternos caros e pelo temperamento explosivo nos bastidores. Homens como ele vinham com um manual de advertência: não se aproxime se tiver coração.

E, ainda assim, ali estava ele. A centímetros dela novamente.

- Você sempre sai assim, no meio da conversa? - perguntou ele, acendendo um charuto, embora não o colocasse na boca. Apenas brincava com a fumaça.

- Eu não estava interessada na conversa - retrucou ela, sem olhar.

Noah se encostou ao corrimão ao lado dela, como se a presença fosse natural.

- E no homem? Estaria interessada?

Ela finalmente o encarou.

- Eu não me envolvo com homens que acham que o mundo deve se curvar aos seus pés.

- Não é questão de achar. É questão de hábito - ele respondeu, frio.

Olívia soltou um riso baixo.

- Arrogante e convencido. Impressionante como consegue piorar a cada frase.

- E mesmo assim, você ainda está aqui.

Ela ficou em silêncio. Sim, ainda estava ali. Algo naquela presença a desafiava. A tensão entre eles era como eletricidade entre fios desencapados. Quente. Perversa. Irresistível.

- Está se divertindo me irritando? - ela perguntou.

- Um pouco. Mas é mais do que isso. Eu gosto de olhar pra você. Tem algo no seu olhar...

- Que diz "vá embora"?

Ele riu, pela primeira vez.

- Que diz "se você tocar em mim, eu talvez não consiga mais parar".

Por um segundo, o silêncio foi mais eloquente que qualquer fala. Eles se encararam. Longo. Profundo.

E então ela deu um passo para trás.

- Boa noite, Sr. Ferraz.

- Vai fingir que não sentiu também? - ele provocou.

Ela parou à porta da varanda, o vestido dançando ao redor de suas pernas.

- Não preciso fingir. Só escolho o que fazer com o que sinto. E eu escolho... não cair em armadilhas.

Ela desapareceu no salão.

E Noah Ferraz soube, naquele instante, que aquela mulher seria sua ruína - ou sua redenção.

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