Minha mãe estava à morte e, para salvá-la, aceitei trabalhar como acompanhante de luxo para Ricardo Oliveira.
Ele era um magnata, dez anos mais velho, mas sua gentileza e seus mimos me envolveram num conto de fadas.
Ele me deu um apartamento, roupas caras, e até prometeu realizar meu sonho de ser estilista em Lisboa.
Acreditava que, finalmente, tinha encontrado o amor verdadeiro, apesar de tudo.
Mas então, Isabella Rossi, seu grande amor do passado, voltou da Itália.
Ela me encontrou em meu "lar dos sonhos", fria como gelo, e me ofereceu cinco milhões para sumir da vida dele.
Ainda assim, eu hesitei, agarrada à tola esperança de ser amada.
Isabella me submeteu a um teste cruel para provar a lealdade de Ricardo: uma falsa emergência versus uma real.
Ele, sem hesitar, correu para ela, me abandonando.
Ele me viu ajoelhar para implorar por uma caixinha de música de minha avó e deixou Isabella quebrá-la.
Depois, me culpou e me trancou num depósito.
A humilhação pública veio quando, em uma festa, ele me negou, dizendo: "Não conheço essa moça."
Tudo o que eu achava ser amor e um futuro se desfez em pedaços.
Eu era apenas uma ferramenta para o ciúme dele, um eco, uma substituta descartável.
A dor da traição era excruciante, mas a cegueira finalmente se dissipou.
Como pude ser tão ingênua?
Com o pouco de dignidade que me restava e o cheque dela, decidi que era hora de recomeçar.
Eu não seria uma vítima para sempre.
Lisboa e meu sonho de ser estilista me aguardavam.
Era hora de ir embora.