- Além disso, se você gosta dela, deveria ao menos conhecê-la melhor, conversar com ela. – Paul intervém. Eu olhei para ele confuso. – Ela tem um namorado! – Ele rapidamente esclareceu em um grito, me surpreendendo. Tenho que aceitá-lo, não o tinha levado em conta, não tinha pensado sobre isso.
- E daí? Não é como se eu a quisesse para uma namorada. – Eu me gabei.
- Você pensou que a deixamos de fora para você, mas não é necessário deixá-la de fora para o noivo! -Diego menciona sarcasticamente e surpreso.
- Você mesmo já namorou inúmeras garotas que têm namorado! – Eu respondi.
Paul encostou-se à parede com os braços cruzados no peito e, como se estivesse falando sozinho, refutou.
- O que acontece, minha amiga, é que ela está apaixonada, muito, muito apaixonada! – Ele enfatizou.
- ¿Y?. – Eu estava ficando irritado, eu não sabia por quê, comecei a ficar irritado. Provavelmente porque sentia que meus amigos estavam zombando de mim.
- Você sabe que é uma perda de tempo. – Paul encolheu os ombros.
- Como você pode estar tão seguro do amor profundo deles? – Eu era o mais mordaz que podia ser.
- Dá para perceber! Todos nós sabemos disso! Não há necessidade de explicar tanto, ela é louca pelo namorado. – Paul se levanta levemente.
- Você sabe que para mim, não há impossibilidades. – Eu respondi energicamente. A conversa parecia ter se transformado em uma pequena discussão entre Paul e eu, enquanto os outros nos observavam em silêncio.
- O que está em sua mente? Parece que você está muito determinado com esta garota. – Paul respondeu.
- Não – eu tentei parecer o mais casual possível. – Ela é apenas mais uma. Vai ser divertido, ela vai colocar um pouco mais de resistência porque está apaixonada.
- Ótimo! Vamos passar para a próxima. – George interrompeu. Houve um minuto de silêncio e olhares embaraçosos. Os meninos começaram a falar de outras meninas.
Eu não estava interessado em ouvir a conversa deles, mas a melhor coisa a fazer era ficar e continuar com a conversa; sair depois daquela discussão com Paul, levantaria suspeitas nos rapazes, eles acabariam pensando que eu estava realmente interessado em Anabel, quando na verdade, eu estava apenas tentando me divertir.
Continuei ali, sem muito interesse, de fato, me senti muito aborrecido. Paul ainda estava me observando, com alguma suspeita, o que me deixava mais desconfortável, mas eu sou muito bom em fingir que me divertia.
Os dias se passaram.
Durante aquela semana, Paul já me havia dito que naquele sábado, a equipe do projeto se reuniria novamente para continuar a investigação. Eu tinha concordado em me reunir com eles, mas quanto mais próximo o dia se aproximava, mais desconfortável eu ficava com a idéia.
Eu não tinha visto Anabel com muita freqüência, apenas algumas vezes nos corredores, absortos em seu telefone, sorrindo enquanto ela olhava para a tela. "Talvez ela esteja conversando com seu namorado", não sei por quê, mas essa foi a primeira coisa que me passou pela cabeça quando a vi tão encantada, que não pude deixar de pensar nisso.
Naqueles momentos, era eu quem tentava ficar longe dela e não encontrá-la nos corredores. Eu não queria que meus amigos me vissem e pensassem que eu estava sendo um mendigo.
Como eu estava dizendo, os dias passavam, era sexta-feira à tarde, a semana estava finalmente chegando ao fim e embora eu tivesse confirmado minha presença na reunião da equipe do estúdio, no último minuto, eu continuava duvidando se eu deveria comparecer ou que desculpa eu deveria dar para não ir.
No meio da tarde, deixando minha última aula, encontrei-a de cabeça erguida, não havia como fugir dela e escapar. Na verdade, ela parecia estar esperando por mim na entrada da sala de aula.
- Olá! – Ela estava sorrindo, ela parecia entusiasmada.
- Olá! Como você está? – Tentei parecer encantador, mas na verdade fiquei um pouco nervoso, provavelmente porque fui pego de surpresa.
- Desculpe incomodá-la, eu sei que você está saindo. – Ele segura um par de cadernos de anotações presas em seu peito.
- Não faz mal, me diga. – Eu me encosto contra a parede.
- Amanhã nos encontraremos novamente, desta vez no parque. – Ele soltou um risinho. – Acho que a família de Paul não vai nos tolerar de novo. – O quê?" Eu congelei, "Então vocês se conheceram na casa de Paul, mas ele nunca me disse nada sobre isso.
- Oh sim, Paul tinha me dito. – Eu tentei não olhá-la nos olhos.
- Que bom! Vim avisá-lo caso ele se esquecesse de novo. – Ela disse enquanto acenava com a cabeça.
- Bem, na verdade, sobre isso, era exatamente isso que eu queria lhe dizer. – Arranhei um pouco a cabeça, pensando no que eu ia dizer.
- Sim? Diga-me. – Ela imediatamente se tornou séria, concentrando toda a sua atenção em mim, o que eu gostei.
- Não poderei comparecer, desculpe. – Tentei colocar uma expressão triste. – É que, eu tinha um compromisso pessoal que havia esquecido e só hoje, me lembrei disso. – Eu tinha tomado a decisão, eu não iria, eu estava chateado, muito chateado, embora eu não soubesse por quê.
Meu mau humor agiu imediatamente sobre meu corpo, tensionando-o, mas eu tentei fingir o melhor que pude. Passei a semana inteira com a dúvida sobre ir à reunião, uma parte de mim queria ir só pelo fato de poder me aproximar de Anabel e seduzi-la mais rápido, enquanto outra parte de mim não queria ir porque odiava reuniões de estudo, além disso, com isso, os caras desconfiariam mais de mim, pensariam que eu estava mais interessado naquela garota com minha atitude.
Finalmente, no último minuto e com o humor negro em que eu estava, eu tomei a decisão. O melhor seria não ir. Olhei nos olhos dela, ela não parecia surpresa ou desapontada com minha resposta.
Ao olhar para Anabel, não pude deixar de pensar: "Por que Paul não me falou sobre a reunião em sua casa? Havia uma nuvem negra sobre mim, graças ao mau humor que eu estava carregando.
- Está tudo bem, não se preocupe com isso. – Ele sorriu novamente e acrescentou. – Parece que você e Paul têm algo em comum, você está esquecido! – Eu sorri, embora na verdade me frustrasse ainda mais que ele estivesse me comparando a outro homem.
- Ei, você está pronto? – Paul apareceu de repente no corredor, falando com Anabel.
- Sim e Melissa? – Anabel respondeu-lhe imediatamente com um sorriso.
- Ela está esperando por nós lá fora. – Paul olhou para mim despreocupadamente. Eu fiquei literalmente ali de boca aberta.
- Que bom! – Ela se voltou para mim mais uma vez, com um sorriso.
- Nós lhe enviaremos todas as informações para que você não se perca, vou embora agora, até mais! – Ela se virou para partir com Paul. Eu não pude evitar, foi instintivo, peguei a mão dela para detê-la.
- Você vai com ele? – perguntei sem saber por quê. Ela simplesmente foi embora. Ela ficou chocada com minha ação, e quando notei sua expressão, deixei-a ir imediatamente.
- Sim, ele está nos levando. – Ela falou baixo e devagar, como se estivesse processando a resposta.
- Ah, mais alguém está indo? – perguntei enquanto Paul esperava a alguns metros de distância, com um sorriso distorcido e uma postura de superioridade.
- Sim, Melissa, nossa companheira de grupo, por quê? – Fiquei em silêncio, olhando para Paul, que não se havia mexido de seu lugar, seguramos o olhar um do outro por alguns segundos até que Anabel olhou de perto para nosso duelo e nos interrompeu – Há algum problema?
- Não! – Fiquei assustado com a sua interrupção, ela tinha um olhar questionador no rosto. – Não. Não. Eu estava apenas curioso. Bem, nos vemos na próxima semana. Até a semana que vem. Tchau. – Ela começou a andar pensativa, um pouco desconfiada.
Eu vi Anabel e Paul se afastarem até eu os perder de vista. Se eu estava irritado ou desconfortável antes, neste momento eu sentia que ia espumar na boca. "Como você ousa, então Paul se interessou por ela, se atirou a mim, disse todas aquelas coisas na frente dos caras para me tirar do caminho".
Agora ele andava com ela da maneira mais relaxada, ele sabia da vida dela, ele era seu amigo... Enquanto eu, eu mal tinha trocado algumas palavras com ela.
Que broche!
Eu estava furioso, mas que porra, já estava apunhalado pelas costas, o que eu tinha que fazer era aproveitar meu fim de semana de festa com Yesenia.
Sim! Repetimos, mas ela me pediu com tanto entusiasmo que eu não pude recusar.
Eu trataria do problema com minha amiga e a garota mais tarde. "Só tenho que inventar um plano e terei Anabel" pensei para mim mesmo com o meu ego em alta.