O funeral do meu cunhado Diogo foi um dia cinzento e opressor.
Eu agarrava a mão do meu marido, Tiago, o meu porto seguro.
Nós, gémeas, casámos com irmãos gémeos de uma família vinícola prestigiada.
Pensava que o amor nos salvaria de tudo.
Então, a minha sogra surpreendeu-nos com uma exigência gélida: "Tiago, tens de dar um filho à Laura."
Fiquei em choque.
Tiago renegou a ideia, "defendendo-me" publicamente.
Mas, nessa mesma noite, encontrei o meu "herói" na cama com a minha irmã, Laura.
O meu mundo ruiu.
A traição virou rotina, uma tortura constante.
Tiago enganou-me, forçando-me a assinar o divórcio sem saber.
A minha família e a dele uniram-se para me humilhar e agredir.
Fui forçada a doar sangue a Laura, mesmo depois de me acusarem de a ter atacado.
Enquanto eu definhava, Tiago e Laura prosperavam na sua farsa abjecta.
O meu coração endureceu, a dor deu lugar a ódio.
Como podiam justificar tal depravação com palavras como "honra" e "dever"?
Ele acreditava que eu me resignaria à minha "realidade".
Mas um plano de vingança gelado fervilhava dentro de mim.
Secretamente, preparei a minha partida.
Deixei para trás um casamento desfeito e uma assinatura que selava o seu destino.
Em Paris, longe de tudo, o meu passado começaria a pagar.
Tiago viria, mas eu já não era a mesma Sofia.