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img img História img "Por Trás do Sorriso – Ecos de Um Silêncio"
"Por Trás do Sorriso – Ecos de Um Silêncio"

"Por Trás do Sorriso – Ecos de Um Silêncio"

img História
img 5 Capítulo
img 49 Leituras
img Davi Ribeiro
5.0
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Sinopse

No silêncio dos corredores da escola, no reflexo apagado do espelho, e nas conversas interrompidas pelo medo de não ser compreendido, moram vozes que gritam por dentro. Este livro mergulha no universo de cinco adolescentes, cada um enfrentando sua própria batalha com a depressão. Em histórias entrelaçadas por dor, descobertas, amizade e esperança, eles aprenderão que pedir ajuda não é fraqueza - é coragem. Uma jornada ficcional que poderia ser real. Porque às vezes, o maior grito é o que ninguém ouve.

Capítulo 1 Clara e os Cadernos Vazios

Clara sempre gostou de escrever. Era como se, ao colocar palavras no papel, o mundo parasse de girar tão rápido. Suas ideias se organizavam, suas emoções ganhavam forma, e por um instante, tudo parecia fazer sentido. Mas fazia semanas que seu caderno novo permanecia intacto. A capa florida, que antes a fazia sorrir, agora parecia zombar do silêncio que morava nela.

Na escola, ela era "a menina quieta". Ninguém percebia que seus silêncios gritavam. Que os sorrisos que ela dava eram treinados no espelho, como um escudo contra perguntas. Clara sabia exatamente o que dizer quando alguém perguntava se ela estava bem. Sempre a mesma resposta:

- Estou, só cansada.

Mas não era cansaço. Era um vazio. Como se tudo estivesse em preto e branco, mesmo quando o sol batia na janela do quarto. Como se ela estivesse ali, mas não de verdade. Como se fosse uma sombra de si mesma.

Ela não lembrava quando começou. Talvez tenha sido quando perdeu a avó, ou quando sua melhor amiga trocou de grupo e parou de responder suas mensagens. Ou talvez quando seus pais começaram a brigar todas as noites. A verdade é que não havia um motivo só - era como se a tristeza tivesse se acumulado em silêncio, gota por gota, até encher tudo por dentro.

Clara sentava no fundo da sala. Não porque queria, mas porque era mais fácil assim. Ninguém olha muito pra quem está no fundo. Os professores esquecem de perguntar, os colegas esquecem de notar. E isso doía. Doía ser invisível. Doía não saber como pedir ajuda. E mais ainda: doía acreditar que talvez ninguém se importasse.

Em uma dessas tardes de aula vazia, ela abriu o caderno pela primeira vez. A mão tremia. O lápis parecia pesado. Mas ela escreveu. Só uma frase, e depois fechou com força, como quem guarda um segredo precioso.

"Eu queria desaparecer, mas no fundo só queria ser vista."

Ela não sabia ainda, mas esse seria o começo de algo. Um fio, ainda frágil, que a ligaria de volta ao mundo. Um ponto de partida. Um grito em forma de letra.

E alguém, em algum momento, escutaria.

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