Sempre gostei de borboletas, desde muito pequena. Até que, no auge dos meus oito anos, avistei uma tão linda e colorida que me apaixonei imediatamente, ao ponto de querê-la para mim.
Ela voava livremente, sem preocupações ou anseios. Então, quando a vi, fiquei tão deslumbrada que desejei ser daquele jeito. Na minha inocência de criança, pensei que guardando-a teria minha inspiração, engano meu. Eu a segurei com tanta força na minha ânsia de tê-la, que a borboleta acabou morrendo sufocada em minhas mãos.
Consequentemente, minha mãe encontrou-me aos prantos depois disso e acabou me contando uma parábola. Por esse motivo, desde muito cedo, a ouço afirmar que eu não deveria mais correr atrás das borboletas, porque, se mantivesse meu jardim bem cuidado e florido, elas viriam até mim. Nem sequer cogitei prendê-las mais após o ocorrido, apesar de muito admirá-las. Olhava sempre de longe, com receio de machucá-las novamente, foi assim que aprendi.
Agora crescida, minha adoração pelas borboletas continua intacta. Portanto, fiz essa analogia justamente para você entender um pouco da confusão que é minha adolescência. Enquanto ainda tento aplicar o ensinamento da minha mãe, na minha própria vida sentimental.
Afinal, enquanto ainda somos adolescentes, é mais que comum nos flagrarmos correndo atrás de algo. Ou, no meu caso, mais precisamente, de alguém. Espero que me acompanhe nessa jornada de surpresas e descobertas. E, assim como eu, descubra que não se deve correr atrás das borboletas.