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Sombra Ardente

Sombra Ardente

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img 5 Capítulo
img L. Elyria
5.0
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Sinopse

Em um mundo onde segredos moldam o destino, uma mulher comum descobre que está ligada por sangue e alma a um impiedoso e sedutor soberano das sombras - um homem quebrado pela eternidade, cuja redenção só pode vir pelo amor que ele jurou nunca mais sentir. O desejo entre eles é visceral, perigoso e proibido. O amor verdadeiro é o preço da salvação... e da perdição.

Capítulo 1 O Testamento da Escuridão

A chuva parecia seguir Selena desde que cruzara a fronteira da pequena cidade de Valmort. As gotas cortavam o vidro do carro como agulhas finas e insistentes, tingindo o mundo de cinza. O mapa enrugado ao seu lado ainda indicava o caminho para o que chamavam de "A Mansão Moreau", propriedade herdada da tia que ela nunca conhecera - e que, segundo boatos locais, teria enlouquecido antes de morrer.

O carro parou em frente ao portão de ferro enferrujado. Um símbolo esculpido no centro chamou sua atenção: um círculo entrelaçado com espinhos. Seu corpo gelou, sem saber por quê. Respirou fundo. Talvez fosse só a tensão. Talvez fosse o medo disfarçado de curiosidade.

A chave girou na fechadura pesada. O interior da mansão era tomado por sombras longas, móveis cobertos por panos e o cheiro adocicado de mofo antigo. Mas o que mais a incomodava era a sensação de que alguém a observava. E não era paranoia. Era instinto.

Ela explorou o hall com cautela. Nos fundos, encontrou um espelho negro com moldura entalhada em símbolos desconhecidos. Ao se aproximar, sua imagem se distorceu, por um segundo apenas. Viu... outra versão de si mesma. Vestida de vermelho. Chorando. Com sangue nas mãos.

Um arrepio lhe percorreu a espinha.

Naquela noite, a primeira de muitas, sonhou com ele.

Um homem envolto em sombras, observando-a de um trono de pedra. Os olhos vermelhos como brasas, o sorriso ferido, mas poderoso. Ele não falava. Mas ela entendia. Era dele. Sempre fora.

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A manhã seguinte trouxe pouco alívio. Na livraria do centro, em busca de informações sobre a cidade, ela o viu pela primeira vez em carne e osso.

Damien.

Alto, com a postura de quem já comandou exércitos e destruiu impérios. Cabelos negros como a noite sem lua, olhos de um âmbar profundo, frio e letal. A presença dele era um soco no ar - todas as mulheres da loja se calaram ao vê-lo entrar. Ele caminhou direto até ela, como se soubesse exatamente quem era.

- Selena Moreau - disse ele, a voz rouca, de um grave elegante, quase cruel. - Enfim nos encontramos.

Ela o encarou, tentando parecer firme. Mas o corpo traiu. O coração acelerou.

- E você é...?

- Alguém que sabe mais sobre você do que imagina. - Ele se inclinou, sem tocar. Mas era como se suas palavras acariciassem sua pele. - Deve ficar longe daquela casa.

- Isso não é da sua conta.

- Ao contrário, é tudo sobre mim - sussurrou, antes de virar as costas e desaparecer.

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À noite, o símbolo no portão voltou a arder em sua memória. Como se fosse um chamado. Contra o bom senso, Selena caminhou até o porão da mansão. Uma porta de pedra estava escondida sob o assoalho. O mesmo símbolo. A mesma sensação de que estava sendo engolida por olhos invisíveis.

Ela tocou o círculo... e desmaiou.

Quando acordou, Damien a segurava nos braços.

- Eu te avisei - rosnou, os olhos faiscando. - Não brinque com forças que desejam possuir você.

- Por que você está aqui? - murmurou ela, atordoada.

- Porque ninguém mais pode protegê-la. Nem de mim.

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