Depois de 5 anos, finalmente decidira pedi-la em casamento, e nada poderia estragar o dia mais feliz de sua vida; até podia escutá-la dizendo "sim" em meio a um jantar romântico e um anel enterrado num brownie, seu doce favorito. Gus sorriu de canto de boca quando imaginou sua reação, ele virou para Liz, com a frigideira nas mãos enluvadas e andou para perto do balcão. Ele abriu a boca, querendo falar alguma coisa, mas a cara levemente taciturna de Liz o impediu.
" Algum problema? " Perguntou. Ele deslizou a espátula pela frigideira, levando o ovo para dentro do prato. Gus fitou a namorada, ainda com cara sonolenta e sorriu. " Não sei por que, mas você fica linda com essa cara de sono. "
" São seus olhos. " Respondeu, com voz sonolenta. Ela fungou o nariz e penteou o cabelo desgrenhado para trás. Gus endireitou o ovo, e empurrou o prato para ela. " Eu não paro de pensar na porcaria daquela maldita entrevista. "
" Eu não me preocuparia se fosse você. Amor, você é a pessoa mais inteligente que eu conheço depois de Albert Einstein. Se aquela gente não quiser você, não sabem o que estão perdendo!"
Ele andou na direção da pia, aterrissando a frigideira lá. Gus pausou enquanto ouvia o tilintar do prato sobre o balcão.
" Tenho medo de que não me achem tão boa quanto você acha. Na verdade, qualquer pessoa para você é ótima. " Comentou, e ele respirou fundo, virando para ela e coçando o queixo. Gus procurou seus olhos. " Como você pode ter certeza de que sou tão boa?"
" Por que confio em você " disse, e andou até ela. Gus sentou-se na banqueta do balcão e apoiou o cotovelo na superfície fria. Ele sentiu um choque quando o fez. Liz fechou os olhos e ele pegou sua mão. " E você também devia. Você é a pessoa mais incrível que eu conheço."
" Disse o cara que é adorado por todo mundo. Até seu chefe te ama. Eu devia ter raiva de você, ou pelo menos inveja!" Retrucou ela. Gus arregalou os olhos e ergueu as sobrancelhas. " Mas não tenho. "
" Melhor. " Disse, se aproximando de Liz e girando o prato. " Agora coma. Não gastei meu tempo à toa. "
" Sim, senhor, capitão!" Disse ela, com um sorriso abrupto que fez seu rosto iluminar. Gus sorriu e observou ela devorar o que tinha no prato. Ele pegou a xícara de café que havia largado há alguns minutos, ainda estava quente. Gus bebeu um gole enquanto a admirava. "Tá olhando o que? " Perguntou ela. Liz deixara alguns pedaços de bacon em torno da boca, Gus ficou a encarando, e com o cuidado de um cirurgião, levou o dedo até seus lábios e limpou os cantos de sua boca. Liz sorriu.
" O que seria de você sem mim... " provocou. Ele tomou mais um gole do café.
" Deixa eu ver " disse ela, passando os braços em seu pescoço e se colocando em seu colo. Gus grunhiu e passou a mão pela pele perfeita de Liz. Ela sorria de orelha a orelha. " Me prove. "
" O que?" Perguntou ele. Gus abraçou ela, e Liz passou uma perna, com dificuldade sobre ele. Até conseguir, soltou grunhidos, grunhidos esses que ele adorava escutar. Cara a cara, ele sorriu, ainda mais largo. Seus olhos brilharam. " O que eu tenho de provar? "
" Que eu não posso viver sem você. " Disse ela. Gus a apertou contra si, e aproximou os lábios, mas antes de tocar os dela, sussurrou baixinho:
" Eu te amo, por isso não posso viver sem você. " As palavras de Gus baixaram conforme saíam, e sua boca por fim calou-se quando os lábios dela se chocaram contra os seus. Liz alisou sua pele, passando os dedos finos por debaixo de sua camisa. Ela a puxou para cima, provocando-o em seguida:
" O que acha de um banho?" Perguntou, entre um intervalo que achara entre o beijo.
" Está dizendo que estou fedendo?" Retrucou, levando a boca até o pescoço de Liz. Ela se ajeitou em seu colo, empinando a bunda e tombando a cabeça para trás. Gus deslizou a língua por seu pescoço fino.
" Estou dizendo que quero tomar banho, só que eu preciso de uma coisa que só você tem. " Revelou, e foi impossível para ele segurar um riso.
" Só se for agora. "
Gus saiu apressadamente do apartamento, tanto que esqueceu de desejar um feliz aniversário de namoro. Ele foi diretamente para a editora, e, no caminho, se deparou com milhões de ideias que iam e vinham num fluxo sem fim. Queria que tudo saísse perfeitamente perfeito.
Eram 8:20, e enquanto todos ao seu redor teclavam freneticamente, ele apenas pensava.
Gus tombou a cabeça para trás e se deixou levar pela música que vinha dos fones de ouvido, embalando seus pensamentos. Ele fechou os olhos e esfregou as mãos na cara, subindo até os cabelos castanhos e curtos.
" Você tem certeza absoluta que quer isso mesmo? Tipo, pelo que eu saiba, você vai ter que viver do lado dela até ela, ou até você pedir o divórcio, ou, talvez, algum de vocês morrer " disse Bryan, sentado na frente dele. Gus não fez questão de escutar, apenas fingiu. " Até entendo você estar apaixonado por ela, mas não precisa de tanto! "
Ele pegou uma batatinha do pacote de batatas, amassando a embalagem propositalmente.
" Não quero ficar nessa porcaria de editora sozinho. Até os ratos estão pulando do barco! " Exclamou ele, com demasiado drama. Bryan sempre era exageradamente desnecessário.
" É tão difícil acreditar que eu vou me casar com a mulher que eu amo? Era para você estar feliz por mim, e não querendo que eu fosse atropelado uma semana antes do casamento! " Disse Gus. Sua voz saiu numa rajada calma e suave. Ele abriu os olhos e olhou Bryan, mastigando mais uma batatinha. " Ah, e eu não me importo com o que você pensa. Na verdade, ninguém se importa. "
(Continua)
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Outras obras minhas:
Loucamente Amor;
Confidentes;
Paixão Irresistível